O nacionalismo galego, basco e catalám com representaçom no Congresso espanhol dos Deputados volverá defender o uso das respetivas línguas na Câmara, calhando com o debate da reforma do regulamento da instituiçom, que inicia esta semana.
O presidente do Congresso, Jesús Posada, convocou para a terça-feira umha reuniom da Comissom do Regulamento, que ele próprio chefia, para fixar um calendário de trabalho.
Atualmente o BNG, incluído no Grupo Misto, é o único representante do nacionalismo galego na Câmara espanhola. O nacionalismo catalám está representado por CiU e ERC (esta última, no Misto), enquanto o basco conta com EAJ-PNV, Amaiur e Geroa Bai (as duas últimas formações, também no Misto).
Há poucos dias, um representante da ERC, Joan Tardà, foi expulso de umha sessom do Congresso por recusar-se a falar em castelhano. Nas suas próprias palavras, «um único deputado a falar em catalám pode obrigar o resto da Câmara». Desta maneira, além de reivindicar o uso do catalám, protestava contra umha sentença judicial na Catalunha que obriga a ministrar aulas em castelhano mesmo que só seja solicitado por um único aluno."
"DE ACORDO COM O EMINENTE LINGUISTA W. J. ENTWISTLE (1895 - 1952), ESTUDIOSO DE IDIOMAS DA PENÍNSULA IBÉRICA E CERVANTISTA INGLÊS, QUE FOI CATEDRÁTICO DA UNIVERSIDADE DE OXFORD, AS LÍNGUAS DA ESPANHA SÃO: "Castellano, Catalán, Vasco [BASCO] E Gallego-Portugués".
(C R..., CF. ENTWISTLE, William J., Las lenguas de España: Castellano, Catalán, Vasco y Gallego-Portugués. Madrid: Istmo, 1969)
Catedràtic de la universitat d'Oxford, va succeir en la Càtedra Alfons XIII a Salvador de Madariaga. És autor d'un completíssim estudi sobre el cicle artúric en les lletres espanyoles, The Arturian Legend in the Literatures of the Spanish Peninsula (Londres, 1925). Va publicar, a mes, The Spanish Language (1936), una visió de conjunt de les llengües peninsulars; European Balladry (1939), una biografia interpretativa; Cervantes (1940) i alguns capítols a Spain, a Companion to Spanish Studies (1929) i en el Handbook to the Study and Teaching of Spanish.
"Mural nacionalista irlandés em Belfast, mostrando solidaridade com o nacionalismo basco. Pode se apreciar no mesmo um mapa de Euskal Herria [PAÍS BASCO]."
A Ikurriña, bandeira do país basco [ABAIXO REPRODUZIDA COM PROPORÇÕES OFICIAIS], foi criada en 1894 pelos irmãos Luis e Sabino Arana (o fundador do Partido Nacionalista Basco), e num princípio correspondia, dentro da série de bandeiras que desenharam, à que identificava o território de Vizcaya. Posteriormente passou a representar aos sete territórios bascos e, com a constituição da comunidade autônoma do País Basco ou Euskadi, se adotou como sua bandeira oficial
O Governo da Bolívia exige uma posição oficial da ONU e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos sobre a decisão de Portugal, Espanha, França e Itália de encerrarem os respectivos espaços aéreos à passagem do avião do Presidente Evo Morales.
"O Governo está a dar seguimento a todas as denúncias a nível internacional. Já fizemos uma denúncia às Nações Unidas e faremos uma denúncia ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos nas próximas horas", disse nesta quarta-feira o vice-presidente da Bolívia, Alvaro Garcia, numa conferência de imprensa em La Paz.
O n.º 2 do Governo boliviano disse que o objectivo do país é "dar início a um processo contra os responsáveis por esta violação do Direito internacional, por terem posto em risco a vida do Presidente, proibindo-o de passar pelo território de alguns países europeus, algo que não acontece nem em tempo de guerra".
O plano de voo inicial do Falcon 900EX da Força Aérea da Bolívia previa uma escala em Lisboa, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros português disse hoje, em comunicado, que o sobrevoo e a aterragem foram cancelados na segunda-feira, dia 1, por "considerações técnicas". O PÚBLICO tem tentado contactar o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Miguel Guedes, para obter mais informações e esclarecer que tipo de "considerações técnicas" levaram ao cancelamento da autorização de aterragem em Lisboa, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês foi questionado nesta quarta-feira sobre o caso, mas não adiantou pormenores: "Foi dada autorização para o sobrevoo do território nacional [de França] pelo avião do Presidente da Bolívia. Não queremos alimentar nenhuma controvérsia sobre este assunto através da imprensa", cita o jornal britânico The Guardian.
