A fome na Somália
Por Flávio Bittencourt Em: 28/12/2012, às 05H43
"(...) São 3,7 milhões de habitantes, num pais sem governo, que vivem uma seca, segundo algumas testemunhas, de mais de três anos.
Os refugiados saem a pé de suas pequenas lavouras. As vezes tentam trazer seus animais de carga, mas muitos já morreram ou não resistem à caminhada.
Nem todos os retirantes têm sapatos ou sandálias e alguns chegam com os pés destruídos ao refúgio no Quênia. (...)"
(Trecho da matéria jornalística divulgada em julho de 2011 por Fernando Gabeira, adiante integralmente reproduzida)
28.12.2012 - Queremos receber notícias sobre a Somália, mas a grande mídia brasileira está mais preocupada com festividades natalinas, eleições, catástrofes naturais e atentados terroristas/suicidas em colégios nos Estados Unidos e a Europa em crise econômica - A fome na Somália. F. A. L. Bittencourt ([email protected])
Fome ameaça de novo Chifre da África
Repórteres internacionais começam a chegar ao Quênia e Etiópia, onde estão alguns campos de refugiados que socorrem a população faminta do sul da Somália. A região no conjunto é chamada de Chifre da África.
São 3,7 milhões de habitantes, num pais sem governo, que vivem uma seca, segundo algumas testemunhas, de mais de três anos.
Os refugiados saem a pé de suas pequenas lavouras. As vezes tentam trazer seus animais de carga, mas muitos já morreram ou não resistem à caminhada.
Nem todos os retirantes têm sapatos ou sandálias e alguns chegam com os pés destruídos ao refúgio no Quênia.
As áreas atingidas, Bakool e Lower Shabelle, são controladas pelos muçulmanos do movimento all Shabab, cujas milícias, no passado, expulsaram as organizações humanitárias do sul da Somália.
Esta é a maior seca vivida na região, desde 1992. A chegada dos fotógrafos vai mobilizar a opinião pública internacional.
Tem sido assim. Primeiro, saem as fotos dramáticas e , depois, governos, entidades assistenciais e até artistas começam uma campanha para atenuar a fome na África.
O Brasil vai ocupar a direção da FAO, órgão da ONU que se ocupa dos alimentos. O novo dirigente brasileiro é José Graziano.
O dirigente da FAO foi assessor de Lula, que, por sua vez, afirma que pretende ajudar à África a vencer, entre outros, seu problema alimentar. É hora de mostrar trabalho.
É um momento importante, embora a grande fome na Somália tenha chegado só agora ao noticiário. Cerca de seis pessoas em 10 mil morrem de fome. A ONU define tecnicamente o estágio de fome a partir de duas mortes em 10 mil.
São necessários, segundo a própria ONU, US$1,6 bilhão para a fome no Chifre da África e, até o momento, os países chamados a ajudar, não compareceram."
(http://blogs.estadao.com.br/fernando-gabeira/2011/07/21/fome-ameaca-de-novo-chifre-da-africa/)
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ANBA - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS BRASIL-ÁRABE:
"05/08/2011 - 17:52
Diplomacia
FAO alerta sobre fome na Somália
O braço para agricultura e alimentação da ONU advertiu o mundo sobre a tendência de aumentar o número de áreas atingidas pela fome no país árabe.
Agência Brasil
Segundo os analistas da FAO, a estimativa é que a fome persista até dezembro deste ano. A crise se agravou com a seca e os conflitos internos. De acordo com dados recentes, 30% da população do país estão desnutridos e duas pessoas em cada grupo dez morrem de fome.
A falta de alimentos ameaça também cerca de 12,4 milhões de pessoas que vivem nos países vizinhos à Somália, como o Djibuti, a Etiópia e o Quênia. A Somália e o Djibuti são países árabes. A FAO apelou para a ajuda da comunidade internacional na tentativa de obter fundos para a proteção das famílias mais vulneráveis na Somália.
As medidas incluem o fornecimento de comida, medicamentos e vacinas e treinamento, além do programas de transferência de renda. Também há projetos para a distribuição de sementes e insumos para estimular o plantio na região. Paralelamente, a Organização das Nações Unidas (ONU) prepara a organização de abrigos para refugiados que tentam escapar da fome e dos conflitos internos."
