QUESTÃO DA  PÓS-VERDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS DANOSAS À ÉTICA INDIVIDUAL E COLETIVA DO MUNDO GLOBALIZADO

 

                                                                                     Cunha e Silva Filho     

 

        O tema escolhido para este encontro agrega um    tipo de discussão que não se pode subestimar tendo em vista  que, pela sua  natureza,  diz respeito a uma questão muito atual, assim como  possui  um  caráter altamente polêmico. Digo polêmico porque traz à tona como núcleo central a questão da pós-verdade, a qual, ademais,  não é algo tão novo e mesmo poderia remontar a um passado  remoto assim como  não tão remoto  na História da humanidade, mormente na esfera da  política mundial. Em outras palavras, em todos as fases da vida humana nas quais os homens são convocados a emitir opiniões  acerca de verdades ou de seu oposto,   i.e.,  mentiras.

     No entanto,  nas discussões deste tema ora proposto aos eminentes participantes deste Salão Virtual, não  farei  exposição de natureza histórica, científica e filosófica. Meu interesse visa  a tratar da questão em termos de seus efeitos sobre a vida política no mundo e minhas opiniões se fundamentam em conceitos aqui levantados, com  a finalidade de ser o mais objetivo e claro possível no desdobramento deste  texto. Por outro lado, não é minha intenção teorizar sobre o tema como um cientista político. As ideias expendidas neste texto expressam pontos de vista  pessoais, mas refletem meu amadurecimento, minha experiência com leituras gerais,

      Suponhamos que alguém indague de um  profissional no campo da medicina, por exemplo, a respeito do conceito da pós-verdade, alguém que não seja familiarizado com  assuntos que digam   respeito sobretudo ao papel  dos políticos no mundo atual, assim  como ao papel da imprensa escrita e de outras espécies de mídias. É bem provável que o  profissional não saiba responder àquela pergunta e mais, talvez nunca  tivesse ouvido  falar da expressão.

Sendo assim,  já passa da hora de colocarmos a questão para um debate em escala mundial,  a fim de darmos  conta do sentido dessa expressão que, em 2016, estatisticamente foi a  que mais se ouviu a ponto de tornar-se um verbete no conhecido Dicionário  Oxford, no qual a pós-verdade é assim  definida:  [...] reporta-se ou denota circunstâncias em que fatos objetivos são menos  influentes para moldarem  a opinião pública do que apelos  à emoção e à crença  pessoal.” Em outras palavras,  para início de conversa,  o termo pós-verdade se opõe à objetividade ou ausência de objetividade, sendo que para a opinião pública em geral,  ela terá maior peso ou não, de acordo com o nível  do  repertório cultural e formação escolar  de cada indivíduo.

Todavia,  não se pode assegurar que,  mesmo em tal situação,  a pessoa não seja sujeita a opiniões e visões  preconceituosas ou não. O risco de aceitar uma informação pertinente à pós-verdade, não importa  em que condição,  é um passo  a mais direcionado  a aceitar mentiras  mascaradas  de fatos   autênticos. Não posso  negar,  entretanto,  que as pós-verdades sejam  ameaças cavilosas aos desavisados. Portanto,  temos  que  permanecer vigilantes a fim de não sermos  vítimas de uma  armadilha nos domínios das informações divulgadas vindas de todos os lados, nacionais ou  internacionais.

Se para a consciência filosófica, a verdade ( veja em Platão), deveria ser uma grande objetivo  por parte do indivíduo, nas condições atuais em âmbito mundial  e na esfera da comunicação em todas as suas  formas, essa busca da verdade está sendo colocada em  segundo plano. Tal fato configura um dos males da  vida num  mundo globalizado, pelo menos para as nações que  mais conhecemos, as situadas no Ocidente. O medo, em toda a parte, segundo percebo, é que há uma tendência à aceitação do  sujeito quando  confrontado com  os fatos  objetivos.

Como não existe uma subjetividade única para todas as pessoas tomadas em conjunto, mas  indivíduos com específica subjetividade  que pensam e refletem por si mesmos, há um risco de que algumas  delas representando grupos ou considerável  parte da população de um país,  sejam cooptadas por uma determinada ideologia, E em tal  circunstância,  o indivíduo   se torna  partidário, aceitando, assim,  toda a orientação  imposta sub-repeticiamente  por um partido  político. O fato é que, ao internalizarem os princípios de um partido, os indivíduos tornam-se cegos aos erros e malfeitos  do partido.

