Algumas verdades do mentiroso Pinóquio
 
Haroldo Sereza escreveu sobre verdades do famoso boneco mentiroso de Colodi.

 

 

 

 

 

(http://fcbadesc.blogspot.com/2009/09/pinocchio-de-roberto-benigni.html,

onde se lê:

"Quinta-feira é dia de Cinema Italiano no Cineclube FCB em parceria com o Centro di Cultura Italiana. Amanhã, dia 10, será exibido dentro do ciclo Roberto Benigni, Pinóquio.

Assim como em seus outros filmes, Benigni se envolve no processo por completo, é co-roteirista, diretor e também protagonista.
 
Sinopse: Gepeto decide fazer um boneco de madeira para lhe fazer companhia. Para satisfazer seu desejo, uma fada dá vida a Pinóquio, o boneco de madeira que se envolve em diversas confusões.

 
A sessão começa às 18h30, bom filme"
 
 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://mc-downloads.org/pinoquio-dublado-dual-audio/,

onde se pode ler:

"Titulo Original: Pinocchio
Título Traduzido: Pinóquio
Gênero: Aventura/Fantasia/Infantil
Duração: 3h06min
Diretor: Alberto Sironi
Ano de Lançamento: 2008

Uma envolvente história baseada na mais famosa fábula de todo mundo. Pinóquio é um boneco de madeira construído por Gepetto, um pobre e solitário carpinteiro de bom coração, que se torna uma criança de verdade através da mágica da Fada Azul. Após ganhar vida, Pinóquio então começa a aprender sobre o mundo e descobrir todas as suas belezas e contradições. Uma cativante história sobre pai e filho, que irão embarcar em uma aventura por lugares maravilhosos. Um conto de fadas que se tornará realidade".

(http://mc-downloads.org/pinoquio-dublado-dual-audio/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://static.blogstorage.hi-pi.com/photos/castrodaire.fotosblogue.com/images/gd/1266937098/Pinoquio.jpg)

 

 

 

(http://3.bp.blogspot.com/_CBMj76RLNB8/SpsVTkbnZsI/AAAAAAAABC8/i-q4UzQ0SJQ/s400/pinocchio.jpg)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://oarquivodabiblioteca.blogspot.com/,

onde se pode ler:

"As aventuras de Pinóquio : história de um boneco / Carlos Collodi


AUTOR(ES): Collodi, Carlo, pseud.
EDIÇÃO: 2a ed
PUBLICAÇÃO: [S.l.] : Ed. Paulistas, 1956 (Lisboa : -- Pia Soc. de são Paulo)

Collodi

Carlo Collodi, pseudónimo de Carlo Lorenzini, (Florença, 1826 - 1890), colaborou em numerosos jornais, escreveu romances e peças de teatro. Começou a dedicar-se à literatura para a infância em 1875; adoptou entretanto o pseudónimo de Collodi, nome da terra natal de sua mãe. A sua obra-prima, As Aventuras de Pinóquio, foi inicialmente publicada em episódios no Giornale per i Bambini, surgindo em livro em 1883
"

 

 

 

 

(http://historiascomcarlitos.blogspot.com/2010/02/pinocchio.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://bibi.org/tag/books/page/19/)

 

 

 

(http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/books/features/the-bloodiest-bedtime-stories-1795966.html?action=Popup&ino=3)

 


 


 
 
 
16.4.2010 - Em dez./2002 Haroldo Sereza publicou artigo sobre Verdades do boneco Pinóquio, no suplemento Anexo, do jornal A Notícia, de Joinville, Estado de Santa Catarina -  Vale a pena reler o artigo de H. Sereza. Considere-se, por exemplo, o seguinte trecho do artigo: "(...) Pinóquio não se contenta com o mundo que Gepeto, seu pai e também senhor, lhe oferece. Quando mente (e como mente), procura esconder não só os atos, mas também os resultados negativos de sua ousadia. Natural, diante da repressão. "As Aventuras de Pinóquio", assim, e só elas, é que realizam o destino daquele pedaço de madeira, fruto da natureza, portanto: o de se civilizar e poder olhar para o velho brinquedo com um certo desdém depois de superar suas primeiras limitações - e garantir uma relativa e necessária independência em relação a Gepeto. (...)". Sim, importa esse texto. Por isso, ele a seguir está transcrito. 
 
 

Joinville - Domingo, 8.12.2002, Santa Catarina, Brasil

ANotícia / ANEXO

 

 

""Verdades
do boneco Pinóquio

 


 

Personagem tem muito a ensinar não apenas aos meninos e meninas, mas também aos que temem riscos ou ousadias

 


 

por Haroldo Ceravolo Sereza

 


"São Paulo - Pinóquio está completando 120 anos, mas, convenhamos, só se comemoram 120 anos de um livro, de um autor, de alguém supostamente morto ou de um boneco quando a vontade de falar dele é imensa. O problema é que Pinóquio, a marionete de madeira, não se resume ao nariz. A fábula escrita pelo falimentar jornalista Carlo Colodi, que ganhou nova edição pela Iluminuras - "As Aventuras de Pinóquio" - resiste como um dos livros mais criadores de sentido feitos no século 19. Além dessa versão, há pelo menos mais três integrais da obra no mercado brasileiro com impressões em 2002. E isso porque ainda não se sabe quando e com que força o filme de Roberto Benigni, inspirado no texto de Colodi, chegará ao Brasil - sua estréia na Itália rendeu 7,02 milhões de euros, superando o recordista "O Senhor dos Anéis", que obtve 5,86 milhões de euros.


