E os caiapó Kukrit e Manti-í finalmente trouxeram a chuva!
Por Flávio Bittencourt Em: 27/12/2009, às 07H18
E os caiapó Kukrit e Manti-í finalmente trouxeram a chuva!
Roraima, 1998, megaincêndio na floresta amazônica: dois pajés caiapó são chamados, fazem o ritual e as chuvas chegam.
O FILÓSOFO OLAVO DE CARVALHO:
IMPLACÁVEL CONTRA O DESCONHECIMENTO
PSEUDOCIENTÍFICO DE QUEM DESPREZA
A SABEDORIA MILENAR INDÍGENA
(A legenda é da Coluna "Recontando...",
mas a foto está, na Web, em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_de_Carvalho)
MAGNÍFICO TOTEM DE MADEIRA [origem primeira dos brasões, marcas e logotipos da
atualidade] EM BRITISH COLUMBIA, CANADÁ:
"Picture of a First Nation totem pole called Thunderbird and Copper in the village of Alert Bay in British Columbia"
ESTÁTUA DO CRISTO REDENTOR, NO RIO DE JANEIRO:
de braços abertos, lembra muito a forma totêmica das
esculturas amerígenas de pássaros essa representação
tridimensional, enorme, do homem que encarnou, em
sua existência e suas ações, o GRANDE MANITU dos
CARAS-PÁLIDAS europeus
(http://oglobo.globo.com/fotos/2007/05/21/21_MHG_rio_cristo_1.jpg)
A NAPOLEÃO NÃO ERAM ESTRANHOS OS OBELISCOS, cujas
formas verticais seguem seguem padrões de totens milenares
[Ilustração para a coluna de David Coimbra no caderno de Esportes do jornal Zero Hora de Porto Alegre. Pintura digital.]
http://www.flickr.com/photos/56346840@N00/1456567436
NO NOVO MUNDO, UMA IDÉIA - A DE LIBERDADE ("burguesa", segundo vários
críticos) - PASSA A SER A REFERÊNCIA DO NOVO TOTEM
ESCULTÓRICO-METROPOLITANO, no culto à deusa Liberdade [ABAIXO,
O HOMEM BRANCO, LÍDER POLÍTICO - no caso o presidente estadunidense
Abraham Lincoln (*) - devidamente "TOTEMIZADO", quando passa a ser visto (hipótese
desta simples Coluna jornalística, sem rigor científico-antropológico) COMO SER
HUMANO "divinizado" (TOTEMIZADO) NO LUGAR DE UM ANIMAL/TOTEM (**)]
(*) - Quando John Kennedy foi assassinado, em novembro de 1963, sua viúva
pronunciou algo relativo ao "fim de Camelot", sendo Camelot [ou Camalote, como,
por vezes, se diz Portugal] - isso é, aliás, muito conhecido - "um castelo lendário, sede da corte do Rei Artur nas histórias medievais associadas à Matéria da Bretanha. De acordo com as lendas, o castelo continha um grande salão, decorado com estandartes, no qual havia uma enorme mesa, a Távola Redonda, para os cavaleiros do reino". [Verbete 'Camelot' da Wikipédia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Camelot]
(**) - Essa "interpretação", muito interessante, "bolada" pelo responsável por esta Coluna estaria (quase) perfeita se o totem de Lincoln não fosse uma "escultura CONTRA":
"(...) Totens de ridicularização, também chamados de totens da vergonha, são utilizados para provocar embaraço público, geralmente por causa de dívidas. Totens da vergonha não são mais erguidos, principalmente porque os índios norte-americanos lutam pela solidariedade, e não uns contra os outros. Um famoso totem da vergonha é o Lincoln Pole, localizado em Saxman, Alasca. O governo dos Estados Unidos foi o alvo desse totem. Quando a Proclamação da Emancipação foi decretada em 1863, muitos escravos da tribo Tlingit foram libertados. A tribo acreditou que o governo dos Estados Unidos deveria arcar com os prejuízos (...)". A "INTERPRETAÇÃO" (errônea) ACIMA, ENTRETANTO, CONTINUA TENDO ALGUM ELEMENTO QUE ESCAPA DA CONSTATAÇÃO CRÍTICA DEVASTADORA, UMA VEZ QUE, MESMO RIDICULARIZANDO O "HOMENAGEADO", a "vítima" da gozação é colocada no lugar do animal totêmico, só que COM SINAL TROCADO: negativo, em vez de positivo! (http://pessoas.hsw.uol.com.br/totem3.htm)
"Abraham Lincoln Totem Pole
"This pole was carved when Abraham Lincoln was the United States President. Tlingit civil rights attorney William Paul wrote in Alaska Journal magazine that this is most likely a "first white man" crest used to indicate that the pole owners' ancestors saw the first white man and claimed them as their clan crest". (http://gocalifornia.about.com/bl_aktotemphoto_abe.htm)
"Caiapó
Nos tempos antigos, os Caiapó moravam no céu. Lá eles tinham de tudo que podiam desejar. Havia tudo o que se podia imaginar para comer.
