Basil Zaharoff vendendo armas para os dois lados dos conflitos

Se um roteirista de Hollywood tivesse inventado um argumento semelhante para um filme pseudobiográfico, diriam tratar-se de estória inverossível.

 

 (http://imagens.de.guerra.nafoto.net/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

Basil Zaharoff [Fotografia: Enciclopédia Britânica]

(http://www.britannica.com/EBchecked/topic-art/655380/15332/Zaharoff)

 

"Photo: [O ATOR ESTADUNIDENSE] Nicolas Cage as international arms dealer Yuri Orlov"

(no filme Lord of War [O Senhor da guerra, em Portugal; O Senhor das armas, no Brasil], EUA, 2005, película dirigida por Andrew Niccol; Nicolas Cage (Nicholas Kim Coppola), nasceu em Long Beach, Califórnia, em 7.1.1964;

legenda - apenas a informação em inglês acima transcrita - e a foto de cena estão, na Web, em:

http://vegasnews.squarespace.com/entertainment-buzz/2005/9/21/lord-of-war-hollywood-hijack.html

 

 

    

(http://www.tintinesque.com/archives/sir_basil_zaharoff.html)

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

(http://www.amazon.com/Mystery-Man-Europe-Basil-Zaharoff/dp/1417916893)

 

 

 

 

 

 

 

   

  

NUMA DAS ESTÓRIAS EM QUADRINHOS

CUJO HERÓI É O PERSONAGEM TINTIM

(O ídolo roubado, L'Oreille casséeA orelha

quebrada), DO BELGA GEORGES P. REMI 

(HERGÉ), O VENDEDOR DE ARMAS É O

SENHOR DE CAVANHAQUE BRANCO QUE

SEGURA UMA PASTA REPLETA DE TABELAS

DE PREÇOS DE ARMAS PARA SEREM

NEGOCIADAS com os dois lados de uma

guerra

"(...) Para assumir o controle total do petróleo, [Mr.] Chicklet decide provocar uma guerra entre os vizinhos [São Teodoro e Nuevo Rico]. Procurando ainda mais lucro, negocia a venda de armas com seu sócio não menos corrupto Basil Bazárov (personagem baseado no real Basil Zaharoff). (...)",

http://asaventurasdetintin.blogspot.com/2009/10/viloes-de-tintim-gibbons-e-chicklet.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"When the wagons leave the mural art is revealed in it’s entirety" [QUANDO OS VAGÕES (do metrô de Bruxelas) PARTEM, O MURAL ARTÍSTICO APARECE, INTEIRAMENTE]

(http://www.brusselspictures.com/2009/06/07/tintin-mural-at-stockel-metro-station/)

 

DESENHO DE HERGÉ EXPOSTO NA ESTAÇÃO DE METRÔ STOCKEL, BRUXELAS (BÉLGICA):

AS SEMELHANÇAS NÃO SÃO MERAS COINCIDÊNCIAS

(SÓ O DESENHO, SEM A LEGENDA ACIMA ENVERGONHADAMENTE REDIGIDA, ESTÁ, NA WEB, EM:

http://www.brusselspictures.com/2009/06/07/tintin-mural-at-stockel-metro-station/)

 

 

                                                                À memória de meu mestre Hergé

                                                                [Georges Prosper Remi (1907 - 1983)],

                                                                ao ator Nicolas Cage e

                                                                a todos os pacifistas do planeta, sejam eles

                                                                de países em vias de desenvolvimento,

                                                                sejam eles de países industrializados, sem

                                                                distinção 

 

 

"(...) Atualmente têm a bomba atômica estes países: Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia, Paquistão, Índia (talvez Israel, África do Sul, Coréia do Norte e Irã) (...)".

(ISAAC SAYEG, "Bomba Bomba atômica: a destruição da humanidade" - O GRIFO EM PAQUISTÃOÍNDIA É DESTA COLUNA "RECONTANDO...",

http://www.paralerepensar.com.br/isaacsayeg_bombaatomica.htm)

 

6.2.2010 - Assunto bom para ser contemplado num fim de semana: Zaharoff, o maior vendedor de armas da história universal - A história da vida de Basil Zaharoff, por parecer enredo de romance ou argumento de filme histórico-hollywoodiano, especialmente interessa a esta Coluna "Recontando...". As biografias de gente improvável são consideradas dignas de atenção, neste espaço de discussão e crítica "risonha e franca", como diria Sérgio Cabral (pai). Há pessoas que, quando ouvem o nome 'Zaharoff', param de falar e ficam pensativas... DEPOIS, DE RESPECTIVOS CENHOS FRANZIDOS, CALAM-SE. O elemento antiético da venda de armas aos dois lados de um conflito estatal/militar evidentemente não é enaltecida como ponto positivo - pelo contrário! -, MAS HERGÉ, NO LIVRO DE ESTÓRIAS EM QUADRINHOS DE TINTIM INTITULADO O ídolo roubado, MOSTROU COMO SÃO ESTÚPIDOS OS DOIS LADOS SUBDESENVOLVIDOS EM CONFLITO, que deveriam, é claro, se unir contra as potências que estimulam a boçal divisão, divisão essa que redunda em inacreditável e dantesca GUERRA. Nos últimos anos, costuma-se afirmar que procedimentos semelhantes são acionados, LASTIMÁVEL e NUCLEAR-PERIGOSAMENTE, no confronto entre Índia e Paquistão, grotescamente estimulado pelos "novos Zaharoffs". O problema é que, no "livro de Tintim" [livro de estórias em quadrinhos de autoria de Hergé e equipe], nenhuma das republiquetas latinoamericanas das bananas envolvidas no conflito tinha a bomba atômica... Para uma introdução ao problema - aqui, agora -, são suficientes as transcrições de:

