Abdias Neves e Um manicaca
Por Da redação (org.) Em: 11/01/2012, às 23H58
[Da redação]
A obra Um manicaca, de Abdias Neves, foi composta com a intenção de documentar Teresina no apagar das luzes do século XIX e combater as práticas e a fé religiosa da coletividade e ainda algumas doutrinas do Catolicismo. No fim do século, registravam-se os animados festejos da igreja de N.S. do Amparo, de foguetório e namoricos; as festas de aniversário nas residências (quando os amigos chegam de surpresa, sem aviso, forma-se o baile, dança-se, bebe-se e fala-se da vida alheia); as alegrias públicas com o reconhecimento, pelo governo, dos parlamentares eleitos; o São João festivo, com o boi e fogos de artifício; serenatas madrugadinas; as sentinelas em casa de defunto.
Um manicaca registrou a bengala, a flor na lapela, o leque, o chambre, o cabelo à escovinha. Não esqueceu os tipos: o acendedor de lampiões, o cangueiro dágua, nem certos hábitos como o rapé, as cartas anônimas, a vida noturna dos homens nos botequins.
A obra foi publicada em 1909, embora escrita entre os anos de 1901 e 1902, e é a primeira expressão do romance de costumes da literatura piauiense, embora o escritor, documentando a época vivida pela capital piauiense e nos tempos finais do século XIX e alvorecer do XX, pretendesse sustentar as suas ideias anticlericais e o seu ateísmo, condenando os ritos, crenças e processos religiosos da Igreja Católica.
(...)
-A crítica aos costumes da sociedade: em várias passagens o narrador descreve os costumes teresinenses sempre evidenciando um caráter crítico. Os mexericos, as intrigas, o falso pudor, a religiosidade de aparências, a bisbilhotice, a superstição e a discriminação social são alguns aspectos onde estão evidenciadas tais críticas. Isso se faz notório no casamento do Dr. Praxedes com Mundoca. Quando, no dia posterior ao casamento, os noivos recebem visitas, todos ficam a observar e comentar sobre a casa, a mobília, sempre em um tom pejorativo. No mesmo episódio, João Sousa, não conseguindo proferir seu discurso aos convidados, comenta rancorosamente ao Dr. Ernesto: "Omundo é das aparências. O homem vale o que parece ser." (p. 126).
Um manicaca registrou a bengala, a flor na lapela, o leque, o chambre, o cabelo à escovinha. Não esqueceu os tipos: o acendedor de lampiões, o cangueiro dágua, nem certos hábitos como o rapé, as cartas anônimas, a vida noturna dos homens nos botequins.
A obra foi publicada em 1909, embora escrita entre os anos de 1901 e 1902, e é a primeira expressão do romance de costumes da literatura piauiense, embora o escritor, documentando a época vivida pela capital piauiense e nos tempos finais do século XIX e alvorecer do XX, pretendesse sustentar as suas ideias anticlericais e o seu ateísmo, condenando os ritos, crenças e processos religiosos da Igreja Católica.
(...)
-A crítica aos costumes da sociedade: em várias passagens o narrador descreve os costumes teresinenses sempre evidenciando um caráter crítico. Os mexericos, as intrigas, o falso pudor, a religiosidade de aparências, a bisbilhotice, a superstição e a discriminação social são alguns aspectos onde estão evidenciadas tais críticas. Isso se faz notório no casamento do Dr. Praxedes com Mundoca. Quando, no dia posterior ao casamento, os noivos recebem visitas, todos ficam a observar e comentar sobre a casa, a mobília, sempre em um tom pejorativo. No mesmo episódio, João Sousa, não conseguindo proferir seu discurso aos convidados, comenta rancorosamente ao Dr. Ernesto: "Omundo é das aparências. O homem vale o que parece ser." (p. 126).
“Entre as pessoas de situação havia veneração pela inteligência e a valorização dos homens que sabiam coisas, como médicos, engenheiros e poetas.”
Carlos Castello Branco, sobre Teresina no começo do século XX – Discurso de posse na Academia Piauiense de Letras
Teatro 4 de Setemb
***
O Teatro 4 de Setembro está localizado na cidade brasileira de Teresina, Piauí. Conserva uma fachada com arquitetura de inspiração portuguesa e detalhes greco-romanos. Está localizado na praça Pedro II, no Centro da capital e é o pricipal palco para as artes cênicas no Estado.
(...)
O teatro possui cerca de 1000 lugares divido em 3 pisos,com todo sistema de som e luz masterizada, digital e de efeitos especiais mais modernos, e uma das melhores acústica do país. As poltronas são todas estilos fênix, contém lustes e candelabros de cristais importados. O palto de madeira de lei, com 6 camarins climatizados.
Possui um painel na entrada de Eliseu Visconti, além de um café em estilo parisiense, a cor da fachado do prédio é a mesma desde a inauguração. Possui também no alto do prédio dois leões de cobre um em cada lado, símbolo do teatro. As janelas e portas tem detalhes no topo com caractéristica persa.
O Teatro 4 de Setembro também atrai seus visitantes pelo tamanho por fora e o tamanho diferenciado de dentro.