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, classificou este caso como "artificial" e o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, José Manuel García-Margallo, negou que Madrid tenha alguma vez negado o sobrevoo ou a aterragem do avião de Evo Morales. Apesar desta versão oficial, o jornal El País cita "fontes diplomáticas" para dizer que o embaixador espanhol em Viena, Alberto Carnero, "teve um papel decisivo para o desbloqueio da crise, ao negociar durante toda a noite com o Presidente boliviano para que este autorizasse as autoridades austríacas a revistarem o avião", segundo as mesmas fontes "a pedido dos Estados Unidos".
Palestra proferida pelo Prof. Alfredo Maceira Rodrigues (UCB) no 7º Congresso Nacional de Lingüística e Filologia realizado nos dias 25 a 29 de agosto de 2003 na UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro
O basco, também chamado eusquera, euskero, euskara ou euscaro é uma língua ao que parece única, pois, apesar de muitas tentativas e de hipóteses diversas não se pôde relacionar com qualquer outra língua viva ou extinta ou filiá-la a alguma família lingüística conhecida. Sabe-se que é muito antiga e que seu território parece ter-se estendido por regiões vizinhas, mas seu território tem diminuído nos últimos séculos. Atualmente há um forte movimento de valorização dessa língua por servir de suporte a uma antiga aspiração separatista.
Calcula-se que o basco seja falado por uma comunidade lingüística que oscila entre 600.000 a 700.000 indivíduos, que se denominam euskaldun (falante de basco). A maior parte desta comunidade lingüística reside no País Basco (Euskal Herria). Esta comunidade autônoma do Estado Espanhol é composta de três províncias: Álava, Guipúscoa e Biscaia, no entanto o domínio da línguabasca, por um lado não cobre totalmente o País Basco e por outro estende se por parte da vizinha comunidade autônoma de Navarra, também no Estado Espanhol e pelo departamento dos Pirineus Ocidentais, na França, conhecido também como País Basco francês. A área da línguabasca cobre total ou parcialmente sete territórios. De oeste para leste, esta área inclui no Estado Espanhol: a província de Biscaia (exceto o canto ao ocidente de Bilbao e a própria cidade); a parte norte da província de Álava; a província de Guipúscoa, e a área noroeste da comunidade autônoma de Navarra. Na França: o território de Lebourd (exceto as áreas urbanas de Baiona, Anglet e Biarritz); a Baixa Navarra e o território de Soule.
Parece que o basco sempre foi falado por uma pequena comunidade que nunca iria além de 700.000 pessoas. Na Idade Média, a área cobria todo o País Basco, menos a ponta ocidental de Biscaia e a ponta mais ao sul de Navarra e Álava. Durante séculos, esta área se expandiu além do País Basco para o sul, partes da região da Rioja, e para o norte de Burgos. Possivelmente tenha havido variedades dialetais.
A partir da Idade Média, a área em que o euscaro era a língua de comunicação dominante tem encolhido continuamente. No século XVIII perdeu grande parte da província de Álava e, no século XIX, grandes partes de Navarra. Por outro lado, as fronteiras do norte permaneceram estáveis porque a língua em contato não era o francês e sim o gascão, uma variedade remota do ocitânico. Hoje, o território do euscaro está reduzido a Biscaia (menos a ponta ocidental e a cidade de Bilbao), Guipúscoa, a área noroeste de Navarra e o País Basco do Norte (na França), exceto as áreas urbanas. Hoje, na área do basco, só um quarto dos habitantes do País Basco e pouco mais da metade de todo o território do domínio conhecem a línguabasca. Atualmente, o número está aumentando devido às novas gerações que têm o basco na escola, assim como a muitos adultos que o estudaram ou estão estudando. (Fonte: Intxausti, 1990.)
Aparecem nomes próprios em inscrições romanas na Aquitânia (antropônimos e nomes de divindades). Há também alguns adjetivos e sufixos. Os primeiros traços escritos pertencem aos primeiros séculos da nossa era.
Como vimos, o basco não pertence a qualquer família lingüística conhecida. Constitui uma ilha lingüística, pois todas as línguas de seu entorno têm origem indo-européia, contudo, historicamente vem recebendo empréstimos do latim e de outras línguas.
O basco está dividido em vários dialetos, mas a língua que se estuda atualmente é uma espécie de coiné chamada Euskara Batua.