1) o verbete 'Basil Zaharoff' da Wikipédia (com bibliografia na qual falta título cuja capa acima foi reproduzida);

2) um artigo de jornal.

E que o amável leitor, a partir desta "montagenzinha básica", chegue às suas próprias conclusões e amplie a pesquisa (uma vez que o responsável pela Coluna "Recontando..." não é especialista em problemas relativos à guerra e à paz em nosso não-resolvido planeta). Bom fim de semana. F.A.L.B ([email protected])

 

UM)

VERBETE 'BASIL ZAHAROFF' DA WIKIPÉDIA

"Basil Zaharoff

 

Sir Basil Zaharoff, nascido Zacharias Basileios (1849, Muğla, Turquia - 1936, Monte Carlo, Mônaco), foi um empresário grego, banqueiro e negociante de armas, diretor e presidente da fábrica de munição Vickers, estrategicamente importante durante a Primeira Guerra Mundial.

Índice

Infância e juventude

Basil nasceu em uma família grega que vivia em Constantinopla (atual Istanbul). O sobrenome Zaharoff (do russo Zakharov, patronímico de Zacarias) foi adotado quando a família vivia em exílio na Rússia como reação ao Pogrom de Páscoa antigrego de 1821. Na década de 1840, A família voltou para a Turquia e se instalou na cidade de Muğla, na Anatólia. Em 1855, a família já estava de volta em Constantinopla, morando no bairro pobre de Tatavla, onde Basil brincava na rua.

O primeiro trabalho de Basil, ainda criança, foi como guia turísitico na zona de meretrício de Gálata, no lado europeu de Constantinopla, onde ele ajudava seus clientes a encontrar diversões proibidas que iam além da prostituição convencional (como prostituição infantil, sodomia e sadomasoquismo). Na juventude, tornou-se bombeiro. No século XIX no Império Otomano, esta profissão não era exatamente eficiente para extinguir incêndios, mas resgatava tesouros dos moradores ricos em troca de uma vultosa comissão. Vários bombeiros também participavam de assaltos e extorsões a comerciantes.

Já como adulto, Basil arrumou emprego numa casa de câmbio. Neste ramo, foi acusado (sem provas) de vender dinheiro falsificado para turistas, que não notavam o golpe até embarcarem para longe de Constantinopla.

Problemas judiciais

Zaharoff apareceu em Londres e foi levado ao tribunal em meio a uma controvérsia envolvendo transações comerciais irregulares na exportação de mercadorias de Constantinopla para Londres. Como os gregos constantinopolitas em Londres preferiam que assuntos envolvendo membros da comunidade não fossem resolvidos pela justiça britânica, ele foi solto mediante pagamento de £100 (cem libras) e sob a condição de reembolsar o queixoso e continuar dentro da jurisdição do tribunal. No entanto, ele deixou Londres e foi imediatamente para Atenas.

Na capital grega, Zaharoff (então com 24 anos) se tornou amigo do jornalista político Etienne Skouloudis. O eloqüente Zaharoff conseguiu convencer Skouloudis de sua inocência no caso de Londres. Por sorte, outro amigo de Skouloudis, um capitão de marinha mercante sueco, estava saindo de seu emprego como representante do fabricante de armas Thorsten Nordenfelt. Enquanto isso, Skouloudis ascendeu na política grega e indicou Zaharoff para a vaga do sueco. Zaharoff foi contratado em 14 de outubro de 1877, iniciando uma carreira espetacular. Rússia e Turquia, circunstâncias políticas e militares predominantes nos Bálcãs, forneceram então excelente oportunidade de negócios para o jovem vendedor de armas. Cada país pôde gastar a quantia necessária para compensar as perceptíveis intenções agressivas dos vizinhos, mesmo após o Tratado de Berlim de 1878.

Venda de armas

Uma das vendas mais notáveis efetuadas por Zaharoff foi a do Nordenfelt I, um submarino a vapor baseado num projeto do reverendo anglicano George W. Garrett, e que o serviço de inteligência naval dos EUA classificou como "capaz de executar movimentos perigosos e excêntricos". Thorsten Nordenfelt já tinha demonstrado com sucesso sua embarcação num encontro internacional da elite militar européia. Embora as maiores potências não se interessassem no invento, os países menores prestigiaram a nova arma de guerra.

