Alemanha: um rio por cima de outro

Se um dado rio é um "acidente" geográfico, será o rio superior do cruzamento de hidrovias de Magdeburg uma espécie de exótico "desacidente" fluvial da engenharia alemã dos nossos dias?

 

 

 

 

 

 

 

 

"ELEVADO AQUÁTICO"

(Sem essa legenda, a foto está, na Web, em:

http://strange-scenes.gershome.com/?p=81)

 

 

 

(http://danielmenge.beepworld.de/meineheimatstadt.htm)

 

 

 

(http://www.fcmfanshop.de/forum/viewtopic.php?f=2&t=3138&start=0&st=0&sk=t&sd=a,

o escudo do clube,

http://www.fifa4fans.de/downloads/onelink.php?showid=397,

a imagem a seguir reproduzida)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O PIRARUCU (maior peixe de água doce do planeta),

senhor dos rios e dos lagos da Amazônia,

não trafega pelo elevado fluvial de Magdeburg, até

porque não é encontrado nas águas daquela

cidade cujo time de futebol - o F. C.  Magdeburg -

é mundialmente famoso

(http://www.guiadapesca.com.br/geral/municipio-acreano-assiste-a-%E2%80%9Cdespesca%E2%80%9D-do-pirarucu-o-maior-peixe-de-agua-doce-do-planeta/)

                                         

 

 

 

 

 

 

 

                                          Agradecendo a Arnd Alexander Rose

                                          pela explicação a respeito da estranha

                                          "ponte aquática" de Magdeburg

 

 

 

 

22.5.2010 - Tecnicamente, essa excentricidade da engenharia hodierna alemã chama-se CRUZAMENTO DE HIDROVIAS - É interessante o fato de que essa invenção de engenheiros civis - que certamente se associaram, no projeto de construção da grande ponte, a geógrafos e físicos especializados em pesar líquidos - não tem nada (ou quase nada) a ver com as famosas eclusas (elevadores de navios) de grandes canais artificiais e barragens.  O que me pergunto é se o resultado final dessas "correções" verdadeiramente esdrúxulas terminarão por proteger ou eliminar de vez ecossistemas naturais. A pergunta que não quer calar é a seguinte: "- E os peixes, os antigos senhores dos rios e dos mares?". SE CRUZAMENTO DE HIDROVIAS NÃO ATRAPALHAR A REPRODUÇÃO DOS SERES DE ÁGUA DOCE E DOS OCEANOS DO PLANETA TERRA (ou até se ajudar alguma coisa nesse sentido)... então, tudo bem! Bom fim de semana. F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

ARND ALEXANDER ROSE escreve sobre a "PONTE" EM QUE ALGO PARECE QUE ESTÁ FORA DE LUGAR

 

 

"UM RIO POR CIMA DE OUTRO: Engenharia de ponta    
Escrito por Arnd Alexander Rose   
Dom, 11 de Novembro de 2007 21:00

 

Curzamento de hidrovias: Fonte: Wikimedia Commons

Cruzamento de hidrovias em Magdeburg

As primorosas Autobahnen (rodovias) na Alemanha levam a fama de serem impecáveis. Todo visitante quer pelo menos uma vez pisar fundo e acelerar no trecho sem limite de velocidade. Os caminhoneiros europeus também se beneficiam com a ampla rede e alta qualidade das estradas.

 

No entanto, existe outro sistema de infra-estrutura na Alemanha que tem papel significativo. O sistema de vias fluviais navegáveis. A rede de hidrovias abrange 7.300km, 75% de rios e 25% de canais. Os navios transportam principalmente containeres, carvão, petróleo, produtos agrícolas, areia, lixo, minerais, aço e matérias perigosas. Cerca de 13% de todo transporte de mercadoria na Alemanha é feito por esse meio, o que se traduz em 243 milhões de toneladas. O transporte fluvial também é, de longe, o meio mais limpo e ecologicamente correto de transportar bens, quando comparado com o gasto de combustível e a poluição dos caminhões.

Em 2003 foi inaugurado o canal-ponte sobre o Rio Elba que liga as redes de vias navegáveis das antigas duas Alemanhas. O projeto conseguiu incrementar ainda mais o transporte fluvial de mercadorias e sua eficiência. A obra faz parte do projeto de reunificação nacional e levou cinco anos para ser concluída.

Esta obra impressionante de engenharia recebeu o nome Wasserstrassenkreuz, se encontra em Magdeburg e engloba três imponentes construções.

1) A ponte do Mittellandkanal sobre o Rio Elba com extensão de 918 metros, feito em aço, o mais longo viaduto da Europa;
2) A eclusa de Rothensee;
3) A eclusa dupla de Hohenwarthe que compensa a diferença de 18 metros no nível de água através de duas câmaras de água que podem ser enchidas ou esvaziadas conforme demanda e levantar ou baixar navios;

Através da construção do canal e das eclusas os navios alcançam o porto fluvial de Magdeburg e a partir daí podem ir direto a Berlim. Assim, a importante rota fluvial Hannover – Magdeburg – Berlim fica consolidada, ou seja, a ligação integra oeste e leste da Alemanha, resultando em mais atividade fluvial.

Antes da construção do Wasserstrassenkreuz os navios tinham que percorrer o rio até a eclusa Niegripp e o levantamento de barcos Rothensee, além de um desvio de 12 km, havia o problema dos níveis de água. Em épocas de pouca chuva e níveis de águas baixas, o transporte fluvial na região ficava limitado ou estagnava por completo. Para piorar a situação, Rothensee só podia levantar navios pequenos.

Graças à nova ponte, o comércio fluvial está totalmente independente dos níveis de água e assegura o transporte de mercadorias em qualquer época do ano. A eclusa Hohenwarthe liga o final do canal Mittelland com o canal Elbe–Havel, dando acesso ao porto fluvial de Magdeburg.

O projeto da ponte não é nada novo. Os primeiros planos arquitetônicos são de 1919. A idéia era ligar os rios Reno e Oder e assim integrar o sistema fluvial alemão. As obras começaram nos anos 30, porém, foram parados em 1942 por conta da Segunda Guerra Mundial. Depois de um intervalo de 60 anos, o governo federal realizou a tão sonhada obra e reforça o argumento da Alemanha como País de engenharia de ponta".

(http://www.alemanja.org/alemanha-ciencia-tecnologia/185-um-rio-por-cima-de-outro-engenharia-de-ponta)