[Flávio Bittencourt]

As obras rejeitadas de Rodin

Lembra Rogel Samuel que o escritor Humberto de Campos, ao recontar essa estória, não explicou se o grande escultor francês cobrava com antecedência.

 

 

 

 

 

 

 

 
"Auguste Rodin
Rodin-cropped.png

Nom de naissance François-Auguste-René Rodin
Naissance 12 novembre 1840
Paris (XIXe siècle)
Décès 17 novembre 1917 (à 77 ans)
Meudon
Nationalité France Française
Profession Sculpteur
Distinctions Musée Rodin
Grand officier de la Légion d'honneur
Chevalier de l'Ordre de Léopold de Belgique
 
Rodin en 1905
par Gertrude Kasebier

 

 

Auguste Rodin (François-Auguste-René Rodin), né à Paris le 12 novembre 1840 et mort à Meudon le 17 novembre 1917, est l'un des plus importants sculpteurs français de la seconde moitié du XIXe siècle. (...)

 

 

 

 

 
Hôtel Biron et musée Rodin à Paris

  

 

Le Penseur

 

 

Monument pour Balzac (18911898). Musée Rodin

 

 
L'Ombre (Musée de l'Orangerie)

 

 

 
Dessin de Rodin"

(http://fr.wikipedia.org/wiki/Auguste_Rodin)

 

 

 

 

 

                                      EM MEMÓRIA DO POETA AMAZONENSE

                                      JOAQUIM ALENCAR E SILVA (1930 - 2011),

                                      COM SAUDADE E GRANDE ADMIRAÇÃO

 

 

 

26.9.2011 - Quando Rogel Samuel comenta uma passagem das memórias de Humberto de Campos, uma dúvida surge - Não se sabe se o melhor da crônica rogelina é o texto escolhido de Humberto de Campos ou o comentário sobre o escrito selecionado para ser apresentado e, em elevado nível teórico-crítico, discutido pelo pesquisador, romancista da segunda vaga do pós-modernismo brasileiro, professor universitário e poeta amazonense-carioca.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

  

 

"AS OBRAS REJEITADAS DE RODIN 

                                       Rogel Samuel

Conta Humberto de Campos numa divertida crônica do Mealheiro de Agripa que o jornalista argentino Soiza Reilly a serviço foi visitar o atelier de Rodin na Europa e que o grande escultor muito atenciosamente mostrou os diversos compartimentos do lugar.

Em determinado espaço o visitante viu dezenas de caixões empilhados que exibiam rótulos de estradas de ferro e linhas de vapores de navegação dos quatro cantos do orbe terrestre.

– Sabe o que contêm aquelas caixas? – perguntou Rodin.

– ?... – respondeu Reilly.

– São minhas obras devolvidas pelos motivos mais fúteis, disse o escultor, num protesto universal contra as minhas inovações, contra a minha escultura rebelde...

Soiza Reilly aproximou-se curioso e perguntou ao Mestre se ali havia alguma encomenda argentina.

– Sim, disse Rodin.

E acrescentou:

– “Uma senhora argentina, que me pareceu milionária, encomendou-me aqui o busto do esposo. Era um cavalheiro barbado, de aspecto magnífico.

– “Fiz o busto com uma barba soberba, que dava realce ao rosto, e embarquei-o para Buenos-Aires.

– “Dois meses depois recebo, de retorno, o caixão, seguido de uma carta em que a senhora me comunicava, chorosa, ter ficado viúva, e que o esposo cortara a barba antes de morrer...”

O que Humberto não conta era se o escultor cobrava com antecedência.

Acho que sim.

Essas estórias tristes me lembram as grandes e belas esculturas de bronze do Teatro Amazonas que foram jogadas no lixo, em Manaus, de autoria desconhecida por mim:

Eram duas imensas liras que iriam ornamentar cada um dos lados da fachada principal do Teatro, coisas imensas, e pesadas, feitas na França.

E um Apolo nu, de pé, compensando as deusas que lhe estariam por trás, num gesto feminino e elegante.

Aquelas obras foram jogadas num monturo de lixo da companhia de bondes e por lá ficaram durante décadas até que – dizem - o governador Álvaro Maia, que era um poeta, mandou derreter as liras e o próprio Apolo.

Certamente a maledicência pública não perdoaria se ele expusesse aquele homem nu em praça pública, cercado de duas liras.

'Triste sina, estranha condição'."

(http://www.blocosonline.com.br/home/index.php)