Foi assim que, com a promessa de termos de pagamento flexíveis, Zaharoff vendeu o primeiro modelo para os gregos. Ele, então, convenceu os turcos de que um submarino grego seria uma ameaça imediata, e vendeu mais dois para o Império Otomano. Em seguida, persuadiu os russos de que havia uma nova ameaça significativa no Mar Negro, e eles compraram mais dois. Nenhum desses cinco submarinos jamais entrou em batalha. Em um teste feito pela marinha otomana, um deles tentou disparar um torpedo e teve o equilíbrio tão afetado que afundou.

Metralhadora de Maxim

A próxima pessoa a entrar no caminho de Zaharoff foi o boxeador e engenheiro estadunidense Hiram Maxim. A metralhadora automática inventada por Maxim era um avanço significativo em relação aos modelos de carregamento manual então em uso. Era certamente melhor que qualquer coisa na prateleira de Nordenfelt na época. Acredita-se que Zaharoff teve participação nos fatos relativos às tentativas de Maxim de demonstrar seu invento entre 1886 e 1888. Na primeira, as metralhadoras de Maxim and Nordenfelt seriam demonstradas em La Spezia, na Itália, para uma platéia distinta que incluía o Duque de Gênova. Os representantes de Maxim não apareceram; na noite anterior, um desconhecido os havia levado por um passeio nas casas noturnas da cidade, deixando-os sem condições no dia seguinte.

A segunda tentativa ocorreu em Viena. Lá, os concorrentes foram solicitados a modificar suas armas para comportar o tamanho padronizado de cartucho usado pela infantaria austro-húngara. Depois de atirar algumas centenas de vezes, o aparato de Maxim disparou aleatoriamente e parou sozinho. Quando Maxim desmontou a arma para ver o que acontecera, descobriu que havia sido sabotada, mas já era tarde demais para se recuperar. A terceira tentativa também foi em Viena, e a arma funcionou perfeitamente. Mas, novamente, um desconhecido apareceu entre os oficiais veteranos e os convenceu que a técnica necessária para produzir arma tão fantástica teria de ser artesanato manual, uma por uma, e que sem os maios de produção em massa, Maxim jamais poderia produzir metalhadoras em quantidades suficientes para atender às necessidades dos exércitos modernos. Nordenfelt e Zaharoff venceram. Maxim, que sabia ter em mãos um bom produto, buscou e obteve uma fusão com Nordenfelt, tendo Zaharoff como principal representante com direito a uma polpuda comissão.

Apesar de muito pouco ter sido documentado, Zaharoff era visto como mestre no suborno e na corrupção, mas os poucos incidentes que vieram a público, como as vultosas propinas recebidas pelo Almirante Fuji do Japão, sugerem que ocorria muito mais por trás dos panos. Em 1890, a sociedade Maxim-Nordenfelt foi desfeita e Zaharoff escolheu continuar com Maxim. Com as comissões recebidas, Zaharoff comprou ações na empresa de Maxim até poder dizer ao patrão que não era mais um funcionário, mas um acionista majoritário.

Em 1897, a empresa de Maxim tornou-se importante o bastante para receber uma oferta de compra pela companhia britânica Vickers, uma das gigantes na indústria de armamentos. Isto envolvia pagamentos substanciais tanto em ações quanto em dinheiro vivo para Maxim e Zaharoff. Desde então, enquanto o entusiasmo empresarial de Maxim diminuía, o de Zaharoff e o portifólio de ações da Vickers cresciam. Com a aposentadoria de Maxim, em 1911, Zaharoff consolidou a fusão e entrou para a diretoria da Vickers.

A primeira década do século XX, com a corrida imperialista, foi uma época em que vários exércitos europeus procuraram se reconstruir e se modernizar. A Alemanha e o Reino Unido, em especial, viam uma necessidade particular de melhorar a força naval. A Vickers e Zaharoff estavam lá, prontas para servir a ambos os lados rivais. A Rússia, depois da desastrosa derrota para o Japão em 1905 (ver Guerra Russo-Japonesa) também teve necessidade de reformar sua marinha, mas o país foi varrido por uma onda de chauvinismo que exigia indústria doméstica para a reconstrução. A resposta de Zaharoff foi a construção de um gigantesco complexo de produção armamentista em Tsarítsin (depois Stalingrado e hoje Volgogrado) como subsidiária da Vickers. A abertura dos arquivos da Rússia tsarista depois da Primeira Guerra revelou algumas táticas da indústria bélica: uma carta de 1907, em particular, foi escrita da fábrica alemã de Paul von Gontard (secretamente controlada pela Vickers) para um sócio da Vickers em Paris, recomendando o envio de comunicados de impresa na França com sugestões de que o país deveria reforçar suas forças armadas para prevenir a ameaça da Alemanha. Estes artigos em jornais franceses foram lidos em plenária do Reichstag e levaram a uma aprovação do aumento no orçamento militar. Tudo isso beneficiou Zaharoff.