Presente do indicativo do verbo IZAN (ser, estar), comparado com outras línguas.
Português
Basco
Sânscrito
Grego Clássico
Latim
Sou
Naiz
Asmi
Eimi
Sum
És
Haiz (Zara)
Asi
Ei
Es
É
Da
Asti
Esti
Est
Somos
Gara
Smah
Esmen
Sumus
Sois
Zarete
Stha
Este
Estis
São
Dira
Sauti
Eisi(n)
Sunt
Comparação de algum vocabulário do basco com o de outras línguas.
O vocabulário basco é formado de palavras bascas antigas e de empréstimos indo-europeus, porém os elementos gramaticais não têm qualquer relação com o indo-europeu. A flexão nominal e verbal do basco é completamente diferente. Uma de suas características mais importantes é o caso ergativo. Neste caso encontram-se os sujeitos dos verbos transitivos, marcados com o morfema sufixal k.
O basco teria tido relações históricas com o caucásico do norte, do sul ou com ambos. Nunca foi uma língua homogênea. Nele parecem encontrar-se traços que remontariam ao paleolítico.
As inscrições pré-romanas da Aquitânia são o mais antigo testemunho do basco.
O ibero era uma língua não-indo-européia com a qual o basco deve ter estado em contato, mas os textos iberos encontrados não puderam ser decifrados com o aŭílio do basco.
Através da história, o basco tomou empréstimos não só do latim, castelhano e francês, mas também do céltico: zilar (prata); do árabe; azoka (mercado), gutuna (letra). Por outro lado, palavras como o espanhol izquierdo, o português esquerdo, o catalão e o gascão esquerre têm origem no basco esquerra, ezker, assim como as palavras espanholas chatarra (sucata, ferro-velho) e chaparro (mata rasteira), se originam respectivamente nas palavras bascas txatarra e txaparro.
A línguabasca não foi escrita até o século XVI, o que não foi obstáculo para o desenvolvimento de uma rica literatura oral, que se mantém viva ate hoje. Curiosamente, os primeiros textos em línguabasca aparecem nas Glosas Emilianenses do século X. O Codex Calixtinus do século XII contém algum vocabulário basco dos peregrinos que faziam sua peregrinação a Santiago de Compostela, mas o primeiro livro escrito em basco por Bernard Dechepare, Linguae Vasconum Primitiae, não foi publicado até 1545.
Um movimento importante para o basco foi a recente abertura de escolas chamadas ikastolas. Uma rede paralela de escolas foi organizada para satisfazer o ensino do basco. Hoje estas escolas estão fazendo parte da rede escolar da Comunidade Autônoma, mas no País Basco Francês e em algumas partes de Navarra, as ikastolas são as únicas que oferecem ensino da língua.
O Príncipe Luis Luciano Bonaparte publicou em 1883 sua Carta Lingüística. Nesta obra considera o basco dividido em sete dialetos principais (o roncalês, o 8o, já estava morto), e vários subdialetos. O motivo de tanta diversificação é a situação geográfica e o fato de que até recentemente o basco era falado principalmente em áreas rurais. Com a finalidade de modernizar a língua, a partir de 1964, passou a pensar-se em uma língua unificada. A Euskaltzaindia (Academia da LínguaBasca), fundada em 1918, encarregou-se dessa tarefa a partir de 1968. A língua unificada basca recebeu o nome de Euskara Batua e está baseada principalmente na variedade de dialetos desde Leburde (com maior tradição literária) até Guipúscoa. Apesar de controvérsias, o Euskara Batua é atualmente a variedade de basco usado na mídia, na literatura e no ensino.
A pronúncia do basco não oferece grandes dificuldades:
Existem apenas cinco fonemas vocálicos, como no castelhano, embora a sílaba tônica seja flutuante. A palavra isolada é pronunciada como oxítona.
Alguns fonemas consonantais:
g: ge e gi como em castelhano e português gue e gui, respectivamente; tx: como ch em castelhano em coche; ts: semelhante a tx, porém mais suave; tz: semelhante ao italiano zz em pizza. x: semelhante ao sh em inglês em show; z: s sibilante.
Primeira Lição = Lehenengo Ikasgaia
Saudações = Agurrak
Kaixo!
Oi, alô.
Arratsaldeon!
Boa tarde!
Ni Mikel naiz.
Eu sou Mikel
Nor zara zu?
Quem é você?
Ni Nerea naiz.
Eu sou Nerea.
Eta zu? Zu Txomin zara?
E você? Você é Txomin?