O  que prevalecerá,  daí em diante,  serão as determinações, para melhor ou para  pior, de líderes de tal partido, O que é mais grave,  tal  engajamento  acontece independente  do nível de escolaridade e das condições sociais de cada pessoa.

A postura de um indivíduo ou grupo de indivíduos ou até de um todo coletivamente considerado,  implica um comportamento  ético e moral ou a sua ruptura. Se nas três situações, sua postura for considerada correta e aceita, então um corpo de princípios doutrinários é posto em prática e sua aplicação na política pode levar seguidores ou à esquerda, direita, extrema direita, centro, ou de outra coloração ideológica.

Quando seus líderes  assumem o poder – o que é natural em todo ser humano - nenhum deles desejará deixar a posição  conquistada, muito menos seus privilégios.  Farão tudo para se manter  no poder  até ao final de seus mandatos ou, conforme o sistema politico, terão mais um  mandato caso sejam  reeleitos. Naturalmente, me refiro a países democráticos, não a ditaduras.

Ao lidar com conceitos éticos ou morais,  os maus  líderes de partidos, a fim de se manter no poder, não pensarão duas vezes para esquecerem  qualquer vestígio de valores éticos. O mesmo  diria para  políticos desonestos e seus prosélitos. Esta postura explica  as divergências  inflamadas, por vezes por meios violentos, entre situação e oposição na vida  política.

Com referência a partidos da esquerda, apenas para dar um exemplo  de um  típico protótipo de governar um país, os períodos dos governos  do PT (Partido dos Trabalhadores), diria que tudo se admitiu  nas ações  destes  governantes,  até passando por cima das leis e descartando valores éticos. De que modo? Tudo se fez ( assim estava implícito na cabeça  de seus líderes, consoante   me   fez lembrar um amigo meu) em prol da diminuição do extremo nível de pobreza do Brasil ou de outros problemas sociais.

Não se pode  sonegar o fato de  que melhorias  sociais tiveram  êxito sob os governantes  da esquerda. Entretanto,  isto é apenas uma meia  verdade, visto que não se pode esconder o fato de que nos governos de Lula e Dilma  a corrupção   atingiu  pontos extremos. Exige-se de um governante   que ele/ela  se comporte honestamente e aja com ética, com a exceção  dos partidários  esquerdistas que se comportam  como  cúmplices de práticas delituosas. Além disso,  os seguidores  esquerdistas,  de uma certa forma, são mais autoritários do que governantes genuinamente democráticos. Pelo menos,  me parece  ser o que tenho visto em meu país.

Só para dar um bom exemplo no Brasil, com  relação práticas  lesivas às  finanças públicas é  o  do  “Escândalo do Mensalão,” o primeiro  numa sequências de outros  que vieram a público. Este foi o primeiro sinal de um governo da esquerda que seguramente  não se sustentaria em face de muitos escândalos  de corrupção política e financeira. A operação Lava-Jato resume o que sobrou do PT, sobretudo com  o  depoimento do ex-presidente Lula diante do Juiz Federal Sérgio Moro.

As investigações levadas a cabo pela “Operação Lava-Jato” e suas fases  subsequentes nos  oferecem um exemplo típico do uso da pós-verdade se deveram  às várias versões dos fatos e das contradições e desmentidos entre os membros envolvidos nos escândalos e os fatos  apurados pela Polícia Federal e pela Ministério Público.

Não é preciso  afirmar que o Brasil tem vivido sua mais  tormentosa crise  política e financeira nos últimos  quinze anos em razão de seu altíssimo nível de corrupção política e de suas espúrias  relações entre instituições públicas e  empresas privadas, que resultaram no largo uso de praticas de  propinas beneficiando tanto políticos inescrupulosos  e ricas  empresas de construção. A par disso,  a distribuição de propinas  a políticos seria tanto para financiar campanhas quanto para enriquecimento  ilícito. Para  empresários desonestos, a propina  serviria para obtenção de vantagens  financeiras  de políticos após estes serem eleitos.

