A ocupação extra da bisneta do czar da Rússia

A mãe dela gostava que ela saísse comigo porque eu colocava um pouco de moral na cabeça dela.

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.flickr.com/photos/claudiolara/324953052/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GRIGORI RASPUTIN, o curandeiro milagroso da corte russa

(http://www.gnosisonline.org/Mestres_da_Senda/Rasputin.shtml)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://serfranco.wordpress.com/2008/05/26/arqueologos-descobrem-corpos-de-filhos-do-czar-nicolau/)

 

 

 

"Arqueólogos descobrem corpos de filhos do czar Nicolau

 Arqueólogos russos afirmam ter descoberto restos mortais que podem ser de dois filhos do último czar russo Nicolau, o príncipe herdeiro Alexei e a princesa Maria. A família real russa – Nicolau II, a mulher Alexandra, quatro filhas (Anastácia, Maria, Tatiana e Olga) e o filho Alexei – foi fuzilada pelos comunistas em 1918, nos arredores da cidade de Ekaterimburgo (Sverdlovsk), nos Urais. «Durante trabalhos de investigação, realizados em Julho e Agosto de 2007, foram encontrados restos de duas pessoas com vestígios de numerosos ferimentos. Os arqueólogos dos Urais consideram que se trata dos restos mortais do príncipe herdeiro Alexei e da princesa Maria. Restos de um rapaz com 10-13 anos e de uma rapariga com 18-23 anos», disse hoje Serguei Pogorelov, vice-chefe do Centro de Estudos Arqueológicos do Distrito de Sverdlovski. (...)".

(http://serfranco.wordpress.com/2008/05/26/arqueologos-descobrem-corpos-de-filhos-do-czar-nicolau/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

("Czar Nicolau II e sua mulher Alexandra com as filhas Olga e Maria, em 1908",

http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/russia_reabilita_o_czar_nicolau_ii.html;

foto do acervo da BIBLIOTECA BEINECKE, UNIVERSIDADE DE YALE [EUA])

 

 

 

 

 

                           Agradecendo a Graziella Beting pelo fornecimento de 

                          informações históricas que permitem a ampliação de nossa cultura geral e

                          em memória do Czar Nicolau II da grande e admirada Rússia

                          e de seus descendentes, com respeito

 

 

 

26.7.2010 - Essa estória é ótima - Dona Severina nasceu na primeira metade da década de 40 e morava no Rio. Ficou amiga da bisneta do czar da Rússia no cabeleireiro e fizeram amizade. Frequentavam-se, mas a nobre moça resolveu aumentar os ganhos mensais oferecendo serviços na época considerados bastante escandalosos. Espero que vc goste dessa estória. Eu gostei muito, porque ela tem algo de verídico: disso tenho certeza. Ingredientes dessa estória efetivamente aconteceram. Nem tudo - por exemplo, o nome do bairro do Rio onde os eventos aconteceram, eu acho que foi trocado -, mas boa parte dela aconteceu. Boa semana!  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

A ocupação extraordinária da bisneta do czar da Rússia

 

                                   Dona Severina

 

Ela não era profissional de programa. Não vivia disso. Acho que tinha problema psíquicos. A mãe dela gostava que ela saísse comigo porque eu colocava um pouco de moral na cabeça dela.

Mas a estória é a seguinte.

Ela tinha 19 anos e eu, 17. Morávamos no bairro da Gávea. Eles [A FAMÍLIA DA AMIGA DE DONA SEVERINA, A BISNETA DO CZAR DA RÚSSIA] viviam de rendas. Essas rendas vinham de terras que eram arrendadas. Mas eu não sei onde ficavam essas terras, só sei que os pais dela falavam russo flu-en-te-men-te (*risos*).

Eu estudava no Sacre Coeur, mas não era colega da bisneta do czar da rússia. Ela era rica, mas tinha problemas emocionais, psíquicos. Fazia isso para fazer pirraça pro namorado. Conheci essa amiga no cabeleireiro.

Ela namorava um rapaz que enganava ela. Aí ela se encontrava com outros pra pagar com a mesma moeda. Até ai, tudo bem, porque isso já era comum naquela época. O problema é que ela resolveu cobrar pra fazer. Não era de todos. De alguns, ela não cobrava. Alguns, gratificavam ela, até que um dia, tempos depois, ela casou.

Mas bem antes de noivar, foi quando ela me contou, mesmo sabendo que eu iria ficar escandalizada. Imagine, sendo eu uma aluna do Sacre Coeur.

Ela resolveu me contar porque eu era amiga dela, dormia lá na casa dela e tudo. A mãe dela gostava que eu ficasse lá com ela porque aí ela ficava mais quieta.

Quando eu, intrigada, questionei sobre a variedade de encontros extra-namoro-firme, dada a confiança que ela depositava em mim, falou:

- Severina, hoje saí com um senhor maduro e ele me - com é que se diz? (um termo bem delicado) - presenteou.