Números = Zenbakiak
O sistema numeral do basco é vigesimal. Aqui apresentamos os números mais baixos e uma amostra representativa dos demais.
1 bat
11 hamaika, hameka
2 bi, biga
12 hamabi
3 hiru, hirur
13 hamahiru, hamahirur
4 lau, laur
14 hamalau, hamalaur
5 bost, bortz
15 hamabost, hamabortz
6 sei
16 hamasei
7 zazpi
17 hamazazpi
8 zortzi
18 hemezortzi
9 bederatzi
19 hemeretzi
10 hamar
20 hogei, hogoi
21 hogeitabat
31 hogeitahamaika
22 hogeitabi
32 hogeitahamabi
23 hogeitahiru
33 hogeitahamahiru
24 hogeitalau
25 hogeitabost
40 berrogei
26 hogeitasei
41 berrogeitabat
27 hogeitazazpi
28 hogeitazortzi
50 berrogeitahamar
29 hogeitabederatzi
51 berrogeitahamaika
30 hogeitahamar
60 hirurogei
70 hirurogeitahamar
80 laurogei
90 laurogeitahamar
100 ehun
1000 mila
Assim, por exemplo, 637 é escrito seirehun (ta) hogeitahamazazpi, enquanto 2429 é escrito bi mila laurehun (ta) hogeitabederatzi. 1 casa– etxe bat; 2 casas– bi etxe (observe a mudança na ordem vocabular); 3 casas – hiru etxe; 4 casas – lau etxe
Nomes dos dias da semana.
Segunda-feira
astelehen
Terça-feira
astearte
Quarta-feira
asteazken
Quinta-feira
ortzegun, ostegun
Sexta-feira
ortzirale, ortzilare, ostiral (a)
Sábado
larunbat
Domingo
igande
Os três primeiros são compostos de aste (semana) com lehen (primeiro), arte (intervalo, entre) e azken (último). Estas formações transparentes não encontram paralelo em qualquer outro lugar.
A morfologia nominal é predominantemente aglutinante, assim como a verbal, mas esta, ao mesmo tempo, exibe um alto grau analítico. A língua é exclusivamente sufixal, com exceção de alguns prefixos na morfologia verbal. A derivação prefixal só se encontra em neologismos. O processo de composição é produtivo para substantivos, verbos e para alguns adjetivos.
O basco não marca o gênero gramatical. Só há gênero no tratamento familiar na morfologia verbal. Nos substantivos e adjetivos só pode aparecer como empréstimo do espanhol, fenômeno moderno. O sexo só se marca quando se relaciona com o pronome da segunda pessoa do singular. às vezes é marcado no verbo.
Os substantivos não são flexionados diretamente: somente os sintagmas nominais são flexionados no final. Com raras exceções, o sintagma nominal contém um determinante. Os determinantes são de dois tipos: definidos e indefinidos.
ni (eu), hi (tu, você), gu (nós), zu (vós), zuek (vocês).
Hi é de uso muito restrito, somente se usa entre familiares ou pessoas íntimas. Geralmente se usa zu (vós), mesmo para uma pessoa só.
Em geral, não há pronomes de terceira pessoa. Em seu lugar usam-se os demonstrativos hau (este); hori (aí), e hura (lá). Estes três demonstrativos suprem a falta dos pronomes de terceira pessoa. Algumas variedades ocidentais criaram recentemente os pronomes de terceira pessoa bera (ele / ela) e berak ou eurak (eles / elas). Estas formas eram usadas historicamente como pronomes enfáticos (ele mesmo, etc.).
O singular é indicado pelo determinante -a (o, a) e o plural é formado com a adição do morfema -k a este determinante. às vezes ocorre mudança a > e por motivos fonéticos. Quando há numeral, demonstrativo ou quantificador na sentença não se usa morfema de plural.
Há quatro determinantes definidos: os três demonstrativos: hau (este); hori (aí); hura (lá), e o artigo definido: o sufixo a (o, a). Estes quatro determinantes diferenciam o número (singular e plural). Todos os outros determinantes são indefinidos e não podem fazer distinção de número. Vejamos alguns exemplos com o uso de etxe (casa):
etxea (a casa); etxeak (as casas); etxe zuria (a casa branca); etxe zuriak (as casas brancas); etxe bat (uma casa ou uma certa casa, dependendo da acentuação prosódica); etxe zuri bat (uma casa branca); bi etxe (duas casas); bi etxe zuri (duas casas brancas); etxe asko (muitas casas); etxe hau (esta casa); etxe hauek (estas casas); etxe zuri hau (esta casa branca)
Existe mais de uma dúzia de casos marcados com sufixos. Com somente algumas complicações fonológicas triviais, todos os sintagmas nominais da língua flexionam de maneira idêntica, exceto os animados, que formam seus casos de maneira algo diferente dos inanimados.