Não é de admirar que tais práticas  indignas feitas por  instituições governamentais provocariam indignação na  opinião pública e manchariam a imagem dos políticos em geral. Por outro lado, o partido da esquerda e seus sectários persistiam em desmentir todas as verdades concernentes aos escândalos, ao passo que a oposição criticava veementemente o PT.   É do conhecimento geral que vários partidos da oposição, em especial  o PMDB e o PSDB  têm sido  igualmente investigados pela Polícia Federal por motivos  semelhantes: corrupção e propinas. Diante deste quadro desfavorável e sombrio,  manifestações da oposição  se tornaram cada vez maiores exigindo o impeachment da Presidente Dilma. Ela perdeu o mandato e, em seu lugar,  assumiu Michel Temer, seu vice-presidente que prometeu moralizar e colocar nos trilhos   o país, em virtude da persistência da crise econômica e política bem como dos altos índices de desemprego.

Segundo já salientei, não vou me cingir somente  às questões  políticas propriamente ditas ( embora seja difícil separar o núcleo do meu tema das implicações políticas),   porquanto meu objetivo é concentrar-me na pós-verdade e  nas suas íntimas  ligações com formas   políticas na transmissão de informações que são desmentidas,  cedo ou tarde, e têm  sérias consequências na opinião  pública, não somente no Brasil mas também em qualquer parte. Obviamente,  este tipo de afirmações ou desmentidos causará profundos prejuízos nas escolhas feitas pelo povo  de candidatos  a mandatos políticos. O que as pós-verdades instilam na opinião das pessoas se me afigura muito forte e ao mesmo tempo acarreta perplexidade entre  si, e bem assim dúvidas e ambiguidades.

Podemos  sentir este fenômeno social no domínio da informação muito mais hoje com os  avanços   da mídia na qual a Internet desempenha   um papel que pode conduzir as pessoas à desinformação  ou  a  equívocos, mormente nas redes sociais, sem falar nas muitas amizades  que,  por divergências  políticas,  se desfizeram  em decorrências  do uso da pós-verdade. Destarte,  pós-verdades,, em meu juízo,  são sempre nocivas. A dificuldade reside exatamente  em discernir  entre verdades e mentiras e a resposta a este dilema pode-se  encontrar numa formação cultural mais  desenvolvida, i.e., na possibilidade de aprimoramento do sistema  educacional   de um país. Todavia,  alguém poderia  argumentar: “E as pessoas que são  letradas mas ainda fazem  opções erradas?” Esta discussão conduzir-nos-ia a horas a fio de conversas.. Eu mesmo  não tenho ainda   uma opinião firmada  acerca deste dilema. Provavelmente,  muitos não a tenham.

É notório que em alguns governos de outros  países, digamos, na Venezuela,  Síria, Turquia,  por exemplo, suas sociedades atravessem quase  os mesmos  problemas de uma clivagem entre  partes da população no que tange  a preferências  políticas, i.e., aqueles que são a favor do governo e aqueles que são contra ele. Todos os séculos passados tiveram seus problemas,

Contudo,  no século 20, e principalmente nestes dezesseis anos do século 21, o mundo testemunhou formas bem diferentes formas de viver numa era globalizada  com todas as suas boas ou más novidades,  a primeira das quais foram os avanços surpreendentes na ciência e tecnologia combinados com o mundo virtual, o cyber-espaço.

Eis a razão pela qual reputei importante as observações feitas por uma  das filhas, Marina,  de   um grande crítico literário brasileiro que faleceu recentemente. Seu nome é Antonio Candido. Numa reportagem publicada em O Globo  (13 de maio de 2017),ela   afirmou sua opinião sobre o crítico: “[..] ele viveu experiências do século 19  e viveu quase todo o século  o século 20. O século 21 não lhe  agradava. (grifos meus). A bom entendedor meia palavra basta, acrescentaria eu.