Primeira Guerra Mundial

Nos anos imediatamente anteriores à Primeira Guerra Mundial, a fortuna de Zaharoff cresceu em outros setores para financiar a empresa de armas. Ao comprar o banco Union Parisienne (tradicionalmente associado à indústria pesada), ele passou a controlar os acordos de financiamento. Ao obter controle sobre o jornal Excelsior, conseguiu se assegurar de editoriais favoráveis à indústria armamentista. Tudo de que precisava agora eram condecorações. A inauguração de um asilo para marinheiros franceses deu a Zaharoff a Legião de Honra da França; uma cátedra de aerodinâmica na Universidade de Paris fez dele um oficial; e em 31 de julho de 1914 (mesmo dia em que Jean Jaurès foi assassinado), Raymond Poincaré assinou um decreto fazendo de Zaharoff comandante da Legião de Honra. Em março de 1914, a Vickers anunciou a chegada de "uma nova era de prosperidade". Em agosto, a guerra começou.

Durante o curso da guerra, a britânica Vickers, sozinha, produziria quatro navios da linha, três cruzadores, 53 submarinos, 3 embarcações auxiliares, 62 embarcações leves, 2.328 canhões, 8.000.000 de toneladas de liga de aço, 90.000 minas, 22.000 torpedos, 5.500 aviões e 100.000 metralhadoras. Em 1915, Zaharoff tinha laços estreitos com Lloyd George e Aristide Briand. Consta que, por ocasião de uma visita a Briand, Zaharoff deixou discretamente um envelope na mesa do presidente francês, contendo um milhão de francos para viúvas de guerra.

Uma das tarefas estratégicas de Zaharoff durante a guerra era assegurar que a Grécia entrasse no conflito do lado aliado. Isto seria um reforço no fronte oriental. Aparentemente, isto parecia impossível, já que o Rei Constantino era um Hohenzollern, cunhado do imperador alemão Guilherme II. Zaharoff abriu uma agência de notícias na Grécia para divulgar notícias favoráveis aos aliados. Em poucos meses, o governo de Constantino foi deposto em favor do Primeiro-Ministro Eleftherios Venizelos.

Com o fim da guerra, o The Times de Londres estimou que Zaharoff sacrificara £50 milhões (cinqüenta milhões de libras) pela causa aliada, mas ignorou que esta soma era apenas uma pequena fração de suas comissões de vendas de armamentos. Ele foi agraciado com o título de baronete britânico e passou a ser chamado de Sir Basil Zaharoff.

Negócios no Pós-Guerra

Nos anos seguintes, Zaharoff se envolveu nos assuntos das potências menores, que os Quatro Grandes que estavam redesenhando o mapa da Europa no Tratado de Versalhes alegremente ignoraram. Em particular, ele quis assegurar que a Grécia e Venizelos recebessem a fatia devida dos espólios da esfacelada Turquia. Zaharoff convenceu Venizelos a atacar o vizinho e, militarmente, os gregos venceram rapidamente, até a França e a Itália intervirem em 1920 (ver Guerra da Independência da Turquia). As potências impuseram um tratado que se recusava a permitir à Grécia manter a maior parte de suas conquistas. Nas eleições seguintes, os legalistas de Costantino conseguiram forçar Venizelos a fugir, mas Zaharoff ficou e persuadiu o próprio rei a atacar a Turquia novamente. No entanto, agora com Atatürk no comando turco, a empreitada estava destinada a falhar. As aventuras de guerra de Zaharoff não foram bem recebidas pela imprensa em Paris e Londres.

Ao mesmo tempo em que conduzia sua guerra, Zaharoff também se envolveu em outros dois empreendimentos financeiros relevantes. Em outubro de 1920, ele participou da fundação de uma companhia que foi antecessora da gigante petrolífera British Petroleum (BP). Zaharoff enxergou um grande futuro no setor de petróleo.

Sua associação com o Príncipe Luís II de Mônaco o levou a comprar a endividada Société des Bains de Mer, empresa mantenedora do famoso Cassino de Monte Carlo, e principal fonte de arrecadação do principado. Zaharoff conseguiu fazer o cassino voltar a ser lucrativo. Ao mesmo tempo, venceu uma disputa contra Clemenceau para assegurar que o Tratado de Versalhes incluísse a proteção dos direitos de Mônaco como estabelecidos desde 1641. Luís II notara a erosão gradual do país em quase três séculos desde então.

Vida pessoal

Em setembro de 1924, já com 75 anos, Zaharoff casou-se em primeiras núpcias com o grande amor de sua vida: Maria del Pilar. Ele a conhecera quase três décadas antes a bordo do Oriente Express, no trecho entre Zurique e Paris, quando ela passava por dificuldades com seu recém-casado e desequilibrado marido, o Duque de Marchena. Zaharoff apaixonou-se à primeira vista, mas estava preparado para esperar. Apesar do fato de o Duque logo ser confinado em um sanatório, Maria, muito católica, não queria ouvir falar em divórcio. Tiveram de esperar quase 30 anos pela morte do Duque, e então finalmente se casaram. Um ano e meio depois, Maria contraiu uma infecção e morreu.