A morfologia nominal é ergativa. O sujeito de verbo intransitivo e o objeto direto de verbo transitivo pertencem ao caso absolutivo (sufixo zero). O sujeito de um verbo transitivo pertence ao caso ergativo (sufixo k). A marcação do caso ergativo aplica-se a todos os tipos de combinações de sintagmas nominais, em todos os tempos, aspectos e modos e em todo tipo de orações.
Absolutivo: zero (sujeitos intransitivos, objetos diretos)
Ergativo: -k (sujeitos transitivos)
Dativo: -i (objetos indiretos, dativos éticos)
Genitivo: -ren ,-ko (possuidores), (-ko funciona como genitivo quando se refere a local)
Locativo: -n (lugar de permanência - em, a; movimento - para)
Ablativo: -tik (origem do movimento - de)
Alativo: -ra (objetivo do movimento - para, a)
Terminativo: -raino (terminação - até)
Direcional: -rantz (direção do movimento - para)
Benefactivo: -entzat (beneficiário - para uma pessoa)
Destinativo: -rako (destinação inanimada - para uma coisa)
Há outros dois sufixos que às vezes são tratados como casos, mas eles não podem ser adicionados a sintagmas nominais que contenham um determinante.
Partitivo: -ik (objeto direto de verbos de negação; sujeito de negativo existencial; indefinido de cujo todo é expressa uma parte)
Essivo / Translativo: -tzat (capacidade na qual alguém funciona ou para a qual alguém é transferido - como, para, zero)
O absolutivo caracteriza-se pela ausência de morfema marcador. Sua marca é zero.
O ergativo é marcado com k no final do morfema nominal. O ergativo marca o sujeito dos verbos transitivos.
O dativo corresponde aproximadamente ao dativo do latim, representado no português pelo objeto indireto. O basco marca o dativo no final do sintagma nominal com i.
Absolutivo otsoa etorri da.
otso (lobo)-det etorri (chegado) da (forma do aŭiliar izan = ser, estar)
O lobo é chegado (chegou). O sintagma nominal otso está no absolutivo.
Ergativo ehistariak otsoa harrapatu du.
ehistariak-det-E (caçador) otsoa-det (lobo) harrapatu (pegado) du (forma do aŭ. ukan = ter) O caçador tem pegado (pegou) o lobo.
Dativo zazpi gizoni eman diet lana
sete homem-D dar eles eu trabalho (diet aŭ 3a pl + 1a sing).
Eu tenho dado trabalho a sete homens.
Partitivo O partitivo pode ser marcado no absolutivo. Discute-se se o partitivo é um caso ou um determinante. Poderia ser considerado um pronome indefinido, com o significado aproximado de qualquer. Exemplo:
zazpi gizoni ez diet lanik eman.
sete homem-D não têm eles-eu trabalho-part dar (ik é o morfema partitivo)
Eu não tenho dado qualquer trabalho aos sete homens.
Morfema ga e morfema ta Quando uma posposição locacional tem um sintagma nominal animado, coloca-se ga entre o animado e seu complemento, mas, quando é inanimado, o morfema é ta. Exemplos:
a) gure amaren gan
nossa mãe-gen ga loc n (gen. -ren + ga + -en, locativa com perda do e)
em de nossa mãe
b) adidiske leialaren gan
amigo leal-det-gen ga-n-loc
em o do amigo leal (no do amigo leal)
Nos inanimados distingue-se entre os que têm determinantes singulares e os que não têm:
a) adiskedearen argazkian
amigo-gen foto-det-loc
na foto do amigo
b) Pirinioko mendio tan
Pirineus-gen mendi-pl ta-loc n
nas montanhas dos Pirineus
Quantificadores ordinais. São formados com o sufixo -garren acrescentado ao cardinal, menos bat (um), cujo ordinal é lehen (primeiro):
a) zapigarren etxea (a sétima casa)
b) hirugarren leihoa (a terceira janela)
A morfologia verbal é quase toda perifrástica. A grande maioria dos verbos só possui formas perifrásticas, que consistem numa forma não finita, marcada quando muito no aspecto, e um aŭiliar finito. O aŭiliar está marcado para tempo e modo e contém a concordância completa. A concordância é extensa: um verbo finito geralmente concorda em pessoa e número com seu sujeito e com seu objeto direto (se houver). A concordância com a 3a pessoa é zero, exceto para objetos indiretos e para o plural, que normalmente se marcam. A concordância é normalmente ergativa: prefixos para os absolutivos e sufixos para os ergativos. Algumas formas do passado são excepcionais por terem ergativos marcados por prefixos. Os objetos indiretos são marcados por sufixos precedidos por morfemas abertos, assinalando-os como dativos.
