Capítulo 12: Armageddon
Por Miguel Carqueija Em: 26/10/2011, às 17H00
(Miguel Carqueija)
Poder contra poder: o confronto final
CAPÍTULO 12
ARMAGEDDON
O castelo pôs-se a dar pulos incríveis, de dezenas de metros, cambalhotas e mais cambalhotas.
Apesar de tudo, resistia e reagia com descargas homéricas, ionizando o ar e criando áreas momentaneamente limpas. Nessa luta titânica escoaram-se vários minutos e por fim, encontrando um canal de passagem entre as massas gasosas em fúria, a grande construção avançou rapidamente. Foi quando três mísseis atômicos vieram, provocando novos e perturbadores abalos.
Lena, se pudesse ser vista por baixo da roupa, estaria pálida, exausta. Ela compreendia isso e também que o seu esgotamento físico significaria a derrota.
— Por favor, se virem que eu ameaço desmaiar apliquem-me uma injeção de Reforçol. Está naquele armário com espelho, na gaveta de cima.
— Espere aí! Esse negócio é perigoso! — protestou Marilú.
— E eu jamais tomaria isso se não houvesse necessidade. Mas se não chegarmos logo, vou perder as forças.
Riní aproximou-se dela.
— Mostre-me o rosto.
— Não! Eu não estou desmaiando! Volte para o seu posto! Não vê que já vamos chegar? Falta pouco!
Súbito saíram numa região de calmaria. Avistava-se a montanha que antecedia Gloria. Já não ocorriam fenômenos terríveis, tendo em vista a proximidade da capital; mas alguns dos instrumentos da sala haviam pifado, por sobrecarga. Lena calculou que 30% dos controles estavam inutilizados. A batalha fôra muito dura.
Lena suspirou fundo.
— Deseje-me boa sorte, Lorne Hurne. Somos nós ou a oligocracia de Lemuel!
O majestoso palácio de Hermógenes pairava sobre o Triângulo.
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Ipuwer, lívido, fitou o monstro que eclipsava o sol.
— Raios!
Fez então algo que nunca ninguém fizera antes. Os feixes dos raios duros do Triângulo nunca tinham convergido; só divergiam. Orientando Iantok, Galadak e Marte, o comandante fez convergirem os raios todos sobre o castelo, fechando-se quase como garras, feixes amarelos e monstruosos, perfeitamente visíveis perante uma população em pânico.
Lena, prevendo algo assim, fez brotarem de todas as janelas outros braços de energia e finalmente as duas forças se encontraram diretamente. Ao mesmo tempo Lena manobrou, apontando a quina do castelo para a construção lá embaixo.
A atmosfera explodiu.
Atravessando o cataclismo, o castelo rompeu a resistência e, com as torres mais altas partindo-se e voando pelos ares, caiu de chofre e de rijo sobre o monstruoso Triângulo. A aura energética esticou-se como bola de sabão, uma transparência incrível revelou o interior do castelo e as próprias paredes se esticaram, como se isso fosse possível, como se uma força monstruosa e inacreditável estivesse tentando rasgá-lo
Um último clarão, seguido de estrondo audível a dezenas de quilômetros, assinalou o término da batalha titânica.