(na verdade, este foi o segundo casamento de Zaharoff; ele já fora casado com uma inglesa muito antes, primordialmente para obter um passaporte britânico, ao que parece)

Com isso, Zaharoff caiu em depressão e iniciou uma liquidação de seus negócios. Retirou-se para escrever suas memórias. Quando ele as completou, elas foram roubadas por um mordomo que esperava fazer fortuna ao revelar segredos constrangedores sobre figurões da Europa. A política recuperou os manuscritos e os devolveu a Zaharoff. Ao pagar um cheque aos policiais, Zaharoff readiquiriu os originais e jogou-os na lareira. Passou o resto de seus dias em solidão, sem amigos.

Referências culturais

No álbum A Orelha Quebrada (ou Tintin e os Arumbayas ou ainda O Ídolo Roubado), de Hergé, Zaharoff é parodiado na pele do negociante de armas Basil Bazarov, que vende a ambos os lados de um mesmo conflito (a "Guerra do Chapo") que ele próprio ajuda a provocar.

Zaharoff foi interpretado por Leo McKern no seriado de TV Reilly, Ace of Spies, de 1983.

Ele também aparece na na série The Lanny Budd de Upton Sinclair.

As aventuras de Zaharoff no comércio de armas (particularmente de metralhadoras) lembram as do protagonista Hector Sarek, no conto "Comrade Death" de Gerald Kersh. Sarek também vende armas para dois países (fictícios) sul-americanos e incita seus líderes um contra o outro.

Leitura aprofundada

  • ALLFREY, Anthony. Man of Arms: the Life and Legend of Sir Basil Zaharoff. (1989) Londres: Weidenfeld & Nicolson, ISBN 0-297-79532-5
  • McCORMICK, Donald. Peddler of Death: the Life and Times of Sir Basil Zaharoff. (1965) Nova York: Holt, Rinehart and Winston, ISBN 1-112-53688-4
  • VENNER, Dominique. Le plus grand marchand d'armes de l'Histoire: Sir Basil Zaharoff. Historia N° 368 - juillet 1977 (periódico acadêmico francês)". (http://pt.wikipedia.org/wiki/Basil_Zaharoff)

 

 

Lord of warLord of war

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

(http://thecia.com.au/reviews/l/lord-of-war.shtml)

 

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DOIS)

ARTIGO MUITO INTERESSANTE SOBRE O CONFLITO ÍNDIA VS. PAQUISTÃO (PORTAL RESISTIR-PONTO-INFO)

(No final, consta: "Permission is granted to post this text on non-commercial community internet sites, provided the source and the URL are indicated (...)".

ESTE ESPAÇO É NÃO-COMERCIAL, A FONTE É O AUTOR DO ARTIGO (M. CHOSSUDOVDSKY), COM ARTIGO TRANSCRITO DO PORTAL RESISTIR-PONTO-INFO E A URL É:  

http://resistir.info/chossudovsky/india_paq_port.html).

 

Washington empurra a Índia e o Paquistão para a guerra

por Michel Chossudovsky
trad. de J. Figueiredo

Mapa da Índia e do Paquistão A Índia e o Paquistão estão actualmente à beira da guerra.

O conflito é apresentado pelos media como se se referisse ao estatuto de Caxemira. Contudo, o papel da política externa dos EUA na alimentação deste conflito é sistematicamente ignorado. Desde o fim da guerra fria, Washington contribui deliberadamente — através de operações encobertas de inteligência — para atiçar o conflito indo-paquistanês. No rastro do 11 de Setembro, em meio a novos ataques terroristas e tumultos étnicos na Índia, desenvolveram-se condições que favorecem o desencadear da guerra entre os dois países.

O conflito indo-paquistanês também deve ser examinado num contexto regional mais vasto. Os EUA estão actualmente envolvido em vários teatros de guerra relacionados entre si, que se estendem desde o Médio Oriente até a Ásia Central:

1) A guerra no Afeganistão é marcada pela militarização de toda a região central asiática com tropas dos EUA estacionadas em várias das antigas repúblicas soviéticas.

2) A Administração Bush apoiou Israel na invasão da Palestina com um plano secreto denominado “Operação Vingança Justificada”. Esta operação procurava destruir a Autoridade Palestina. 1

3) Washington anunciou sua intenção de travar uma guerra total contra o Iraque, a qual poderia em princípio espraiar-se por toda a região do Médio Oriente. 2

O estalar de uma guerra entre a Índia e o Paquistão não só levanta o espectro de um holocausto nuclear numa região que abriga quase um quarto da população mundial como também aumenta a possibilidade de uma guerra mais vasta e com potencial para alastrar-se a uma região muito maior, com implicações de extremo alcance para o futuro da humanidade.