Os verbos intransitivos são conjugados com o aŭiliar izan (ser, estar), que também funciona como verbo independente. Os verbos transitivos são conjugados com o aŭiliar ukan (ter).
As variedades de basco espanhol têm dois verbos de ligação: izan (ser) e egon (estar). Izan é um verbo muito irregular.
O basco é basicamente uma língua SOV (sujeito - objeto - verbo), mas esta ordem não é rígida. Vejamos alguns exemplos:
umea kalean erori da criança-det rua-loc caída é
A criança é caída na rua
emakumeak gizona ikuri du mulher-det-E homem-det visto tem
A mulher tem visto o homem.
gizonak umeari liburua eman do homem-det-E criança-det-D livro-det dado tem
O homem tem dado o livro à criança.
Os principais sintagmas de uma oração, incluindo o verbo, podem se permitir alguma liberdade, porém a ordem vocabular dentro dos principais sintagmas é rígida.
O basco é uma língua que se inicia pelo final: todos os modificadores (exceto adjetivos lexicais) precedem seu elemento principal; isto inclui os modificadores complexos como as orações de relativo. A língua é exclusivamente posposicional.
O artigo indefinido é um sufixo, -a, no singular e -ak, no plural. O artigo indefinido bat e de uso restrito. Geralmente equivale a um certo. Exemplos:
etxe (casa), etxea (a casa), etxeak (as casas); etxe bat (uma certa casa); etxe zuria (a casa branca); etxe zuriak (as casas brancas); etxe zuri bat (uma casa branca).
De etxean (na casa), temos etxeko (quem / o que está na casa); isto é usado para formar sintagmas como etxeko atea (a porta da casa), etxeko andrea (a senhora da casa), etxeko giltza (a chave da casa), e etxekoak (as pessoas da casa).
Comparemos com o caso genitivo comum etxearen (da casa), como em etxaearen izena (o nome da casa) e etxearen historia (a história da casa).
O basco esteve em contato intenso com o latim e com o romance durante 2.000 anos, por isso recebeu milhares de empréstimos das línguas vizinhas.
Aqui estão alguns dos empréstimos mais antigos do latim:
liburu (livro); harea (areia); diru (dinheiro); katea (cadeia, corrente); ahate (pato); errege (rei); lege (lei); gerezi (cereja); ziape (mostarda); mila (mil); porru (alho-porro); eztainu (estanho, zinco); bago, pago (praia); aditu (ouvir, entender); bedeinkatu (benção); laket (agradar).
Entre os empréstimos posteriores do romance se encontram zeru (céu); putzu (poço); leku (lugar); berde (verde); motz (curto); oilo (galinha); horma (muro); kantu, kanta (canção); gustatu (agradar, gostar); pintza (membrana); mulo (meda, monte de feno); kobratu (coletar, cobrar); kotxe ou boitura (carro). Algumas palavras podem ser empréstimos muito antigos de línguas célticas, entre elas mando (mulo); maite (amado, a), e adar (chifre). Há um ou dois empréstimos do árabe, incluindo gutun (letra) e atorra (camisa).
Apesar dos empréstimos, o núcleo do vocabulário consiste de palavras indígenas. Exemplos:
gizon (homem); emakume (mulher); alaba (filha); seme (filho); neska (moça); mutil (garoto); gazte (jovem); haur (criança); ama (mãe); taita (pai); osaba (tio); iseka (tia); amama (avó); aitite (avô); adiskide (amigo); ehistari (caçador); buru (cabeça); mihi (língua); esku (mão); oin (pé); belarri (ouvido); bihotz (coração); zaldi (cavalo); urde, zerri (porco); otso (lobo); gure (nosso); bada (sim); ez (não); on (bom); eta (e); ongi (bem); txar (mau, ruim); handi (grande); zuri (branco); beltz (preto); mendi (montanha); ibai (rio); argi (luz, brilho); hotz (frio); ur (água); su (fogo); burdina (ferro); lur (terra); lana (trabalho); iturri (primavera); aste (semana); zembaki (número); izan (ser, estar); ukan (ter); etorri (vir, chegar); joan (ir); hartu (tomar, pegar); jaio (nascer); egin (fazer); eman (dar); harrapati (pegar, agarrar, caçar).