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NOTÍCIAS UOL,
COM INFORMAÇÕES DA
AGÊNCIA EFE,
SETEMBRO DE 2012:
"Ataques ao hotel onde estava o novo presidente da Somália deixa 4 mortos
Mogadíscio, 12 set (EFE).- Pelo menos quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas em dois atentados suicidas realizados nesta quarta-feira em frente a um hotel de Mogadíscio, onde o novo presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, participava de uma conferência.
Segundo pôde constatar a Agência Efe, o presidente somali não foi atingido pelos ataques, assim como uma delegação do Quênia, que era liderada por seu ministro das Relações Exteriores, Sam Ongeri, e também participava da conferência.
O agente da polícia da Somália Yousef Ali, que vigiava o hotel no momento dos ataques, explicou à Agência Efe que os ataques ocorreram em frente ao Hotel Jazeera depois que três homens tentaram invadir o local.
Segundo a fonte, os guardas de segurança conseguiram disparar contra dois deles, enquanto o outro se suicidou. Neste ataque, um soldado das forças pró-governo ficou gravemente ferido.
Embora nenhum grupo tenha assumido a autoria do atentado, esta ação ocorre apenas um dia depois que os radicais islâmicos do Al Shabab emitissem um comunicado dizendo que o processo de transição na Somália e a escolha do presidente faziam parte de uma manobra do Ocidente que não defendia os interesses do país africano.
Mohamud foi eleito presidente da Somália na última segunda-feira após ter obtido os votos de 190 dos 275 deputados do novo Parlamento do país, um fato que encerrou a transição política iniciada em 2004 e respaldada pela ONU.
Apesar de seu processo de transição política ter sido concluído, a Somália ainda se encontra imersa em uma guerra entre as tropas da União Africana, o Exército somali e outras forças aliadas, além dos constantes ataques do Al Shabab, que deseja instaurar um Estado muçulmano de corte wahhabista no país.
A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi deposto. A partir daí, o país ficou sem um Governo medianamente efetivo e em mãos de milícias islamitas, senhores da guerra e grupos armados,"
(http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2012/09/12/ataques-ao-hotel-onde-estava-o-novo-presidente-da-somalia-deixa-4-mortos.htm)
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CELSO SOUZA JR. DIVULGOU,
EM 5.12.2012:
"Quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
África I : Governo sem governantes.
VERBETE 'SOMÁLIA',
DA WIKIPÉDIA:
"Somália
Jamhuuriyadda Soomaaliya جمهورية الصومال (Jumhūriyyat aṣ-Ṣūmāl) República Federal da Somália |
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Hino nacional: Soomaaliyeey toosoo ("Desperta, Somália") |
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Gentílico: somali; somaliano; somaliense |
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Capital | Mogadíscio 2º2'N 45º21'L |
Cidade mais populosa | Mogadíscio |
Língua oficial | Somali, árabe[1][2] |
Governo | República parlamentarista |
- Presidente | Hassan Sheikh Mohamud |
- Primeiro-ministro | Abdi Farah Shirdon |
Independência | do Reino Unido e da Itália |
- do Reino Unido | 26 de junho de 1960 |
- da Itália | 1 de julho de 1960 |
- unificação | 1 de julho de 1960 |
Área | |
- Total | 637 657 km² (42.º) |
- Água (%) | 1,6 |
Fronteira | Quénia, Etiópia, Jibuti (de jure) e Somalilândia (de facto) |
População | |
- Estimativa de 2005 | 8 228 000 hab. (91.º) |
- Censo 1987 | 7 114 431 hab. |
- Densidade | 13 hab./km² (198.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2005 |
- Total | US$ 7,599 bilhões USD (153.º) |
- Per capita | US$ 795 USD (222.º) |
Indicadores sociais | |
- IDH (2001) | 0,284 (161.º) – baixo[3][4] |
- Esper. de vida | 48,2 anos (181.º) |
- Mort. infantil | 116,3/mil nasc. (188.º) |
Moeda | Xelim somali (SOS ) |
Fuso horário | (UTC+3) |
Cód. Internet | .so (presentemente inactivo) |
Cód. telef. | +252 |
Somália (em somali: Soomaaliya; em árabe: الصومال, transl. aṣ-Ṣūmāl), oficialmente República Federal da Somália (em somali: Jamhuuriyadda Federaalka Soomaaliya; em árabe: جمهورية الفدرالية الصومال, transl. Jumhūriyyat aṣ-Ṣūmāl) e anteriormente conhecida como República Somaliana e como República Democrática da Somália, é um país localizado na Corno de África. Faz fronteira com o Djibuti no noroeste, Quênia no sudoeste, o Golfo de Aden com o Iémen a norte, o Oceano Índico a leste e com a Etiópia no oeste.