Ambos os países têm armas nucleares e um refinado sistema de mísseis para transportá-las. Esta semana, o Paquistão confirmadamente experimentou os seus mísseis Shahenn , que têm um alcance de 750 quilómetros. 3 O governo paquistanês declarou que “o país exerceria sua opção nuclear se sua sobrevivência estivesse em causa”. 4 O presidente do Paquistão, General Pervez Musharraf, avisou o governo dos Estados Unidos de que “no caso de quaisquer movimentos, o Paquistão usará todas as opções para a segurança do território. Neste caso, será uma guerra ilimitada”. 5 O arsenal nuclear da Índia também está em alerta.

Os planejadores militares e de inteligência dos EUA certamente analisaram as ligações entre estes vários teatros de guerra. As operações de inteligência na região mais vasta são cuidadosamente coordenadas. A evidência confirma que as mesmas insurreições patrocinadas pela CIA — utilizando o ISI do Paquistão como intermediário — em apoio de grupos islâmicos são executadas num grande número de países.

Operações de inteligência patrocinadas pelos EUA no sub-continente indiano

É importante entender os antecedentes do conflito indo-paquistanês e a história das operações de inteligência patrocinadas pelos EUA no sub-continente indiano, canalizadas através do ISI, o serviço de inteligência militar do Paquistão. 6

Com o patrocínio da CIA, desde a década de 1980 o ISI apoia a várias insurreições secessionistas islâmicas na Caxemira indiana. Embora oficialmente condenadas por Washington, estas operações encobertas do ISI foram empreendidas com a aprovação tácita do governo dos EUA.

Em simultâneo com o Acordo de Paz de Genebra de 1989 e com a retirada soviética do Afeganistão, o ISI passou a desempenhar um papel instrumental na criação da militante Jammu and Kashmir Hizbul Mujahideen (JKHM). 7

Os ataques terroristas de 2001 ao Parlamento indiano — os quais contribuíram para conduzir a Índia e o Paquistão à beira da guerra — foram executados por dois grupos rebeldes com base no Paquistão, o Lashkar-e-Taiba ("Exército dos Puros") and Jaish-e-Muhammad ("Exército de Maomé"), ambos apoiados camufladamente pelo Inter-Services Intelligence (ISI) do Paquistão. 8

O poderoso Council on Foreign Relations (CFR), que desempenha um papel nos bastidores na formulação da política externa dos EUA, confirma (num documento interno) que os grupos Lashkar e o Jaish são apoiados pelo ISI: "por meio da sua agência Interservices Intelligence (ISI), o Paquistão forneceu financiamento, armas, instalações de treinamento e ajuda no cruzamento de fronteiras para o Lashkar e o Jaish. Esta assistência — uma tentativa de replicar na Caxemira a brigada islâmica internacional de "guerra santa" contra a União Soviética no Afeganistão — ajudou a introduzir o Islão radical no antigo conflito acerca do destino da Caxemira...

 

"Receberam estes grupos financiamentos de outras fontes além do governo paquistanês?
Sim. Membros das comunidades paquistanesas e caxemiras na Inglaterra enviaram milhões de dólares por ano, e simpatizantes wahhabitas no Golfo Pérsico também deram apoio.

Têm os terroristas islâmicos na Caxemira ligações com a al-Qaeda?
Sim. Em 1998 o líder do Harakat, Farooq Kashmiri Khalil, assinou a declaração de Osama bin Laden apelando a ataques aos americanos, inclusive civis, e aos seus aliados. Suspeita-se que Bin Laden também financia o Jaish, afirmam responsáveis dos EUA e da Índia. E Maulana Masood Azhar, que financiou o Jaish, viajou ao Afeganistão por diversas vezes a fim de encontrar-se com bin Laden.

Onde foram treinados estes militantes islâmicos?
A muitos foi dado treinamento ideológico nas mesmas madrassas (seminários muçulmanos) onde ensinavam os combatentes estrangeiros e talibans, no Afeganistão ou em aldeias na Caxemira controladas pelo Paquistão. Grupos extremistas abriram recentemente várias novas madrassas em Azad Kashmir. 9

Aquilo que o CFR não menciona são as ligações entre o ISI e a CIA. Como confirmam os textos de Zbigniew Brzezinski (que também é membro do CFR) a "brigada islâmica internacional" foi uma criação da CIA.

Ataque ao Parlamento indiano

O ataque de Dezembro de 2001 ao Parlamento indiano, seguido pelos ataques terroristas e tumultos étnicos em Gujarat no princípio de 2002, foram o culminar de um processo iniciado na década de 1980, financiado pelo dinheiro da droga e instigado pela inteligência militar do Paquistão. Estes ataques terroristas apoiados pelo ISI serviram os interesses geopolíticos dos EUA. Eles não só contribuíram para o enfraquecimento e fracturação da União Indiana como também criaram condições que favorecem o desencadeamento de uma guerra regional entre o Paquistão e a Índia.

Entrelaçando alianças militares

Em fins de 1998 a Rússia assinou um "acordo de cooperação militar a longo prazo" com a Índia, o qual foi seguido no princípio de 1999 por um acordo de defesa entre a Índia e a França. O acordo entre Delhi e Paris incluiu a transferência de tecnologia militar francesa, bem como investimentos de multinacionais francesas na indústria da defesa da Índia. Estes incluem instalações para a produção de mísseis balísticos e ogivas nucleares, em que as empresas francesas têm perícia.

