A lenda do arroz

Elisabeth da Silveira Lopes reconta estória maravilhosa do Sul do Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

  

 

NESSA FOTOGRAFIA APARECE PARTE DE UM ARROZAL

DO SUL DO BRASIL [arrozais do Vietnã serão objeto de

"dicas" futuras desta Coluna, uma vez que as estórias

de bombardeios covardes, com agentes químicos

sendo lançados sobre pacíficos agricultores vietnamitas,

há aproximadamente quatro décadas, no Sudeste

Asiático, são seguidamente recontadas, no mundo inteiro]

(Foto: http://www.agrocim.com.br/noticia/Cheias-prejudicam-lavouras-de-arroz-no-Rio-Grande-do-Sul.html, "Fonte: Gazeta do Sul")

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OS BANDEIRANTES ETNOCIDAS NÃO CONSEGUIRAM

DIZIMAR TODOS OS ÍNDIOS DO BRASIL [hoje, como se

sabe, as populações de nossos irmãos indígenas,

felizmente, voltaram a crescer, em nosso País]

(A LEGENDA É DA COLUNA "RECONTANDO...",

MAS A BELÍSSIMA FOTOGRAFIA ESTÁ REPRODUZIDA, NA

WEB, EM:

http://mundoindigena.zip.net/index.html)

 

 

                                                              Aos plantadores de arroz do Brasil e do Vietnã

 

21.12.2009 - Se as lendas e os mitos amazônicos - ou seja, os do Norte do Brasil - são maravilhosos, os do Sul não ficam para trás, como se pode constatar na leitura dessa magnífica lenda do Rio Grande do Sul. Trata-se da LENDA DO ARROZ, que a seguir está transcrita, na recontação competente de Elisabeth da Silveira Lopes. Espero que também você aprecie esse relato maravilhoso! FB 
 
 
 


"A Lenda do Arroz:
 

(Elisabeth da Silveira Lopes)

Conta-se que, em 1637, quando os bandeirantes de Raposo Tavares devastaram o atual município de Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, destruindo todos os aldeamentos indígenas que os Jesuítas haviam fundado, conseguiu sobreviver apenas um jovem índio chamado Tuti.

Desesperado com a perda dos seus pais e de sua morada, Tuti sentava-se à margem do Rio Jacuí e via ali noites e dias nascerem e morrerem.

O índio chorava.

Chorava de fome, chorava de dor, e de saudades.

E tudo parecia chorar com ele; o sol era pálido, a noite era negra, as florestas haviam se curvado e as águas endoideceram.

Seis sóis eram passados.

Tuti, sentado no mesmo lugar, broqueado de fome e de dor, com a face chicoteada pelo vento e os olhos cravados ao céu, como a pedir clemência, enxergou um vulto.

Neste momento tudo cessou.

As águas continuaram enfurecidas, mas em profundo silêncio, o vento adormecera nas moitas e no céu, como que prevendo felicidade, a lua sorria.

Sobre as águas, o vulto aproximava-se de mansinho.

Vulto de mulher, trazia em suas vestes a cor do rio com todos os seus peixes, a cor do céu com suas estrelas, a cor das matas com suas aves.

Trazia o sol em seus cabelos, e seus olhos luziam como diamantes.

Deixando rastros luminosos nas águas enfurecidas do rio, aproximava-se mais e mais, até chegar frente ao índio desconsolado.

Então, falou-lhe:

- Tenho aqui em minhas mãos a semente que saciará a tua fome e de todos que virão.

Tome-as.

Eu as recolhi de tuas próprias lágrimas caídas no rio.

Dizendo isto, o vulto luminoso deixou escorrer de suas mãos uns poucos pingos dourados, os quais o índio, com gestos selvagens, colheu.

O vulto sumiu.

Um violento temporal desabou.

O índio de tão fraco desmaiara, apedrejado pelo granito caído do céu.

E as sementes foram levadas pelas águas.

Após noites e dias de chuva, quando o sol, radiante, voltou, Tuti encontrou uns cachos, já dourados, com as sementes.

Colheu-os, preparou-os e saboreou.

Era uma plantinha frágil, mas que lhe dera muita vitalidade.

Hoje chamamos esta plantinha-ternura de ARROZ.

E para maior mistério, à meia-noite, às margens do Rio Jacuí, há um profundo silêncio, embora as águas desçam endoidecidas.

Isto, talvez, em homenagem à Deusa das Águas, que saciou a fome de Tuti e nos semeou o arroz.

Fonte:   Jornal do Povo – 10 e 11/9/2005 – página 13". (http://www.guiacachoeira.com.br/?url=151)

 

 

EM SUAS PRÓXIMAS FÉRIAS, VISITE CACHOEIRA DO SUL-RS!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(FOTO REPRODUZIDA EM:

http://mundoindigena.zip.net/index.html)