Restaurante do Luxor Hotel
Restaurante do Luxor Hotel

[Chagas Botelho]

O fim das atividades do restaurante Luxor Hotel me entristeceu. A notícia me nocauteou. Não que eu fosse um habitué de sua gastronomia, longe disso, quem me dera. Mas quando lá frequentava em esporádicos almoços primorosos e ofertados pela Teresina FM, onde trabalhei por honrosos cinco anos, foram momentos apetecíveis.

Experimentei pratos requintados que ainda hoje sussurram ao meu paladar. Que faziam salivar e muito. Como esquecer o filé parmegiana servido em louça fina e branca, hein? E, da suculenta feijoada saboreada em minhas idas ocasionais aos sábados? Ah, os torresmos crocantes, a mousse de limão, a cerveja com véu de noiva e o vinho tinto e no ponto permanecerão indeléveis em minha memória esfomeada.           

Digam-me meus caros, que o restaurante do Luxor Hotel, localizado na área central de Teresina, não fechou em definitivo. Que fechou apenas para reforma, mas logo seus garçons, de uniformes impecáveis, atenderão no nobre espaço gourmet, digam, digam. Com os bolsos sempre à míngua e apresentando ou não uma cortesia da emissora dos Aguiar, depois de uma colorida refeição, eu prometia voltar àquele salão limpo, cheiroso e àquela mesa de toalha alva e contígua ao janelão. A promessa de retorno às iguarias palacianas afagava o meu estômago de gostos modestos.

Pelo visto, não haverá mais retorno. As portas do estimado Forno & Fogão fecharam de vez. Funcionou durante cinqüenta anos, ainda uma centelha de vida. Ali, as rarefeitas visitas feitas por mim e por outros colegas radialistas ficarão apenas nas lembranças. Adeus cardápio invejável, adeus. Foi um prazer. Assim, mais um estabelecimento é fechado no centro de Teresina. A verdade é que o centro da capital mafrense, a cada dia, definha. Respira com dificuldades. Se ninguém levantar a voz e agir com habilidade para revitalizá-lo e salvá-lo, infelizmente, morrerá em completo e absoluto abandono.