Países não democráticos tais como aqueles já citados anteriormente representam outros  exemplos em que “verdades oficiais,” ou “fatos alternativos, ” poderiam ser rotulados de pós-verdades.  Ou seja,  como no caso  brasileiro, dados e informações coletados pela Polícia Federal não são confirmados pelos acusados e, assim, a opinião púbica pode aceitar  ou não versões  das investigações ou negá-las  consoante os interesses do  partido político que apoiam. Aí está o busílis. Pessoas pensam diferentemente, têm suas próprias convicções e não as mudarão da noite para o dia. É nestas circunstâncias que a pós-verdade entra no jogo e como tal confundem  as pessoas não importa qual seja seu repertório cultural, segundo já acentuei.

Governos   especialmente na condição de ditadores, negam com veemência seus erros e suas atos de maldades perpetrados contra uma parte da  sociedade. Para consegui-lo, recorrem à censura de imprensa tão duramente quanto possível, perseguem os adversários, ordenam massacres e outras ações criminosas. Apesar disso,  a mídia internacional consegue despistar a censura e envia informações para fora do país, sobretudo atualmente quando se tem à disposição os instrumentos para conseguir informações  da Internet,  celulares , áudios,  vídeos etc.

O homem comum em qualquer lugar fica atônito com uma grande quantidade de informações que lhe  chegam ao conhecimento. Ele compara versões oficiais com versões da imprensa ou de outros meios de comunicação. Ao fazer isso, ainda permanece impotente para fazer julgamentos  e avaliações acerca da quantidade crescente de informações  a favor ou contra fatos e acontecimentos que ocorrem dentro de seu próprio país ou no exterior.

Em países subdesenvolvidos e mesmo em desenvolvimento,  as massas ignorantes são presas fáceis dos partidos políticos, quer sejam da esquerda, quer da direita. Com a esquerda tanto quanto  com a direita no poder (neste aspecto,  não há muita diferença ), a população pobre ou miserável, politicamente alienada, pouco se importa com o que na verdade está acontecendo no país. Apenas pensa na sobrevivência a todo custo. Numa palavra,  o Brasil é um bom exemplo desta situação.

Na verdade, no fundo,  independentemente de ideologias, ele/ela  que assuma o poder por vias democráticas ou como ditador formará politicamente  a elite que governará durante um período limitado, como é o caso dos governos democráticos, ou permanecerá no poder por um longo e indefinido tempo, caso das ditaduras. As elites, todavia,  em ambas as situações de governança,  desfrutam de privilégios, por vezes em excesso em nações na quais parte ponderável do povo  é  pobre ou extremamente  pobre. Algumas podem argumentar que isso é normal  e faz parte do poder.  Nada tão distante da verdade. Além disso, não se pode esquecer o fato de que, mesmo em nações democráticas, quando seus governantes tomam posse, eles podem mudar de comportamento, tornando-se às vezes cheios de vaidade ou autoritarismo. Assim me parecem algumas  democracias atualmente.

Os sectários de partidos  políticos, principalmente da esquerda – é o que tenho percebido ultimamente, pelo menos no Brasil -,  tornam-se extremamente  intolerantes com quem  não partilha de sua plataforma  política, mais  lembrando, mutatis mutandi,  o comportamento fanático de torcedores de um  time de futebol.  O pior é que, na práxis, seus líderes, seus políticos se comportam à moda burguesa de neoliberais, que usufruem  tanto dos produtos do capitalismo e do seu estilo de vida. Preferem os mais elegantes  espaços sociais das  metrópoles mundiais, os melhores restaurantes, os melhores vinhos, alimentos e bebidas, os melhores jatinhos  e carrões  da última  moda. Lutam apenas pelos  seus interesses financeiros  egoístas.

A questão da pós-verdade não se restringe propriamente a afirmar mentiras e proferir notícias  falsas e irresponsáveis que resultarão em tantas interpretações. O que  importa  mais é que elas produzam perplexidade que, no final  das contas,  beneficiarão alguém  de uma maneira ou  outra. O emprego da pós-verdade pelo Presidente Donald Trump divulgando  tanta bravatas, num mundo com um cenário político  confuso, é, a meu ver,  uma das formas de chegar ao poder  hoje em dia, sem esquecer a circunstância de que o presidente americano não possuía nenhuma experiência anterior na vida  política.