Na Antiguidade, a Somália foi um importante centro de comércio com o resto do mundo antigo. Seus marinheiros e mercadores eram os principais fornecedores de incenso, mirra e especiarias, os itens que foram considerados luxos valiosos para os antigos egípcios, fenícios, micênicos e babilônios com quem o povo Somali negociava.[5][6] De acordo com a maioria dos estudiosos, a Somália é também o local onde o antigo Reino de Punt estava localizado.[7][8][9][10] Os antigos Punties eram uma nação de pessoas que tinham relações estreitas com o Egito faraônico durante os tempos do faraó Sahure e da rainha Hatshepsut. As estruturas piramidais, templos e casas antigas de alvenaria em torno da Somália acredita-se que datam deste período.[11] Na época clássica, várias antigas cidades-estado como Opone, Mosyllon e Malao, competiam com os sabeus, partos e axumitas pelo rico comércio indo-greco-romano que também floresceu na Somália.[12]
O nascimento do Islã no lado oposto da costa da Somália no Mar Vermelho significou que os comerciantes somalis, marinheiros e expatriados que viviam na Península Arábica gradualmente ficaram sob a influência da nova religião através dos seus parceiros comerciais convertidos muçulmanos árabes. Com a migração de famílias muçulmanas que fugiam do mundo islâmico na Somália nos primeiros séculos do Islã e da conversão pacífica da população somali por estudiosos muçulmanos somalis nos séculos seguintes, as antiga cidades-estado gradualmente se transformaram nas islâmicas Mogadíscio, Berbera, Zeila, Barawa e Merca, que faziam parte da civilização Berberi. A cidade de Mogadíscio chegou a ser conhecida como a Cidade do Islão[13] e controlou o comércio de ouro do Leste Africano durante vários séculos.[14] Na Idade Média, vários poderosos impérios somali dominaram o comércio regional, incluindo o Estado de Ajuuraan, que era excelência em engenharia hidráulica e construção de fortalezas,[15] o Sultanato de Adal, cujo general, Ahmed Gurey, foi o primeiro comandante Africano na história a usar canhões de guerra no continente durante a conquista do Adal pelo Império Etíope,[16] e da Dinastia Gobroon, cujo domínio militar forçou os governadores do Império Omani no norte da cidade de Lamu a pagar tributo ao sultão somali Ahmed Yusuf.[17] No final do século XIX, após o fim da Conferência de Berlim, impérios europeus partiram com seus exércitos para o Corno de África. As nuvens imperiais oscilando sobre a Somália alarmaram o líder dervixe Muhammad Abdullah Hassan, que se reuniu com soldados somali de todo o Chifre da África e começou uma das mais longas guerras de resistência colonial.
A Somália nunca foi formalmente colonizada.[18][19][20] O Estado Dervixe repeliu com sucesso o Império Britânico por quatro vezes e obrigou-o a retirar-se para a região costeira.[21] Como resultado de sua fama no Oriente Médio e na Europa, o Estado Dervixe foi reconhecido como um aliado pelo Império Otomano e o pelo Império Alemão,[22][23] e manteve-se durante a Primeira Guerra Mundial como o único poder muçulmano independente continente africano. Após um quarto de século, mantendo os britânicos na baía, os dervixes foram finalmente foram derrotados em 1920, quando o Reino Unido usou pela primeira vez na África aviões que bombardearam a capital, Taleex. Como resultado deste bombardeamento, o ex-territórios dervixes foram transformadas em um protetorado da Grã-Bretanha. A Itália enfrentou situação semelhante quando sofreu a mesma oposição de sultões somalis e dos exércitos e não adquiriu o controle total de partes da Somália moderna até a era fascista, no fim de 1927. Esta ocupação durou até 1941 e foi substituído por uma administração militar britânica. O Norte da Somália continuaria a ser um protetorado e o sul da Somália tornou-se uma tutela. A União das duas regiões, em 1960, formou a República Democrática Somali.
