Cunha e Silva Filho

 

            France Immortelle  é o belo título de dois volumes antigos de obra didática da década de 1940 de Cleófano L. de Oliveira, ilustrado professor de francês e literatura e de português e literatura em São Paulo, a cujas páginas, até em pesquisas recorri sobre literatura francesa Esse título, a meu ver, resume o que nós latinos, que amamos a cultura francesa, o sentido simbólico que culturalmente sempre   representou  Paris, a “Cidade-Luz,”, ou a “vitrine do mundo,” na afirmação do crítico e historiador Afrânio Coutinho (2011-2000). Lamentamos  profundamente o duro golpe covarde e ignaro de terroristas tresloucados contra  notáveis   artistas  do cartum. Terroristas que não sabem nem mesmo avaliar o que seja o papel do cartunista, de quem faz charge, caricatura e humor com arte não visando, é claro, a   denegrir a imagem de ninguém, mas  a provocar o riso, os exageros da espécie humana, sejam eles quem forem.Não anunciam a tragédia, mas a comédia do riso, da galhofa, das loucuras humanas. Se, por vezes, exageram, é porque desejam o mundo seja mais leve, mais justo e mais cultivado.
         O grande erro que,talvez tenham contido foi em algumas pautas mexerem com vespeiros de jovens sem massa cinzenta, que não sabem bem estimar até onde um possível ofensa possa macular a imagem de líderes religiosos.
         O ato terrorista contra notáveis cartunistas distingue como uma maldade tão superior à arte - uma criação livre e amoral - que assassinar artistas e outras pessoas que, próximas deles ou implicadas no atentado por razões de trabalho no jornal e pela condição de serem duas delas policiais no cumprimento do dever, o ato terrorista e diabólico se anula e se torna, assim, mais repulsivo e condenável.
         Vivemos momentos sombrios em todo o mundo, civilizado ou não, e um desses há tempos assumiu sua face mais odienta e abominável – o terrorismo - ação covarde, que mata pessoas indefesas, em qualquer lugar, sem respeitar ninguém, apenas impulsionados autores   pela mente doentia de praticar o mal sem dó nem piedade.
         Não sou contra a entrada de imigrantes em algum país, todavia os tempos atuais nos forçam a sermos mais atentos e critérios na concessão de asilo a estrangeiros de algumas regiões do mundo. A globalização de ondas migratórias, provocadas por guerras e conflagrações de povos que abandonam seus países de origem, tem sido responsável por permitir o ingresso de indivíduos suspeitos e que são instrumentos potencialmente geradores de ações terroristas iminentes.Cumpre haver uma vigilância constante nos países onde exista número substancial de asilados. São os casos hoje em dia dos EUA, da Inglaterra, da França, do Brasil, em ter outros países.
       O exemplo recente da morte de doze pessoas em Paris é apenas um alerta para que autoridades do Estado se acautelem  contra ataques dessa natureza. Não é de modo algum fazer ressurgir a xenofobia. O ódio ao apenas por ser estrangeiro não se recomenda como medida contra terroristas. Há pessoas boas, adaptada culturalmente a um pais que as abrigou que jamais farão mal à terra que adotaram como segunda ou terceira pátria, não importa.
       Veja-se o que ocorrem no Brasil. Recebemos bem os estrangeiros que aqui aportaram, criaram raízes , aumentaram suas descendência e, muitas vez, nem mais querem regressar à pátria de origem. São exemplos de convivência pacífica árabes, sírios e judeus, japoneses e chineses. Aqui continuam com suas religiões, seus cultos, sua fé sem que exista mais o ódio entre si.
      A questão de grupos pertencentes a  rede Al-Qaeda, o agora denomina do grupo “Estado Islâmico” e outros menos conhecidos deverão constituir o alvo principal dos órgãos de segurança da paz mundial, tendo à frente a ONU. Para eles, não deverá haver trégua sob pena de os países que vivem em relativa paz sofreram duros golpes de novos atentados em qualquer parte.
      Ainda que deixando penalizados os homens que respeitam a liberdade de expressão e de imprensa em qualquer parte do mundo onde haja o exercício pleno desse bem supremo, os grandes artistas da caricatura, liderados por Stéphne Carbonier, o Charb e o seus três outros companheiros do cartum, foram executados covardemente em Paris quando estavam cumprindo seus papéis. Pelo traço inconfundível de cada um, produzindo o riso, a sátira, a reflexão, o humor e o exercício da inteligência gráfica perde a cultura cartunista mundial quatro homens cujo principal esforço de vida foi ridicularizar a pantomima humana, os defeitos de poderosos e tantos outros ângulos da cultura da Humanidade graças à magia da obra de arte eloquentemente retratada na deformidade consciente das formas visuais e da sua correspondente forma de discurso escrito.