 Além disso, sua eleição vitoriosa se deveu também às suas declarações e promessas extravagantes para conduzir seu governo utilizando-se de bandeiras e slogans nacionalistas. , do tipo “A América para os americanos” ou coisas do gênero. Sua vitória, aliás, não devido  às atitudes firmes e éticas, mas a estratégias de marketing e até ao recurso de sinalizar, durante sua campanha,  duvidosas  novas aproximações diplomáticas com a Rússia, sobretudo tendo em vista  ser ele um capitalista  milionário. Não se pode também  deixar de lado em sua  corrida à Casa Branca,  seus meios inortodoxos  de utilizar informações duvidosas  a fim de desqualificar sua adversária,  Hillary  Clinton, divulgando notícias que se referiam  a dados  governamentais que Hillary supostamente  acumulava em seus correio eletrônico  particular. Estes meios  ardilosos na política  são verdadeiros  exemplos de usos da pós-verdade.

A verdade, cedo ou tarde, emergirá posto que por vezes possa  demorar, seja nos EUA, Rússia, Síria, Venezuela, Turquia, ou Brasil. A verdade nunca esteve com Hitler, Mussolini, Salazar,  Franco e outros  ditadores. A História já mostrou tudo isso em detalhes. Por outro lado,  adiantaria para afirmar que, no futuro,  mesmo em países onde o comunismo ou governos discricionários tomam as rédeas com mão de ferro, é provável que os ventos soprem diferentemente num mundo que clama tanto pela liberdade de expressão e pelo direito de todos de exercerem  sua individualidade quando cada homem ou mulher possam  fazer suas opções livremente, sem a tutela do Estado, Obviamente, esta é uma visão  minha algo otimista.

Para levar a cabo uma grande mudança na atividade  política, é imperativo  aprimorar as condições de vida no mundo inteiro, assim como  investir  maciçamente na Educação não  somente levando em conta  a aquisição cumulativa de novos conhecimentos técnicos e científicos em pesquisas de ponta, mas ainda  fornecendo  efetivos  instrumentos pedagógicos e educacionais  visando a melhorar atitudes  distorcidas  no seio da juventude,  como excesso de consumismo,  competitividade  desonesta, egoísmo,  ausência de valores espirituais e éticos,    desprezo pelos saudáveis hábitos  de convivência humana  e um dos piores  males da  indevidamente  chamada  “civilização” contemporânea: o uso de drogas. Penso que a Educação seja uma das mais decisivas formas de livrar o indivíduo de um  comportamento prejudicial.

A Educação (com E maiúsculo)) é a chave do desenvolvimento de um país. Somente através dela é exequível a transformação do homem segundo práticas saudáveis de conduzir a vida.  Acredito  que não há um único grande e sábio homem no mundo que pense diferentemente em todas  estas questões à luz da mesma  visão humanística. A Educação,  contudo,  só dará frutos se acompanhada da cooperação da família comprometida com  os valores  éticos e com uma dimensão -  repito – humanística e  espiritual de que estamos  tão necessitados. Somente através de um sistema de educação profundamente comprometido com a formação cívica e  integral de um cidadão que na realidade estimule as práticas do cultivo da verdade da infância à vida adulta, dando bons  exemplos de honestidade e justiça e começando com as experiências vistas em lares bem  constituídos, estaremos preparado bons cidadão no futuro.

Sei que estas  metas são difíceis de serem atingidas, porém não são impossíveis nem  tampouco utópicas. O que não devemos admitir é a perpetuação de práticas abomináveis de divulgação de notícias falsas distorcidas e manipuladas tais como as que ouvimos e vemos nas TVs, lemos nos jornais ou que nos chegam ao conhecimento por outros meios de comunicação. Informações falsas vindas de governantes de um país ou de políticos e seus seguidores, seja da direita ou da esquerda, devem ser  repelidas. É imperativo combater estas práticas repudiantes e punir os  responsáveis  por elas (governantes, políticos e prosélitos).

No caso de continuarem transmitindo informações fraudulentas, não veremos senão nações em que seu povo continuamente  será dividido, ou melhor,  veremos  irmãos do mesmo  país tornarem-se inimigos  uns dos outros conforme vemos em tantas partes do mundo. Abaixo  com a cultura da pós-verdade!

Nota ao leitor  Este texto foi apresentado no 2º SalãoVirtual  de Artes e Literatura