Este acordo franco-indiano tem uma influência directa nas relações indo-paquistanesas. Ele também entra em choque com os interesses estratégicos americanos na Ásia Central e do Sul. Enquanto Washington tem estado a despejar ajuda militar dentro do Paquistão, a Índia está a ser apoiada pela França e pela Rússia.

Apenas uma poucas semanas após os bombardeamentos de 2001 contra o Afeganistão, a França e a Índia efectuaram exercícios militares conjuntos no Mar Arábico. Na sequência imediata do 11 de Setembro a Índia também recebeu grandes quantidades de armas russas no âmbito do acordo de cooperação indo-russo.

Enquanto a França e os EUA parecem estar em lados opostos no conflito indo-paquistanês, a França também fornece equipamento militar ao Paquistão, em concorrência com os produtores de armas dos EUA. De uma forma geral, este conflito significa milhares de milhões de dólares de lucros para os fornecedores de armas da Rússia e do Ocidente. Em relação a isto, a política externa dos EUA é montada de forma a assegurar um mercado para os produtores de armas dos Cinco Grandes, agora aliados com os sistemas da British Aerospace, contra os seus concorrentes franceses e russos.

No princípio de Maio, a França incitou o seu ministro da defesa, Michele Alliot-Marie a ir ao Paquistão a seguir a um ataque terrorista que levou à morte de 11 franceses da Direction des Constructions Navales (DCN) envolvidos na construção de três submarinos Agosta para a Marinha do Paquistão. O ataque, que muito provavelmente foi politicamente motivado, poderia conduzir à suspensão das entregas de armas da França ao Paquistão. A suspensão serviria os interesses dos produtores de armas dos EUA.

À beira da guerra

Esta semana o primeiro-ministro indiano, Vajpayee, declarou que a Índia está preparada para ir à guerra em reposta aos ataques terroristas. Delhi advertiu Islamabad quanto a uma "batalha decisiva" contra o terrorismo e "conclamou os seus soldados postados na tensa fronteira da Caxemira para estarem prontos para o sacrifício". O Paquistão retorquiu "que qualquer acção de cruzamento da fronteira pela Índia provocaria retaliação", a qual poderia previsivelmente "disparar um conflito mais vasto entre os vizinhos com armas nucleares". 10

Enquanto isso, navios da Armada indiana posicionaram-se no Mar Arábico, na proximidade da costa paquistanesa. Um relatório da Jane Defense Weekly confirma que o Comando Estratégico Nuclear (CEN) da Índia deverá estar pronto em Junho. 11 O CEN será comandado pela Força Aérea Indiana (IAF). Diz-se que a Índia tem 60 ogivas nucleares, ao passo que o Paquistão teria 25. O uso de armas nucleares não pode ser posto de parte. Ambos os países activaram suas forças de reserva.

O papel dos EUA

O general Pervez Musharraf é um fantoche dos EUA. Desde o começo da campanha de bombardeamento do Afeganistão, a US Air Force contra o espaço aéreo do Paquistão bem como várias instalações militares no país. Os conselheiros militares e de inteligência americanos estão a trabalhar de perto com os paquistaneses:

 

Os Estados Unidos agora estão fortemente envolvidos na região. Dispõem de pleno uso de duas bases aéreas militares paquistanesas e desde o princípio da guerra tomaram o controlo de cerca de um terço do espaço aéreo do Paquistão a fim de facilitar suas operações militares no Afeganistão.

Mais de 35 mil soldados paquistaneses foram incumbidos de proteger as forças americanas estacionadas dentro do Paquistão. Além disso, 60 mil soldados paquistaneses foram despachado para a Linha Durand, os 1400 km da fronteira paquistanesa-afegã, a fim de capturar agentes da al-Qaida, incluindo Osama bin Laden, que pode ser tentado a cruzá-la. 12

Sob tais condições, na prática o Paquistão não pode travar uma guerra sem o sinal verde de Washington. O sub secretário de Estado Richard Armitage foi despachado por Washington para aquela região para consultas com ambos os governos. Armitage foi um dos principais arquitectos, durante a Administração Reagan, do apoio encoberto ao Mujahedin e às "bases de militantes islâmicos, tanto durante a guerra afegã-soviética como posteriormente. O apoio encoberto dos EUA era financiado pelo comércio de droga do Crescente Dourado. "Armitage, a quem foi negada em 1989 a nomeação como secretário de Estado Assistente devido às ligações Irão-Contra e outros escândalos, serviu como secretário da Defesa Assistente para Assuntos de Segurança Internacional nos anos Reagan. As condições do governo americano no processo Oliver North nomeavam especificamente Armitage como um dos responsáveis oficiais pelas transferências ilegais de armas para o Irão e os Contras". 13

Por outras palavras, estará Richard Armitage numa "missão de paz" ou ele é parte de uma operação de inteligência em andamento, a qual no final das contas consiste em fomentar a instabilidade política atiçando um país contra o outro?