Devido aos laços de longa data com o Mundo Árabe, a Somália foi aceita em 1974 como membro da Liga Árabe. Para reforçar a sua relação com o resto do continente africano, a Somália se juntou a outras nações africanas, quando fundou a União Africana e começou a apoiar o ANC na África do Sul contra o regime do apartheid,[24] além dos os separatistas eritreus na Etiópia durante a Guerra de Independência da Eritreia.[25] Um país muçulmano, a Somália é um dos membros fundadores da Organização da Conferência Islâmica e é também um membro da ONU e MNA. Apesar do sofrimento constante de guerras civis e da instabilidade política, a Somália também conseguiu sustentar uma economia de livre mercado que, segundo a ONU, supera as de muitos outros países da África.[26]
A Somália é conhecida por ser um dos países mais corruptos do mundo, apenas perdendo para Afeganistão, Mianmar, Sudão e Iraque.[27]
Índice |
História
A história do atual território da Somália remonta à antiguidade, quando a região foi conhecida pelos antigos egípcios. Entre os séculos II e VII d.C da nossa era, muitas partes dos territórios foram anexados ao reinado etíope de Aksum. Pouco tempo depois, certas tribos árabes se instalaram ao largo da costa do Golfo de Áden, e ali fundaram um sultanato, concentrado no Porto de Zeila. Ao mesmo tempo, o país se tornou islâmico devido à influência dos xiitas vindos do atual Irã. De todas as formas, os habitantes conservaram suas línguas ancestrais em vez de adotar o árabe.
A partir do século VIII d.C, somalis e pastores nômades instalados ao norte do Corno de África começaram até a atual região somali. Anteriormente, os oromos, pastores-agricultores, iniciaram uma migração até o Ogaden e planície abissínia. Todos estes povos se instalaram definitivamente no território. Alguns povos árabes tentaram se apropriar do território e muitos somalis foram se desprezando ao exterior, sobretudo até a Etiópia.
Ao longo dos séculos XIX e XX, franceses, britânicos e italianos estabeleceram domínios na região. A Somália atual surgiu em 1960, quando dois protetorados (um italiano e outro britânico) uniram-se. A Somália Britânica ganhou independência como Estado da Somalilândia em 26 de junho de 1960. Dias depois, um referendo aprovou a unificação com a Somália Italiana, dando origem a República da Somália em 1 de julho de 1960. A então Somália Francesa, atual Djibouti, conseguiu sua independência por separadamente, em 1977.
A Liga de Juventude Somali se manteve no poder durante os anos 60, tendo como presidente Abdi Rashid Shermake, que foi assassinado em 1969, e por meio de um golpe de estado chegou ao poder Siad Barre.
Durante esta época, a Somália teve estreitas relações com a União Soviética. Em 1974, Somália e União Soviética assinaram um tratado, que previa aos soviéticos uma base militar no país africano. Mas o acordo foi rompido após três anos, entre intrigas que envolviam a vizinha Etiópia, rival somali, em uma guerra entre ambos, onde a Somália se voltou para o Ocidente. Portanto, a situação econômica do país era muito delicada.
Ante esta péssima situação econômica, surgiu uma oposição armada no norte do país em 1987. Em 1990, este grupo adquiriu o controle de grande parte do território, dissolvendo-se de fato o estado somali já existente.
Este grupo opositor se dividiu em 1991 por motivos diferentes e distintos, entre eles as tradicionais inimizades entre diferentes classes e etnias: o Movimento Patriótico Somali (MPS) ao sul e o Movimento Nacional Somali (MNS) ao norte. Por outro lado, o grupo Congresso Unido Somali (CUS) tomou a capital Mogadíscio, provocando a queda de Siad Barre.
Com o país sofrendo pelos conflitos internos, o governo central desapareceu após a queda da ditadura pró-soviética de Siad Barre, em 1991. Os "senhores da guerra" tomaram conta do país esfacelado. Desde então, a Somália vive em guerra civil intermitente, a qual matou dezenas de milhares de somalis. Não existe mais unidade nacional, e o país fragmentou-se em regiões. Em 1991, surgiu a Somalilândia, que chegou a declarar sua independência da Somália no mesmo ano, por Mohamed Ibrahim Egal, no mesmo ano da Jubalândia. Apesar da sua relativa estabilidade, em comparação com a tumultuosa região sul, não foi reconhecida como estado independente por nenhum governo estrangeiro.