Certo dia, um guerreiro descobriu no mato um buraco de tatu e como queria caçar o tatu começou a cavar o buraco. Cavou, cavou até que furou o chão do céu e caiu. Foi caindo, caindo até chegar na Terra. Quando chegou, gostou do que viu: uma floresta, um grande rio e campos imensos...".
Adaptado do livro Mito e Vida dos Caiapós, Anton Lukesh, EDUSP, 1976".
No dia 30 de março [de 1998], quando o incêndio completava 63 dias, chegam a Roraima, levados pela Fundação Nacional do Indio-FUNAI, os pajés Caiapó Kukrit e Mati-í, determinados a realizar uma pajelança para atrair chuva para Roraima. Na noite do dia 30, os pajés dirigiram-se à beira do rio Curupira, que banha Boa Vista, e fizeram um ritual de chuva. Retornaram ao hotel, afirmando que no dia seguinte choveria 'muito'. De madrugada choveu muito, apagando 95% dos focos de incêndio.
A partir desse fato a imprensa debruçou-se sobre o tema durante vários dias, mudando o rumo da discussão pública sobre o incêndio, concentrando-a na participação dos pajés nos esforços para debelar o incêndio. (...)". (http://webthes.senado.gov.br/sil/Comissoes/ESP/Comissoes/INCENDIO/Relatorios/RF199801.rtf)
"(...) Não, caros intelectuais, vocês não têm nenhuma
explicação válida para a chuva produzida em Roraima
pelas preces dos dois pajés, e o ar de superioridade
fingida com que falam do que não entendem só mostra
que sua ciência é bem menos confiável que a deles. (...)"
(OLAVO DE CARVALHO, filósofo brasileiro,
trecho do artigo adiante transcrito)
Aos pajé caiapó Kukrit,
ao pajé caiapó Manti-í e
ao filósofo campinense Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho foi implacável com a socióloga que escreveu, na Folha de São Paulo, que o fenômeno ocorrido foi mera coincidência - Essa estória é verdadeira. Na época, a Funai ajudou no deslocamento dos pajés, de Mato Grosso para Roraima. E o problema foi resolvido. Leia e passe a acreditar no poder dos antigos rituais de nossos ancentrais e nas práticas vigorosas de nossos irmãos índios. Elas funcionam! (Leia, ainda, em seguida, o artigo do professor Olavo de Carvalho, no qual o pedantismo da citada socióloga é demolido implacavelmente.)
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ARTIGO ANTOLÓGICO!
O saber e a pose
20/04/98
Autor: OLAVO DE CARVALHO
Editoria: OPINIÃO Página: 1-3 4/9604
Edição: Nacional Apr 20, 1998
Seção: TENDÊNCIAS/DEBATES
Observações: PÉ BIOGRÁFICO
O saber e a pose
Os índios são no Brasil de hoje um dos últimos redutos de uma espiritualidade autêntica
OLAVO DE CARVALHO
"Escrevendo na Folha, uma cientista social (ah, como
é rico em cientistas sociais este Brasil!) explica-nos
que a eficácia dos ritos indígenas para produzir chuva
é um resultado do consenso social. Não é maravilhoso?
Pressionadas pela opinião pública, as nuvens fazem
pipi de medo. Já a "Veja'', com seu característico ar
de menininho primeiro da classe, alerta contra o
ressurgimento das crendices, como se fosse muito mais
racional e científico acreditar na "Veja'' do que nos
pajés de Roraima.
Da minha parte, não me lembro de jamais ter acreditado
piamente numa única linha dessa revista. Não vai nisso
nenhuma ofensa aos coleguinhas: um jornalismo saudável
não dá por pressuposta a sua própria infalibilidade,
sobretudo em assuntos tão estranhos à mente
jornalística como o é a arte de fazer chover.
Havendo motivos de sobra para duvidar de que citadinos
incapazes de extrair um pingo d'água de um coco seco
tenham grande autoridade para opinar em questões de
pluviosidade ritual, parece-me que as classes falantes
têm oferecido ao público, no que dizem da chuva que
salvou Roraima, um triste espetáculo de ignorância
presunçosa.
Enquanto os pajés davam com modéstia exemplar um show
de eficiência e poder, os ditos civilizados procuravam
esconder sua vergonhosa impotência por trás de
pedantismos verbais, recriminações mútuas, acusações
ao "governo ladro" que não produz chuva e, "last but
not least", despeitadíssimas tentativas de diminuir e
aviltar o grande feito dos dois admiráveis sacerdotes.