No século XIX, o nacionalista Sabino de Arana cunhou muitas centenas de neologismos, a maioria deles muito mal formados. Somente alguns encontraram lugar na língua: Euskadi (País Basco); idatzi (escrever); eratorri (derivar); ikurrin (bandeira basca); gudari (soldado basco); aberri (terra natal); abertzale (patriota). A maior parte de suas outras excêntricas criações são hoje peças de museu.
Nos últimos anos, o uso do basco para fins políticos, culturais e técnicos exigiu a cunhagem de milhares de neologismos como os seguintes: hozkailu (geladeira); hauteskunde (eleição); lagunkide (simpatizante); sudurkari (nasal); harremanak (relações); biderkatu (multiplicar); ikerketa (pesquisa); ortzune (cosmos); izenlagun (modificador adjetival complexo). Além destes, muitas palavras arcaicas e regionais foram postas em circulação, tais como berezkuntza (distinção) e etorki (origem, fonte). É de se notar o uso de palavras independentes como prefixos na criação de neologismos. O uso de prefixos é completamente novo no basco. Exemplos: gainjarri (sobrepor) de gain (topo) + jarri (pôr); aurrehistoria (pré-história) de aurre (frente); kontrajardun (opor) de kontra (contra) + jardun (atarefado). A palavra indígena irauli (virar, capotar) oferece bons exemplos de formação vocabular moderna. Seu significado foi ampliado para revolta, rebelde. A partir daí, formou-se iraultza (revolução), com o sufixo nativo -tza, que forma substantivos abstratos de ação e iraultzaile (revolucionário), com o sufixo nativo -tzaile (alguém que age). Este último produziu kontrairaultzaile (contra-revolucionário), com o novo prefixo kontra (contra), que é um empréstimo da preposição românica contra.
Amostra de um texto tirado de um artigo sobre educação da revista Argia. (A Luz)
Eusko Jaurlaritzako Hezkuntza Sailak aste honetan aurkeztuko duen eskola mapari buruz hainbat kezka zabaldu da. Sare publiko ordezkariei ez zaiela inolako informaziorik eman haizatu du EILAS sindikatuak. ARGIAk jakin duenez, sare pribatuan geratu diren ikastolek osatu duten partaide kooperatibak eta Eneko Oregik berriki izandako bilera modu txarrean amaitu zen.
Analisemos a primeira sentença:
Eusko Jaurlaritza (o Governo Basco). O sufixo -ko marca o sintagma como possessivo, modificando Hezkuntza Saila (o Departamento de Educação). Este, por sua vez, recebe o sufixo ergativo -k, marcando-o como sujeito de verbo transitivo. A seguir, aste (semana) e hon-, radical de hau (este); com a terminação locativa -n, (nesta semana). O morfema -ta- é uma anomalia encontrada em certas formas locais de caso; aurkeztu (apresentar), com o sufixo -ko, e du, forma do aŭiliar transitivo; a terminação -en indica que é oração de relativo; eskola mapa (mapa escolar). A terminação de dativo é marcada com -i porque buruz (a respeito) rege o caso dativo; hainbat (muitos) e kezka (problema) não levam artigo nem plural porque o quantificador hainbat não os aceita; zabaldu é o particípio perfectivo do verbo espalhar e da é o aŭiliar intransitivo porque o verbo está sendo usado passivamente.
Tradução: Surgiram muitas dificuldades com o mapa escolar que será apresentado esta semana pelo Departamento de Educação do Governo Basco.
Segunda sentença:
Sare (rede), publiko (público); ordezkari (representante), com a terminação de dativo plural -ei; ez (não). A forma aŭiliar zaielan é intransitiva marcada como dativo na 3a. pessoa do plural; este aŭiliar também leva o sufixo -la (aquele), que indica que a oração é subordinada. Inolako (de qualquer maneira) é um sintagma -ko do advérbio inola (de qualquer maneira). Informazio (informação) leva o afixo partitivo -® ik porque é o objeto lógico do verbo de negação que segue, que está na passiva, assim informaziorik é tecnicamente seu sujeito. Esse verbo é eman (dar); a forma perifrástica eman zaie significa que tem sido dado a eles, mas a forma completa aqui é ez zaiela ... eman, significando que alguma coisa não tem sido dada a eles. Haizatu (soprar) está sendo usado metaforicamente para significar protesto, reclamação e du é a forma aŭiliar transitiva. Finalmente, EILAS sindikatua (o sindicato EILAS) o -k marca-o como sujeito do verbo transitivo haizatu du.