Em 1992 iniciou-se, primeiramente no sul, uma ação humanitária da ONU, encabeçadas por tropas dos Estados Unidos. Embora conseguisse diminuir a fome no país, a operação foi um fiasco, com a morte de 18 soldados norte-americanos. Esta história é contada no filme "Falcão Negro em Perigo". Os marines deixaram o país em 1993. Sozinha, a ONU acabou por retirar-se oficialmente a 3 de março de 1995. A ONU interveio para a formação de um governo, sem ter êxito. Por outro lado, a Somalilândia presenteava uma maior estabilidade, do que outros recentes estados proclamados no território antigo da Somália, como Puntlândia, constituído em 1998, mas seguiu sem ser reconhecida por nenhum país. Puntlândia, por sua parte, não se instaurou como estado independente, e sim como parte da Somália, baixo à forma de "estado autônomo", com a obrigação autoimposta de restaurar e manter a unidade somali, baseando em sistema federal.
Em 1998 registaram-se mais duas cisões no país, e uma quarta em 1999, todas elas de contornos pouco claros. A última cisão conduziu à autonomia de Puntlândia ou Southwestern Somalia ("Somália do Sudoeste"), contudo dada à situação pouco clara no que concerne às fronteiras da Somália, há que ponderar antes de atribuir este título.
Em 2000, os delegados da conferência de reconciliação, reunidos em Arta, aprovaram uma lei nacional que atuaria como constituição da Somália por um período de três anos de transição. Esta constituição garantia aos somalis a liberdade de expressão e associação, direitos humanos, e realizava uma separação de poderes, garantindo sua independência. Durante este período de transição, a República Somali adotou um sistema federal de governo, como 18 administrações regionais. A Assembleia de Transição Nacional exercia o Poder Executivo. Estava formada por 245 membros, 44 por cada um das quatro classes principais (Dir, Hawiye, Darod y Oigil), 24 na aliança das classes menores, assim como 20 para somalis de grande influência e 25 para mulheres. Foi inaugurada em agosto de 2000 e elegeu como primeiro presidente do Governo de Transição Somali, Abdiqasim Salad Hassan, que, entre outras coisas, interveio militarmente na Jubalândia em 2004.
Em outubro de 2004 elegeu-se Abdullahi Yusuf Ahmed como presidente do Governo Nacional de Transição. A eleição aconteceu em Nairóbi, capital do Quênia, já que Mogadíscio era controlada por chefes tribais. Sem serviços públicos e forças de segurança do Estado, a capital somali vive sob a influência dos chamados "senhores de guerra", principais chefes dos clãs do país falido. Sediado em Baidoa, a 200 km a noroeste de Mogadíscio, o governo de Yusuf e do primeiro-ministro Ali Mohammed Ghedi é reconhecido pela comunidade internacional, mas é tido como fraco, pois não é reconhecido pelos chefes tribais.
Em 26 de dezembro de 2004, uma das catástrofes naturais mais devastadoras da história contemporânea, o tsunami que varreu os países do Sudoeste Asiático, também afetou a Somália, destruindo povoações e segundo as estimativas, causando a morte de 298 pessoas.
Em maio de 2006, iniciou-se a Segunda Batalha de Mogadíscio, entre a Aliança para a Restauração da Paz e contra o terrorismo e milícias leais à União de Tribunais Islâmicos. Em 5 de junho, ao menos de 350 pessoas em fogo cruzado.
O segundo governo de transição, dirigido por Abdullahi Yusuf Ahmed, quem anteriormente havia sido presidente de Puntlândia até 2004, e que aprovou uma intervenção de paz pela ONU, declarou que a aliança do senhores de guerra (referindo-se a ARPCT) combatiam o poder executivo.
Com a inexistência na prática de um governo central, a Somália persiste imersa em uma guerra civil. Em 5 de junho de 2006, milícias islâmicas - que formam a União das Cortes Islâmicas (UCI) - tomaram grande parte da capital somali. A UCI controla outro territórios no país e pretende impôr a lei islâmica (Sharia) nestas zonas. Em junho, o governo somali de transição e a UCI assinaram um acordo de reconhecimento mútuo. Um mês depois, um dos últimos focos de resistência dos senhores da guerra foi derrotado, após dois dias de batalha que deixou 140 mortos e 150 feridos.