***
Ponte Metálica - Teresina Piauí. Autor(a) Glauber Helcias
Teresina é uma cidade singular. A terceira cidade em incidência de raios no mundo, a primeira Capital planejada do Brasil e a única do Nordeste fora do litoral, a mais quente do País. Além de Brasília, é a única Capital cuja região metropolitana abrange municípios de dois Estados. Suas ruas e praças expõem ao visitante casarões neoclássicos, palácios greco-romanos, cinemas art-déco, igrejas do século XIX. Largas avenidas e modernos edifícios de arquitetura arrojada dividem espaço com construções antigas e ruas estreitas. Fósseis de 240 milhões de anos expostos a céu aberto. A vida moderna não impede manifestações culturais cujas origens se perdem nos anos. Shopping centers, restaurantes, casas noturnas, museus, teatros e cinemas recebem o visitante. Permita-se “beber da água do Parnaíba”, expressão local que significa apaixonar-se por Teresina após conhecê-la, e seja bem-vindo a esta bela e apaixonante cidade, a Capital do Meio-Norte do Brasil, mostrada aqui em quase 700 fotos de mais de vinte diferentes fotógrafos.
***
Abdias da Costa Neves (Teresina, 19 de novembro de 1876 — 28 de agosto de 1928) foi um político brasileiro, senador durante a República Velha.
Filho de João da Costa Neves e Delfina de Oliveira Neves, formou-se em Direito, tendo ocupado os cargos de chefe de Polícia, juiz de Direito de Piracuruca, juiz federal de Teresina e advogado da Fazenda Estadual do Piauí.[1]
Referências
- ↑ Senado Federal. Biografia dos Senadores. Página visitada em 28 jul 2007..
Ver também
***
Nasceu e faleceu em Teresina (1876-1928). Pais: João da Costa Neves e Delfina Maria de Oliveira Neves. Estudos secundários na cidade de Natal, obtendo distinção em quase todas as matérias. Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife (1898). De volta ao Piauí, professor de inglês do Liceu Piauiense, em que também lecionou alemão e lógica. Professor de Pedagogia da Escola Normal. Diretor de internatos "Ateneu Piauiense", "24 de Janeiro" e "São Vicente de Paulo". Procurador da Fazenda do Estado. De 1900 a 1902, Juiz de Direito (interino) de Piracuruca (PI). De 1902 a 1914, juiz substituto federal na capital piauiense. Secretário do Governo. Senador da República pelo Piauí (1915-1924), com atuação digna dos maiores louvores, eleito sucessivamente 4º, 3º, 2º e 1º secretário do Senado. Concluído o mandato, passou a juiz de direito de Marvão, hoje Castelo do Piauí. Foi ainda diretor da Secretaria da Câmara Legislativa do Estado.
(...)
Obras - "A Guerra do Fidié" (história das lutas de Independência no Piauí), "Imunidades Parlamentares" (estudo de direito constitucional), "O Padre perante a História" (conferência), "Um Manicaca" (romance), "Psicologia do Cristianismo" (e) "Moral Religiosa" (conferências), "Autonomia Municipal" (estudo de direito constitucional), "O Brasil e as Esferas da Influência na Conferência da Paz", "O Piauí na Confederação do Equador", "Aspectos do Piauí", contribuição ao Congresso de Geografia em Vitória, em que foi ele representante do seu Estado - além de discursos e estudos realizados como senador. Deixou inédito "Regime Municipal" e o livro de poesias "Velário", e ainda copiosos trabalhos sobre história, folclore e crítica literária. Deveras profundo o estudo que publicou no jornal "La Nación" de Buenos Aires, sobre o centenário da Independência do Brasil.
Chamou-se Abdias da Costa Neves. Tornou-se dos mais admirados incentivadores da vida social e literária da capital piauiense, cujos costumes do começo deste século retratou com rara fidelidade no romance naturalista UM MANICACA.
A. Tito Filho, 07/08/1988, Jornal O Dia.
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH
Título [PT]: O desmoronar das utopias : Abdias Neves (1876-1928) : anticlericalismo e politica no Piaui nas tres primeiras decadas do seculo XX
Autor(es): Aurea da Paz Pinheiro
Palavras-chave [PT]:
Anticlericalismo - Piaui , Livre-pensamento , Igreja Catolica
|
Área de concentração: Política, Memória e Cidade
Titulaçao: Doutor em Historia
Banca:
Titulaçao: Doutor em Historia
Banca:
Resumo:
Resumo: A tese tem a forma de uma biografia histórica como vem sendo pensada, de múltiplas e diferentes fonnas, por historiadores e sociólogos a partir dos anos oitenta do século xx. O objetivo geral do trabalho é narrar a vida e a obra de Abdias Neves (1876-1928): literato, político, maçom, anticlerical e livre-pensador piauiense. Compreender Abdias Neves imerso no meio social, junto com outros homens, perceber a sua interação com as demais pessoas de seu tempo, de seu território. Percorrer os espaços de sociabilidadesvividos pelo biografado: o mundo das academias, da literatura, dos jornais, das revistas e da vida político-partidária, a fim de aprofundar o estudo do anticlericalismo no Brasil e, em particular, no Piauí.
|
Data da defesa: 26-11-2003
Código: vtls000311511
Informações adicionais:
Código: vtls000311511
Informações adicionais:
Idioma: Português
Data de Publicação: 2003 Local de Publicação: Campinas, SP Orientador: Eliane Moura da Silva Instituição: Universidade Estadual de Campinas . Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Nível: Tese (doutorado) UNICAMP: Programa de Pós-Graduação em História |