Tradução: O sindicato EILAS lamenta que não tenha sido dado qualquer tipo de informação aos representantes do sistema escolar público.
A terceira sentença é um pouco mais complexa:
Argia (nome de uma revista) aparece com o sufixo ergativo -k. Jakin (conhecer) quando é imperfectivo, mas (descobrir) quando está em forma perfectiva, como aqui. O aŭiliar du leva dois sufixos: -en, para indicar oração subordinada, e o instrumental -z para indicar como, de que modo. Sare pribatu (rede privada), com o determinante -a e o sufixo do caso locativo -n, (em). Geratu (permanecer, estar) e o aŭiliar dira, intransitivo é marcado como sujeito na 3a. pessoa do plural; e -en, indicando que é uma oração de relativo. Ikastola (escola de línguabasca), aqui recebe a marca do ergativo plural -ek. Osatu (completar), aqui deve ser lido como juntar, formar; o aŭiliar transitivo é dute, marcado como sujeito de 3a pessoa do plural, e este aŭiliar também leva o sufixo -en de relativo. O sintagma partaide kooperatiba (cooperativa de sócios), também com sufixo de ergativo. Eta (e), Eneko Oregi (nome de um homem), marcado como ergativo. Advérbio berriki (recentemente). O verbo izan (ser, estar), usa-se supletivamente como particípio perfectivo com o significado de ter. O sufixo -ta, aqui -da que por motivos fonológicos muda o particípio em advérbio e assim pode receber o sufixo -ko para produzir um sintagma -ko. Este sintagma -ko é a seqüência completa que começa com sare pribatuan, uma seqüência completa começando com um verbo não finito que se tornou advérbio participial. O que tudo isto modifica é simplesmente bilera (encontro). Modu (maneira) e txar (ruim); novamente o artigo -a e a terminação locativa -n, com pequena complicação fonológica. Amaitu é o particípio perfectivo de terminar, e zen é a forma aŭiliar intransitiva do passado, levando a forma verbal completa para o passado.
Tradução: Como Argia tinha descoberto, o encontro mantido recentemente entre a cooperativa de associados formada pelas escolas de línguabasca que permaneceram no sistema particular e Eneko Oregi terminou mal.
Há dois bons livros de texto sobre o basco em inglês. Estes dois livros ensinam a variedade guipuscoana de Donostia (San Sebastian); o segundo vem acompanhado de fita cassete.
Existe uma excelente gramática das variedades de Labourd e Baixa Navarra do basco francês:
INTXAUSTI, J. Euskara, la lengua de los vascos. Vitoria-Gasteiz: Servicio Central de Publicaciones del Gobierno Vasco (Uma história geral da cultura e literatura basca. Sociolingüística. Em espanhol. Também em basco e francês. Disponível em CD-ROM, 1990.
KING, Alan R. and Begotxu Elordi Olaizola. Colloquial Basque. London: Routledge , 1996.
KING, Alan R. The Basque Language: A Practical Introduction. Reno: University of Nevada Press, 1994.
AULESTIA, Gorka. Basque-English Dictionary. Reno: University of Nevada Press, 1989.
AULESTIA, Gorka and Linda White. English-Basque Dictionary. Reno: University of Nevada Press, 1990.
AZKUE, R. M. de. Diccionario Vasco-Español-Francés. 2 vols. 1905 Reimp, Bilbao: La Gran Enciclopedia Vasca, 1969
School of Cognitive and Computing Sciences University of Sussex Brighton BN1 9QH England <larryt cogs.suŝ.ac.uk>
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Obs.: Grande parte de nossas fontes foram páginas da internet que se dedicam ao estudo da língua e história do basco, algumas das quais relacionamos a seguir. Podem ser facilmente consultadas. Existem páginas em basco, espanhol, francês e, em maior número, em inglês. Geralmente estão vinculadas a universidades.
ENTWISTLE, William J. Las lenguas de España: castellano, catalán, Vasco y Gallego-Portugués. Madrid: Istmo, 1969
LAKA, Itziar. A brief grammar of Euskara, the Basque Language. Euskal Herriko Unibertsitatea / University of the Basque Country. [email protected]
OWSTROWSKI, Manfred. History of the Basque Language. Reno: University of Nevada.
TRASH, Larry. COGS. University of Sussex. Brighton, BN1 9 QH - England <larryt cogs.suŝ.ac.uk>
TRASH, R. L. The history of the Basque. London: Routledge, 1996."