Em julho de 2006, a UCI passou a controlar todo o sudeste do país e a capital Mogadíscio e avançava para tomar controle do resto do país. O governo interino pediu ajuda internacional, e o Conselho de Segurança da ONU aprovou planos de enviar uma força de paz africana para apoiar Yusuf. Segundo a ONU, as Cortes estavam sendo providas de armas pela Eritreia e o governo interino somali estava sendo armado pela Etiópia. O governo etíope foi que mais apoiou o governo interino da Somália e, em dezembro, ordenou uma incursão militar direta neste país contra alvos da milícia islâmica. Forças etíopes e do governo interino tomaram várias cidades que estavam sob controle da União das Cortes Islâmicas (UCI), inclusive Mogadíscio. O novo conflito levou milhares de refugiados somalis para a fronteira com a Etiópia e o Quênia.
Ao largo de 2007, tanto a Jubalândia quanto à maior parte dos territórios controlados pela União das Cortes Islâmicas, assim como Galmudug, passaram provisoriamente nas maõs do Governo de Transição Somali, quedando o estado proclamado da Somalilândia, e em medida menor o estado autônomo de Puntlândia, como principais decisões para a reunificação total da antiga Somália, junto às ações armadas dos restos da UCI. No mesmo ano, parte da UCI se converteu em Aliança para a Reliberação da Somália (ARS).
A ARS, junto com o governo de transição somali, compactaram em outubro de 2008 em ampliar o Parlamento e a constituir um governo de unidade, o que levou, em janeiro de 2009, à eleição do terceiro presidente do Governo de Transição Somali, Sharif Ahmed, que exerce até hoje o cargo de presidente da Somália, que anteriormente foi membro da União de Cortes Islâmicas, como o intuito de criar um governo nacional que pacificava finalmente todas as facções.
Os Estados Unidos e o Reino Unido apoiaram a intervenção entrangeira na Somália, pois temem que a UCI tenha ligações com a rede terrorista Al-Qaeda. Em 20 de março de 2009 foi assinado, em Djibouti, pelo governo de transição somali e pela opositora Aliança para a Nova Libertação da Somália mais um acordo para tentar levar estabilidade ao país.
Guerra Civil
Em 1991 se viram grandes mudanças na Somália. O presidente Siad Barre foi derrubado pelo clã do norte e do sul combinado com todas as forças das quais eram apoiadas e armadas pela Etiópia. E na sequência de uma reunião do Movimento Nacional Somali e anciões dos clãs do norte, a parte antiga do norte britânico do país declarou sua independência como a Somalilândia em maio de 1991, embora de fato independente e relativamente estável em relação ao sul tumultuada, não foi reconhecida pelo governo local e por nenhum governo estrangeiro.
Em janeiro de 1991, o presidente Ali Mahdi Muhammad foi escolhido pelo grupo como um estado de manifesto presidente interino até uma conferência entre todas as partes interessadas a ser realizada em Djibuti (país vizinho) no mês seguinte para selecionar um líder nacional. Contudo, o Reino do Congresso Somali, tendo como líder militar o general Mohamed Farrah Aidid, o Movimento Nacional Somali tendo como líder Abdirahman Toor e o Movimento Patriótico Somali tendo líder Col Jess, Mahdi se recusou a reconhecer como presidente.
Isto causou uma cisão entre o SNM, USC e SPM e os grupos armados Manifesto, o Movimento Democrático Somali (SDM) e Aliança Nacional Somali (SNA), por um lado e no seio das forças USC. Este esforço levou a remover Barre, que ainda afirmou ser o presidente legítimo da Somália. Ele e seus partidários armados permaneceram no sul do país até meados de 1992, causando uma nova escalada da violência, especialmente no Gedo, Bay, Bakool, Lower Shabelle, Juba Inferior, Médio e regiões Juba. O conflito armado na USC devastou a região de Mogadíscio.
A guerra civil tem interrompido a agricultura e a distribuição de alimentos no sul da Somália. A base da maioria dos conflitos foram as fidelidades clã e competição por recursos entre os clãs rivais. James Bishop, o embaixador dos Estados Unidos para a Somália passada, explicou que não há "concorrência para a água, pastagens, gado e… É uma competição que costumava ser travada com flechas e sabres… Agora é travada com AK-47s.". A resultante fome (cerca de 300 000 mortos) levou as Nações Unidas em 1992 a autorizarem uma operação de paz limitada Operação das Nações Unidas na Somália I (UNOSOM I), que usou a força à era limitada e à autodefesa, logo foi ignorada pelos beligerantes.
