Carnaval: Elísio Estanque disserta sobre as idéias de Mikhail Bakhtin
Elísio Estanque é pesquisador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e conhece em profundidade a obra de Bakhtin.
MIKHAIL BAKHTIN ainda jovem
(http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2007/07/03/000.htm)
PERSONAGEM PRÉ-HISTÓRICA [80 MIL ANOS ANTES DO PRESENTE]
DO FILME A guerra do fogo, DIRIGIDO POR JEAN-JACQUES ANNAUD:
EM CERTA SEQUÊNCIA, DEPOIS DE DEVIDAMENTE DOMINADO O
ULTRANECESSÁRIO FOGO, É ENCENADA UMA CELEBRAÇÃO PRIMORDIAL
ENTRE CINZAS, QUE SÃO JOGADAS PARA O ALTO: COMEMORAÇÃO SEMELHANTE
ÀS GUERRAS DE TRAVESSEIROS E OUTRAS LÚDICAS E MAIS DO QUE FESTIVAS
ANTROPOBRINCADEIRAS DE NOSSOS DIAS
COIMBRA (PORTUGAL) E SUA UNIVERSIDADE
(http://www.zororo.co.uk/pt/actividadesdiurnas/aldeiasvilasecidades/)
(http://construcaodesaberes.blogspot.com/2009/05/cultura-popular-na-idade-media-e-no.html)
" Imagem do Bloco Céu na Terra [COM SEUS INTEGRANTES IMERSOS NO CENÁRIO DO BAIRRO DE SANTA TERESA, COM SEU FAMOSO bondinho, RIO], do site Overmundo..
[19.2.2009] Ô abre alas, que eu quero passar... É isso aí, minha gente! As fantasias já estão pulando do armário e os blocos começam a tomar as ruas do Rio de Janeiro. Para você não perder nada, preparamos uma agenda especial com os principais blocos da cidade. Se esquecemos de algum, sinta-se à vontade pra completar nossa lista lá pelos comentários (...)". (http://rioetc.blogspot.com/2009/02/agenda-especial-blocos-de-carnaval-do.html)
MARDI GRAS, Nova Orleans, EUA
"Pierrot et Colombine avec la Lune
Dessin sur papier. Encre et crayons de couleur, 19,4 x 29,8 cm, c. 1920. Ce dessin illustre un texte de Méliès probablement écrit pour le théâtre des Variétés artistiques. Il peut s’agir d’un projet de décor, avec personnages, pour ce poème dialogué.
Ce thème est à rapprocher d’un film sauvegardé de 1903: Au clair de la lune ou Pierrot malheureux".
"Clóvis Bornay é lenda! É sinônimo de luxo, glamour e extravagância. Sem falar de ser ele mesmo uma metáfora do Carnaval." (VITOR ANGELO, em seu blog Dus Infernus)
GIGI DA MANGUEIRA E UM CLÁSSICO
PASSISTA DA MESMA ESCOLA DE SAMBA
CARIOCA
("Gigi da Mangueira: De pele clara e olhos verdes, foi a primeira a quebrar o tabu de que branquelas de classe média não tinham samba no pé. Nascida em Ipanema, Regina Helena Esberard, a Estrangeira, como era chamada no início, brilhou nos desfiles da verde-e-rosa de 1961 a 1983")
"Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu, lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer
Quando o samba começava você era a mais brilhante
E se a gente se cansava você só seguia a diante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado
O meu samba assim marcava na cadência os seus passos
O meu sonho se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão
Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia
Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não dê na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista".
