AVE DOÍDA - Poema de Diego Mendes Sousa
Por Diego Mendes Sousa Em: 21/08/2022, às 10H57
AVE DOÍDA
O poeta
é aquele
ser risível
que opera,
pesa, sente,
sangra
e galopa
insano.
Dói
o espanto
e se
descoisificam
os nomes.
Como dói o espanto?
Como dói o espanto!
Como dói o espanto.
O poeta dói-dói
é essa ave doída
ridícula e ferida
que sonda
o abismo
o tempo
a vida
as ruínas
e voa
só voa só voa
só voa
Poema de Diego Mendes Sousa
Fotografia de André Pessoa
Guarás no Delta do Rio Parnaíba, no litoral do Piauí