O truque de Washington: Armar ambos os lados

Os EUA tem acordos de cooperação militar tanto com a Índia como com o Paquistão. A América vende armas a ambos os países (tal como a França). Ao mesmo tempo, Washington controla os tipos de sistemas avançados disponibilizados para cada país.

Ironicamente, enquanto os EUA são o mais próximo aliado do Paquistão, a cooperação militar indiano-americana deu um passo em frente a partir do 11 de Setembro. Em Novembro, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, durante uma visita oficial à Índia, declarou a necessidade de "fortalecer os laços militares e de defesa entre nossos dois países" no contexto da guerra ao terrorismo. 14 Uma delegação indiana de defesa dirigida pelo secretário da Defesa da Índia, Yogendra Narain, estava no Pentágono esta semana para "discutir perspectivas de cooperação militar, incluindo a expansão do seu âmbito, dimensão e frequência de exercícios conjuntos entre suas forças armadas". 15

Enquanto isso Washington aumentava seu apoio militar ao Paquistão. A Administração Bush, através da CIA, também superintende as operações encobertas de inteligência do ISI em apoio aos insurrectos islâmicos dentro da Índia.

Num país após outro, estas insurreições são utilizadas por Washington para desestabilizar sociedades nacionais. O padrão subjacente é muito semelhante àquele usado recentemente na Macedonia, onde as insurreições patrocinadas pelo KLA estavam a ser apoiadas pela NATO e pela ajuda militar dos EUA. Ao mesmo tempo, os EUA tinham um acordo de cooperação militar em andamento com o ministro macedonio da Defesa no contexto do Partenariado para o Programa de Paz. 16

Enquanto Washington arma o Paquistão, tem também um acordo de cooperação militar com a Índia, o qual foi concebido para dissuadir uma agressão armada e defender o território indiano. Além disso, nos bastidores — utilizando o ISI do Paquistão como um intermediário — a CIA está canalizando apoio (dinheiro e armas) para as forças separatistas de Caxemira. Numa ironia cruel, Washigton está a armar e a aconselhar ambos os lados com base em autorizações militares e de inteligência aprovadas pelo Congresso dos EUA.

"Dividir e reinar": Aconselhar ambos os lados acerca da conduta de guerra. Armar ambos os lados no conflito, alimentar o complexo militar-industrial da América. Desenvolver cooperação militar e de inteligência conjunta com ambos os países, capacitar os EUA a fiscalizarem o teatro de uma guerra eventual. Fracturar e empobrecer ambos os países. Restaurar o Império.

A agenda oculta é finalmente estender a esfera de influência dos EUA não só no interior da Ásia Central como também no sub-continente indiano.
 


Notas

1. Ver, por Ellis Shuman, Is Israel preparing to dismantle the Palestinian Authority? http://www.globalresearch.ca/articles/SHU204A.html , Centre for Research on Globalisation (CRG), www.globalresearch.ca   7 April 2002

2. Ver Ian Bruce, Military planners at the Pentagon have drawn up a blueprint for a two-pronged invasion of Iraq, CRG  1 February 2002) .

3 India Daily, 21 May 2002.

4. Citado no Hindustan Times, 23 May 2002

5. India Daily, 22 May 2002

6. Michel Chossudovsky, Coverup and Complicity, The Role of Pakistan's Military Intelligence, CRG, http://www.globalresearch.ca/articles/CHO111A.html , 2 November 2002.

7  See K. Subrahmanyam, Pakistan is Pursuing Asian Goals, India Abroad, 3 November 1995.

8 Council on Foreign Relations, Terrorism: Questions and Answers, Harakat ul-Mujahedeen, Lashkar-e-Taiba, Jaish-e-Muhammad, http://www.terrorismanswers.com/groups/harakat2.htm Washington 2002.

9. Ibid.

10. Dawn , 22 May 2002

11 Jane Defence Weekly citado no India Daily , 22 May 2002

12 The Independent, 29 December 2001

10 Ver Murali Ranganathan, Human Rights Report Draws Flak, News India , 16 September 1994.

13. Michael Ruppert,  Richard Armitage Quietly confirmed as Deputy Secretary of State, From the Wilderness, 25 March 2001

14. The New York Times, 5 November 2001

15.  The Hindustan Times, 22 May 2002.

16. Para outros pormenores ver Michel Chossudovsky, NATO Invades Macedonia, CRG, http://www.globalresearch.ca/articles/CHO108C.html , August 2001




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Este artigo encontra-se em http://resistir.info

25/Mai/02

 

(http://thecia.com.au/reviews/l/lord-of-war.shtml)

 


  

 

 

 

 

 

  

 

"How many people might
  these artfully arranged
  missiles kill
?" 

(http://www.ppu.org.uk/war/arms/armstrade.html?ppuframe=arms_history.html)

 

 

 

   

 

 

(http://www.ppu.org.uk/war/arms/armstrade.html?ppuframe=arms_history.html)

 

(http://teoriasfilosoficas.wordpress.com/2008/05/16/idade-contemporanea/bomba-atomica-1/