CHICO BUARQUE
(letra da música "Quem te viu, quem te vê",
http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45166/)
Para Joãosinho Trinta (João Clemente Jorge Trinta),
João Roberto Kelly,
Gigi da Mangueira (Regina Helena Esberard, a Estrangeira),
Pinah (a Cinderela Negra),
David Assayag e
em memória de Clóvis Bornay (1916 - 2005) e
Zé Keti (José Flores de Jesus, 1921 - 1999)
10.2.2010 - Há algumas décadas tornou-se moda intelectual, no Brasil, falar-se de "carnavalização" (bakhtiniana) sem o conhecimento profundo da obra do linguista russo que foi também um dedicado pensador da cultura popular - Para que aqui não sejam pronunciadas tolices, o melhor que se pode fazer é consultar um especialista no assunto focalizado. M. Bakhtin (1895 - 1975) foi um especialista em CARNAVAL e o Prof. E. Estanque, da Universidade de Coimbra, Portugal, é especialista em BAKHTIN. Não é por outra razão que, homenageando o pesquisador Elísio Estanque, a Coluna "Recontando..." transcreve um artigo seu sobre O CARNAVAL E O RISO CARNAVALESCO. Esse renomado sociólogo português consegue elaborar sínteses teóricas admiráveis, como acontece no caso desse primoroso texto. F. A. L. B. ([email protected])
"Terça-feira, Fevereiro 24, 2009
O Carnaval e o riso carnavalesco
O Carnaval é uma das festividades populares mais conhecidas da Idade Média, e cujas origens remontarão à era do império romano. Sendo uma festa pagã, é claramente marcada pelo calendário religioso. A Terça-feira Gorda, dia de Carnaval, antecede a entrada na Quaresma e no período pascal, em que, segundo os princípios da Igreja católica, o consumo de carne passa a ser proibido. O dia de Carnaval é o último em que tal é permitido. De resto o próprio termo (do latim carnevale) estará associado ao consumo de carne, uma espécie de despedida do ciclo do Inverno e das colheitas, onde os maiores excessos e subversões podiam ser tolerados pelos costumes e a moral dominantes. O povo teria aí um dos raros momentos em que podia dar largas à celebração, às brincadeiras e mascaradas, incluindo a troça dirigida às autoridades, aos costumes e à moral vigente numa lógica de inversão de papéis que excerceu uma função de crítica corrosiva aos poderes e convenções dominantes ao longo das épocas.
Num livro de Mikhail Bakhtin, A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento, inspirado em Rabelais – o autor dos célebres Gargântua e Pantagruel –, a noção de Carnaval, em sentido amplo (ou de carnavalesco), assume uma importância central. Diz ele que «o Carnaval conservou (pelo menos até ao século XIX) os traços mais íntimos da festa popular na sua forma mais nítida. Originalmente, o termo Carnaval unia numerosos folguedos populares, que caiam em diferentes datas, mas tinham diversas características comuns». O termo Carnaval foi ao longo do tempo reunindo fenómenos e festas populares locais muito heterogéneos que, ao desaparecerem e degenerarem, levaram ao Carnaval alguns dos seus elementos, ritos, atributos, efígies, máscaras, etc. E por causa disso o Carnaval tornou-se o reservatório onde se guardavam as formas que não tinham mais existência própria, contribuindo para o enfraquecimento de todas as outras festas, retirando-lhes os elementos de utopia popular. O Carnaval passou a constituir o principal símbolo e a encarnação da verdadeira festa popular e pública, totalmente independente da Igreja e do Estado.
Rabelais refere-se (em Gargantua) ao abate dos bois engordados em prados guimaulx (que eram os que davam duas colheitas por ano), e à personagem Gargamelle, cujo «traseiro lhe caiu à sobremesa, por ter comido, no dia 3 de Fevereiro, uma grande quantidade de tripas gordas. Os bois cevados foram mortos trezentos e sessenta para serem salgados na terça-feira gorda, a fim de que na Primavera tivessem carne em abundância para, no inicio dos repastos, fazer a devida comemoração de salgados para melhor gozar o vinho» (Op. cit., pp.191-192).