Mas que mais poderiam fazer? Que entende de diálogos
com o céu essa gente imersa na "completa
terrestrialidade e mundanização do pensamento''
preconizada por Antônio Gramsci?
A "Veja'', por exemplo, está tão longe do assunto que,
quando fala de "renascimento da fé'', não entende por
essa expressão nada mais que um fenômeno de marketing.
Crendice, no sentido rigoroso do termo, seria
acreditar que mentalidades lacradas na atualidade
jornalística mais compressiva, incapazes de
desligar-se mesmo hipoteticamente dos preconceitos
contemporâneos, pudessem nos ensinar alguma coisa
sobre o supratemporal e o eterno.
Para quem enxerga alguma coisa nesses domínios, há uma
diferença abissal entre o mero "sentimento
religioso'', fato imanente à psique humana, e o ato
espiritual propriamente dito, cujo alcance se prolonga
para muito além dos limites da subjetividade
individual ou coletiva e chega a tocar um outro plano
de existência, que nem por invisível é menos real e
objetivo do que este mundo nosso de pedra e sangue.
Uma das mais notórias ilustrações dessa distinção é,
precisamente, a diferença entre a pura força
auto-hipnótica da sugestão coletiva e o efeito físico
que certas preces e ritos determinam sobre a natureza
em torno, imune, por definição, às flutuações da
opinião pública.
Em última instância, como já ensinava o episódio de
Moisés ante os magos do Egito, é o domínio sobre o
mundo físico que atesta a diferença entre o carisma em
sentido estrito _dom de Deus e poder espiritual
autêntico_ e o "carisma'' em sentido sociológico,
redutivo e caricatural, vulgar atração mútua entre as
massas e seu ídolo.
Mas essa diferença é, por definição, invisível à
mentalidade radicalmente mundanizada das classes
falantes, um clero leigo empenhado em tampar o céu
para que, na escuridão resultante, sua potência
iluminista de meio watt pareça um verdadeiro sol.
Eis por que essas pessoas chegam ao supremo ridículo
de atribuir o efeito dos ritos sobre a natureza ao
funcionamento imanente da psique e da sociedade, como
se árvores e nuvens, bichos e galáxias fossem regidos
pelas leis da nossa vã sociologia. Explicar o objeto
pelo sujeito, o transcendente pelo imanente é o mesmo
que conferir às leis da eletrotelefonia o poder de
determinar o que se diz numa conversa telefônica.
Mas, na ânsia de negar, o orgulho moderno não hesita
em afundar no ilogismo mais estúpido. O apego à
modernidade científica torna-se, então, uma crendice
supersticiosa que faz um sujeito regredir à noite dos
tempos e pensar como um neandertalóide.
Não, caros intelectuais, vocês não têm nenhuma
explicação válida para a chuva produzida em Roraima
pelas preces dos dois pajés, e o ar de superioridade
fingida com que falam do que não entendem só mostra
que sua ciência é bem menos confiável que a deles.
Certas tribos brasileiras conservam uma intensidade de
vida religiosa e o domínio de conhecimentos
espirituais que de há muito se tornaram, para a
intelectualidade citadina, misteriosos e
incompreensíveis. Os índios não fazem mistério algum
em torno desses conhecimentos, assim como os santos da
igreja, os gurus vedantinos, os grandes mestres do
budismo. É a malícia temerosa do observador que torna
obscuro e ameaçador o luminoso e evidente e que, não
suportando a luz, busca reduzi-la à refração das suas
próprias trevas.
Malgrado o empobrecimento de suas culturas, os índios
são no Brasil de hoje um dos últimos redutos de uma
espiritualidade autêntica, feita de um conhecimento
que é objetividade, simplicidade e poder; nada tem a
ver com o misto de sentimentalismo e exaltação
ideológica apresentado como a única religião possível
por uma pseudociência cega e pretensiosa, por todo um
cortejo desprezível de padrecos e acadêmicos incapazes
de enxergar além das paredes do poço gnosiológico em
que se enfurnam.
Se os dois pajés fizeram o que a gente da cidade não
pôde fazer, o mais elementar bom senso aconselharia
admitir a hipótese de que sabem algo que ela não sabe.
Se ela exclui essa hipótese "in limine" e ainda fala
deles com despeito, isso, além de constituir uma
ingratidão para com benfeitores _um dos "cinco pecados
que bradam aos céus'', segundo a Bíblia_, é um vexame
intelectual que ilustra de maneira especialmente
eloquente a distância invencível que existe entre o
saber e a pose.
