As obras rejeitadas de Rodin
Por Flávio Bittencourt Em: 25/09/2011, às 21H03
[Flávio Bittencourt]
As obras rejeitadas de Rodin
Lembra Rogel Samuel que o escritor Humberto de Campos, ao recontar essa estória, não explicou se o grande escultor francês cobrava com antecedência.
"Auguste Rodin | |
Nom de naissance | François-Auguste-René Rodin |
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Naissance | 12 novembre 1840 Paris (XIXe siècle) |
Décès | 17 novembre 1917 (à 77 ans) Meudon |
Nationalité | Française |
Profession | Sculpteur |
Distinctions | Musée Rodin Grand officier de la Légion d'honneur Chevalier de l'Ordre de Léopold de Belgique |
Auguste Rodin (François-Auguste-René Rodin), né à Paris le 12 novembre 1840 et mort à Meudon le 17 novembre 1917, est l'un des plus importants sculpteurs français de la seconde moitié du XIXe siècle. (...)
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L'Âge d'airain (Alte Nationalgalerie, Berlin)
(http://fr.wikipedia.org/wiki/Auguste_Rodin)
EM MEMÓRIA DO POETA AMAZONENSE
JOAQUIM ALENCAR E SILVA (1930 - 2011),
COM SAUDADE E GRANDE ADMIRAÇÃO
26.9.2011 - Quando Rogel Samuel comenta uma passagem das memórias de Humberto de Campos, uma dúvida surge - Não se sabe se o melhor da crônica rogelina é o texto escolhido de Humberto de Campos ou o comentário sobre o escrito selecionado para ser apresentado e, em elevado nível teórico-crítico, discutido pelo pesquisador, romancista da segunda vaga do pós-modernismo brasileiro, professor universitário e poeta amazonense-carioca. F. A. L. Bittencourt ([email protected])
"AS OBRAS REJEITADAS DE RODIN
Rogel Samuel
Conta Humberto de Campos numa divertida crônica do Mealheiro de Agripa que o jornalista argentino Soiza Reilly a serviço foi visitar o atelier de Rodin na Europa e que o grande escultor muito atenciosamente mostrou os diversos compartimentos do lugar.
Em determinado espaço o visitante viu dezenas de caixões empilhados que exibiam rótulos de estradas de ferro e linhas de vapores de navegação dos quatro cantos do orbe terrestre.
– Sabe o que contêm aquelas caixas? – perguntou Rodin.
– ?... – respondeu Reilly.
– São minhas obras devolvidas pelos motivos mais fúteis, disse o escultor, num protesto universal contra as minhas inovações, contra a minha escultura rebelde...
Soiza Reilly aproximou-se curioso e perguntou ao Mestre se ali havia alguma encomenda argentina.
– Sim, disse Rodin.
E acrescentou:
– “Uma senhora argentina, que me pareceu milionária, encomendou-me aqui o busto do esposo. Era um cavalheiro barbado, de aspecto magnífico.
– “Fiz o busto com uma barba soberba, que dava realce ao rosto, e embarquei-o para Buenos-Aires.
– “Dois meses depois recebo, de retorno, o caixão, seguido de uma carta em que a senhora me comunicava, chorosa, ter ficado viúva, e que o esposo cortara a barba antes de morrer...”
O que Humberto não conta era se o escultor cobrava com antecedência.
Acho que sim.
Essas estórias tristes me lembram as grandes e belas esculturas de bronze do Teatro Amazonas que foram jogadas no lixo, em Manaus, de autoria desconhecida por mim:
Eram duas imensas liras que iriam ornamentar cada um dos lados da fachada principal do Teatro, coisas imensas, e pesadas, feitas na França.
E um Apolo nu, de pé, compensando as deusas que lhe estariam por trás, num gesto feminino e elegante.
Aquelas obras foram jogadas num monturo de lixo da companhia de bondes e por lá ficaram durante décadas até que – dizem - o governador Álvaro Maia, que era um poeta, mandou derreter as liras e o próprio Apolo.
Certamente a maledicência pública não perdoaria se ele expusesse aquele homem nu em praça pública, cercado de duas liras.
'Triste sina, estranha condição'."
(http://www.blocosonline.com.br/home/index.php)