Rabelais (e Bakhtin, por via dele) deu especial atenção à importância do riso enquanto gesto de catarse e de inversão de normas culturais (de poderes e convenções), centrando-se no chamado riso carnavalesco. Assim, retratou sagazmente o espírito satírico e burlesco das culturas populares da Europa do século XV, mostrando o lado perverso e desconstrutivo da desordem, por oposição à moral dominante. O “corpo baixo” da impureza, da desproporção, está em oposição ao “corpo clássico”, que é estético, bonito, simétrico. A cultura do carnavalesco invoca, por um lado, uma visão do mundo que remete para a possibilidade de um segundo nascimento a partir do espírito do riso e, por outro lado, enaltece a celebração festiva e a morfologia do “extra-ordinário” da cultura que corrói as instituições. Bakhtin baseou-se exactamente nestes pressupostos para os estudos que empreendeu, denunciando a estética autoritária do estalinismo soviético". (ELÍSIO ESTANQUE)
"Acerca de mim
Elísio Estanque
Coimbra, Portugal Natural do Alentejo (Rio de Moinhos - Aljustrel, Beja), passagem pelo Algarve entre os 12-14 anos, fixação e inicio de actividade profissional em Lisboa (com 16 anos), estudante-trabalhador, licenciatura em sociologia no ISCTE - Lisboa (entre 1981-1985); colocação em Coimbra na FEUC, como assistente; provas de Doutoramento em 1999 sobre "Classe e Comunidade..." -- um estudo sobre o operariado do calçado em S. João da Madeira. Professor na FEUC e investigador do CES - Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Sociólogo e activista".
CONSTA NA MESMA PÁGINA ELETRÔNICA:
"BoaSociedade
A «Boa Sociedade» será o oposto da sociedade desumanizada que temos. Será aquela que recuperará a dignidade humana dos seus cidadãos, através do combate às injustiças e desigualdades sociais e apoiada na consciência crítica e na acção solidária. É o referencial UTÓPICO de que precisamos para promover a revitalização do Estado Social, da cidadania e do «Espaço Público», combatendo a indiferença, a apatia e a alienação consumista".
(http://boasociedade.blogspot.com/2009/02/o-carnaval-e-o-riso-carnavalesco-normal.html)
A CANTORA BRASILEIRA DANIELA MERCURY - embaixadora da Unicef - ANIMA UM BAILE DE CARNAVAL INFANTIL: "(...) Foi uma festa de cor e de muita alegria. O grupo Gato Multicores animou a garotada. Palhaço e um buffet infantil repleto de guloseimas também fizeram parte da alegria da criançada. Fantasiadas com os mais diversos personagens, eles vibraram com a chegada da rainha, Daniela Mercury, que trouxe ainda a cantora Alinne Rosa, da banda Cheiro de Amor, e Carla Perez. A alegria estava estampada no rostinho de cada um dos pequenos foliões".
(http://blogdotop.wordpress.com/2009/02/19/daniela-mercury-camandou-baile-infantil/)
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CHEGADA DA CAMÉLIA: CARNAVAL EM MANAUS, ESTADO DO AMAZONAS (BRASIL),
PORTAL AMAZÔNIA-PONTO-COM
"Carnaval
Esquenta do Folia 101 e chegada da Kamélia acontece neste sábado
08 de janeiro de 2010
A Rádio Amazonas Fm realiza neste sábado (9) o Esquenta do Folia 101 com a Chegada da Kamélia. A chegada da boneca é um evento tradicional que acontece em Manaus há 69 anos e marca o inico do carnaval na cidade. Ela chega no Olímpico Clube ao meio dia.
Além disso, haverá transmissão "ao vivo" pela Rádio Amazonas Fm 101,5 no horário do programa Roda de Samba.
A festa promete agitar a capital com as bandas Jóia Rara, Forro Talismã e banda Cara de pau Banda impacto. E ainda não pode faltar a bateria da Camélia e a banda badawera.
Para os fãs do Boi-Bumbá, David Assaiag e marujada de guerra vão fazer a alegria do público também.
Serviço:
O que: Esquenta Folia 101 e Chegada da Camélia
Onde: Olímpico Clube
Quando: 9 de Janeiro
Horário: 12h
Cidade: Manaus-Am". (http://portalamazonia.globo.com/pscript/entretenimento/agenda/evento.php?idEventoCultural=4138)
UMA ESPÉCIE DE "CAMÉLIA VIVA" - trata-se de uma senhora de carne e osso interpretando,
carnavalescamente, a personagem Nega Fulô - NUM BLOCO DE CARNAVAL DE RUA DO RIO
DE JANEIRO, BRASIL
(http://semonus.blogspot.com/2008_01_01_archive.html)
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DEPOIS:
4 DE ABRIL