Aí, eu perguntei:

- Mas cadê o presente?

E ela respondeu:

- Ele colocou o presente num envelope.

Eu quase caí pra trás. Ela percebeu que eu estava escandalizadíssima. E me tranquilizou:

- Mas se ele me desse um presente numa caixa bonita não daria no mesmo?

Respondi:

- Mas existem regras sociais, fulana (DONA SEVERINA NÃO QUIS INFORMAR O NOME DA BISNETA DO CZAR DA RÚSSIA).

Depois de dizer isso, ao perceber que ela ficou sem jeito, fiquei muda: não consegui dizer mais nada. Minutos depois, comecei a falar de outro assunto, que eu não me lembro mais qual era (*risos*).

FOI QUANDO EU [Coluna "Recontando..."] PERGUNTEI PARA DONA SEVERINA:

- Mas a família do czar da Rússia não foi toda assassinada quando caiu o antigo regime de lá?

E DONA SEVERINA RESPONDEU:

- Se ela mentia sobre esse ponto - porque as rendas do pai dela não sei de onde vinham - não sei, só sei que eu vi aquela variedade de cachos [casos amorosos] que ela arrumou, naquele tempo.

Mas, ACRESCENTOU DONA SEVERINA:

Imagina que não é que ela arranjou um cara que se apaixonou por ela, eles casaram... e ela nunca mais prevaricou? Isso eu também vi.

OBRIGADO, DONA SEVERINA, SE PUDER EU COLOCAREI O SEU DEPOIMENTO - com a sua autorização, naturalmente - EM INGLÊS NA INTERNET, PRO POVO CONTAR E RECONTAR ESSA ESTÓRIA ATÉ NO OCEANO PACÍFICO, SE NÃO FOR PEDIR DEMAIS. MUITO OBRIGADO.

E nada mais Dona Severina disse, nem lhe foi perguntado.

 

 

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HISTÓRIA VIVA - RÚSSIA

ARTIGO DE Graziella Beting

 

  "Notícias
     
09 de dezembro de 2008
Rússia reabilita o czar Nicolau II
 
por Graziella Beting
BIBLIOTECA BEINECKE, UNIVERSIDADE DE YALE
Czar Nicolau II e sua mulher Alexandra com as filhas Olga e Maria, em 1908
O Supremo Tribunal da Rússia acaba de conceder a plena reabilitação do último czar, Nicolau II, e sua família, considerados a partir de agora como vítimas de repressão política bolchevique. A decisão do Supremo Tribunal anula todas as outras anteriores, que negavam a reabilitação da família imperial.

Nicolau II fez parte da dinastia dos Romanov, que reinou de 1613 a 1917 na Rússia. Foi com a Revolução Russa que o czar caiu e, em 17 de julho de 1918, foi fuzilado, junto com seus familiares, por um pelotão bolchevique, no porão da casa Ipatiev, em Yekaterimburgo. Essa morte está rodeada de mistério, mas de acordo com a versão oficial, baseada nos arquivos secretos da KGB, em seguida os corpos foram levados para uma mina abandonada. Alguns foram queimados, outros imersos em ácido sulfúrico e depois enterrados numa fossa.

Os corpos dos Romanov só foram encontrados e identificados depois da queda do regime soviético. Em 1991, os restos mortais do czar, sua esposa e três filhas foram encontrados. Só em 2007 foram localizadas e identificadas as ossadas de Alexis e Maria, os dois outros filhos.

A reabilitação dos Romanov vem sendo feita aos poucos. Sob Bóris Iéltsin, os corpos foram sepultados, com direito a cerimônia na catedral de São Petersburgo. Para o então presidente da Rússia, a execução dos Romanov deveria ser vista como ato fundador de um século sangrento, o início de um período de terror. No ano 2000, a Igreja Ortodoxa canonizou os Romanov, como mártires.

Agora veio a decisão oficial, que está sendo vista como mais um sinal da reinterpretação da própria história que a Rússia vem fazendo desde o fim da era soviética. Recentemente, Nicolau II foi eleito o personagem russo mais ilustre em um concurso da televisão pública Rossia, com 400 mil votos à frente de Stálin.

Desde 1992, a Rússia tem uma lei sobre reabilitações. Já foram examinados mais de um milhão de casos, e 775 mil pessoas, condenadas durante o período soviético, foram reabilitadas. A recente decisão do Supremo foi motivada por uma ação judicial apresentada em 2005 pela grã-duquesa Maria Vladimirovna, descendente dos Romanov. Depois de conseguir ganho de causa, ela declarou não ter a intenção de pedir a restituição dos bens imperiais – temor que, segundo analistas, explica o fato de o governo russo ter demorado tanto para reabilitar o último czar.
 
Graziella Beting é jornalista e tradutora

 (http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/russia_reabilita_o_czar_nicolau_ii.html)