Olavo de Carvalho [http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_de_Carvalho],
50 [62 anos de idade, hoje, 27.12.2009], jornalista e escritor, é autor de
'O Jardim das Aflições: Ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil'
e de 'O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras' ". (http://pensadoresbrasileiros.home.comcast.net/~pensadoresbrasileiros/OlavoDeCarvalho/19980420-OSaberEAPose.htm)
VISITE O PORTAL DO PROFESSOR OLAVO DE CARVALHO:
http://www.olavodecarvalho.org/index.html
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ENTENDA OS TOTENS
Tipos de totens
Thomas D. Mcavoy/Time & Life Pictures/Getty Images
Em julho de 1950, turistas admiram totens
O totem pode ser feito por vários motivos, mas seu propósito inicial é celebrar uma pessoa ou um evento. Alguns dos tipos mais comuns de totens são os totens de entradas, posicionados na entrada de uma casa para servir como descanso para armas de todos os tipos. Os totens de entrada servem principalmente para honrar os ancestrais, tornar conhecidas as classes econômica e social da família ou de um clã, divulgar as conquistas da família ou detalhar um evento espiritual.
Os totens mortuários honram a morte recebendo os restos mortais dos ancestrais. Eles são como urnas: possuem uma cavidade onde as cinzas de uma pessoa falecida é depositada.
Totens de ridicularização, também chamados de totens da vergonha, são utilizados para provocar embaraço público, geralmente por causa de dívidas. Totens da vergonha não são mais erguidos, principalmente porque os índios norte-americanos lutam pela solidariedade, e não uns contra os outros. Um famoso totem da vergonha é o Lincoln Pole, localizado em Saxman, Alasca. O governo dos Estados Unidos foi o alvo desse totem. Quando a Proclamação da Emancipação foi decretada em 1863, muitos escravos da tribo Tlingit foram libertados. A tribo acreditou que o governo dos Estados Unidos deveria arcar com os prejuízos.
Outros totens são significantes porque quebram algum tipo de recorde. Os entalhadores de totens têm muito orgulho de suas obras e fazer um totem quebrador de recorde pode ser uma aventura bastante competitiva.
Parece óbvio que para medir o maior totem do mundo, tudo o que você precisa é de uma fita métrica, certo? Não é bem assim. Alert Bay, em British Columbia, ostenta um totem de 51,9 metros de altura. Os maledicentes dizem que, por ele ser feito de três peças de madeira separadas, não pode ser considerado um totem autêntico.
Você já ouviu a expressão "homens na parte baixa do totem?" Ela descreve alguém de pouca importância ou estima. Mas tradicionalmente, a figura na parte mais baixa do totem é a mais importante. O entalhador chefe está incumbido dessa parte do totem (os 3 metros de baixo para cima) já que ela é mais visível e mais detalhada do que as regiões mais altas [fonte: Totens: uma exploração]. |
Há também um totem de 39,6 metros em Kake, Alasca, que foi propriamente sancionado e contempla uma reserva dos índios norte-americanos. Mas esse totem foi desafiado por uma obra-prima de 42 metros em Kalama, Wash. O único problema dessa majestosa obra de arte é que ela não foi entalhada por um índio norte-americano. Apesar disso, algumas pessoas insistem que ele tem o mérito de ser o mais alto, pois o entalhador é altamente respeitado entre os artesãos. Outras cidades já afirmaram ter o totem mais alto, mas essa discussão nunca foi resolvida.
A disputa sobre o totem mais alto do mundo causou tanto alvoroço que um totem em Victoria, British Columbia, foi derrubado em 2000. Apesar de seu status de mais alto do mundo, de acordo com o Guinness Book of World Records, a controvérsia estava causando à cidade e ao artista muita tristeza. O totem tinha 55,5 metros de altura e ficou em pé durante oito anos antes se ser derrubado e cortado em pedaços.
Causando muito menos controvérsia está o totem mais espesso. Essa honra foi para um totem entalhado em Duncan, British Columbia, por Richard Hunt, em 1988. Ele ostenta um diâmetro de mais de 1,8 metros.
Outro título especial para um totem é o de mais antigo. Essa honra é compartilhada entre alguns dos totens localizados em Queen Charlotte Islands, British Columbia. Esses totens datam de pelo menos 1880, possivelmente de 1840. Entretanto, eles não devem sobreviver por muito mais tempo, pois estão se deteriorando rapidamente devido ao clima chuvoso da região [fonte: Totem-Pole.net].
A seguir, veremos algumas controvérsias que contribuíram com o declínio dessa forma artística. (...)". (http://pessoas.hsw.uol.com.br/totem3.htm)
E, SE PUDER, VISITE ALERT BAY, NO CANADÁ!