Mas voltemos à obra. Giorgio Manganelli, em "Pinóquio: Um Livro Paralelo" (Companhia das Letras), pula escandalosa e maravilhosamente de palavra em palavra e mostra que "a escolha pelo pedaço de madeira parece de singular importância". Pinóquio, para Manganelli, é um ser que vive um conflito entre destinação e destino. Para quem não lembra, Pinóquio, antes de chegar às mãos do velho Gepeto, senhor apelidado de "Polentinha" que usa peruca amarelinha, é um pedaço de lenha para queimar, que reage aos golpes de outro "vovô", chamado mestre Cereja. Para Manganelli, o humilde Cereja, o primeiro a ouvir a "vozinha" do futuro Pinóquio, é uma espécie de destinatário errado, "cuja função é tornar o pedaço de madeira consciente do seu destino".


É hora de abandonar Manganelli. Qual o destino de Pinóquio? A vida de Pinóquio se divide entre ser bem-comportado e se divertir, entre cumprir os deveres e descobrir o mundo, entre falar a verdade e mentir. Pinóquio, na verdade, quer e precisa deixar de ser uma marionete. E o que é uma marionete? Um boneco totalmente controlado por outro homem - Gepeto, no início do livro, conta a Cereja por que pretende criá-la: "Pensei em fabricar sozinho uma linda marionete de madeira. Mas uma marionete maravilhosa, que saiba dançar, esgrimir e dar saltos mortais. Com essa marionete quero rodar o mundo, para conseguir um pedaço de pão e um copo de vinho".


Sim, o pobre homem Gepeto, que vende o seu casaco para comprar um livro didático para Pinóquio, imagina-o como uma fonte de renda, capaz de lhe fornecer pão e vinho. Uma leitura radical e politicamente correta veria aí a expressão clara da exploração do trabalho - infantil, ainda por cima.
O destino de Pinóquio, portanto, é o de todo homem - se libertar desse jugo. Ele quer ser um menino, um menino de verdade, mas não passa de uma marionete. Se fosse, de cara, o tal bom menino, não haveria a transformação, ou metamorfose. Antes de adotar o bom comportamento, é preciso conhecer o mundo - seja na companhia dos maus e perigosos alunos, seja se arriscando com o "Gato e a Raposa", seja nas asas de uma pomba - Pinóquio vôa sobre o mundo, o que não é pouco.


Pinóquio, nesse sentido, não é uma história infantil a se analisar apenas psicanaliticamente, mas também no seu aspecto político - num sentido lato, e não na comparação direta com um mentiroso daqui, outro de lá. Principalmente porque, desde o começo, Pinóquio tem plena consciência de quando está agindo de acordo com as regras e quando está as esgarçando ou mesmo transgredindo. A figura que representa sua consiência é, claro, o Grilo-Falante. Pinóquio sabe que, para expandir seu conhecimento do mundo, para provar novas experiências, precisa, num certo sentido, se livrar da repressão do estabelecido - e mata, logo de cara, o Grilo-Falante. Seus atos seguem conscientes (e o sinal evidente disso é o ressurgimento do Grilo) e fruto de uma decisão clara entre os dois pólos.


Pinóquio não se contenta com o mundo que Gepeto, seu pai e também senhor, lhe oferece. Quando mente (e como mente), procura esconder não só os atos, mas também os resultados negativos de sua ousadia. Natural, diante da repressão. "As Aventuras de Pinóquio", assim, e só elas, é que realizam o destino daquele pedaço de madeira, fruto da natureza, portanto: o de se civilizar e poder olhar para o velho brinquedo com um certo desdém depois de superar suas primeiras limitações - e garantir uma relativa e necessária independência em relação a Gepeto.


O resultado dessa leitura um tanto livre e descuidada é a conclusão de que Pinóquio tem muito a ensinar não apenas aos meninos e meninas que encontram nesse livro de 120 anos uma atualização fantástica dos contos de fadas, mas também a todos aqueles que se paralisam e que não se permitem nenhum risco, nenhuma ousadia, nenhuma aventura no seu sentido mais real e verdadeiro.


"As Aventuras de Pinóquio", Carlo Colodi, Editora Iluminuras, 156 páginas (...)"

"Pinóquio: Um Livro Paralelo", Giorgio Manganelli, Companhia das Letras, 200 páginas (...)".

(http://www1.an.com.br/2002/dez/08/0ane.htm)

 

 

 

 
 
 
 

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ROMANCE DE DÍLSON LAGES MONTEIRO, editor deste Entre-textos

 

 

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