Em reação à violência contínua e à catástrofe humanitária, os Estados Unidos organizaram uma coalizão militar com o propósito de criar um ambiente seguro no sul da Somália para a realização de operações humanitárias. Esta coligação, ("Unified Task Force" ou UNITAF) entrou na Somália em dezembro de 1992, na operação "Restore Hope" e foi bem-sucedido em restaurar a ordem e aliviar a fome. Em maio de 1993, a maioria das tropas dos Estados Unidos se retirou UNITAF e foi substituída pela operação das Nações Unidas na Somália II (UNOSOM II).
Contudo, Mohamed Farrah Aidid viu UNOSOM II como uma ameaça ao seu poder e em junho de 1993 sua milícia atacou as tropas do exército do Paquistão, anexado ao UNOSOM Ĩ. Em Mogadíscio infligiram mais de 80 vítimas. Os conflitos se agravaram até que 19 soldados americanos e mais de mil somalis foram mortos em um ataque em Mogadíscio em outubro de 1993. A ONU retirou a Operação United Shield em 3 de março de 1995, tendo sofrido baixas significativas, e com a regra do governo ainda não restaurada. Em agosto de 1996, Aidid morreu em Mogadíscio.
Pirataria
Desde o início da guerra civil, nos anos 1990, somalis tem praticado a pirataria nas águas ao largo do Chifre da África, sequestrando navios e petroleiros e suas tripulações em alto mar, em troca de resgate, tornando a região uma ameaça à navegação internacional.[28]
Desde 1998, entidades como a Organização Marítima Internacional e o Programa Alimentar Mundial, ligado à ONU, tem expressado publicamente temores com o aumento da pirataria na região.[29] A ação dos piratas somalis tem elevado o custo dos fretes e impedido a entrega de mantimentos às populações famintas do país por mar, sendo necessária a escolta de navios de guerra para o descarregamento nos portos somalis.
Em agosto de 2008, uma força tarefa naval de coalizão internacional, a Combined Task Force 150, que inclui navios de guerra do Canadá, Estados Unidos, Alemanha, França, Grã Bretanha, Portugal e Turquia entre outros, foi formada para combater a pirataria na região, estabelecendo uma área de patrulha e segurança marítima no Golfo de Aden.[30]
Em 7 de outubro de 2008, o Conselho de Segurança da ONU baixou uma resolução convocando os países com vasos de guerra nas águas do leste africano a que colocassem seu navios à serviço do combate à ameaça crescente dos piratas somalis, que já sequestraram dezenas de navios mercantes, petroleiros e suas tripulações. A Rússia também anunciou a entrada de seus vasos de guerra na área para combate à pirataria, atuando de forma independente.[31] Em 19 de novembro, a Índia anunciou a destruição de uma embarcação pirata somali, após combate com a fragata INS Tabar, enviada pela marinha indiana à região.[32]
Os piratas são basicamente ex-pescadores, militares ligados aos clãs de senhores da guerra do país dividido e técnicos em eletrônica e GPS, sendo estimados num total de 1000 homens armados, que, em equipes, se utilizam de pequenas embarcações rápidas para interceptar e abordar os navios.[33]
Em 21 de novembro, a ONU anunciou a formação de uma força de ataque à pirataria e autorizou a marinha indiana a entrar no Golfo de Aden e em águas territoriais da Somália, para combater as embarcações piratas e destruir suas bases conhecidas.[34]
Geografia
A Somália é o país mais oriental da África, e ocupa uma área de 637.657 km² (aproximadamente igual à soma da área dos estados brasileiros de Minas Gerais e Espírito Santo). A região ocupada pelo país é comumente chamada Chifre da África - pela semelhança entre o desenho de seu mapa com o chifre de um rinoceronte. A região do Chifre da África (ou Corno de África, como é conhecida em Portugal) também inclui os vizinhos Etiópia e Djibuti.
O país está situado na costa leste africana ao norte da linha do Equador, entre o Golfo de Aden, a norte, e o Oceano Índico a leste. Seu território consiste de muitos platôs, planícies e montanhas. O norte do país é montanhoso, com altitudes entre 900 e 2100 metros. No noroeste do país, na região autônoma de Somalilândia (auto-declarada independente), segue a cadeia montanhosa de Cal Madow (Surud) desde a fronteira noroeste com a Etiópia até a região de Sanaag, onde localiza-se o ponto mais elevado do país no pico Shimbiris com 2.450 m. As áreas do centro e do sul são planas, com altitudes inferiores a 180 m. Os rios Juba e Shabele nascem na vizinha Etiópia e atravessam o país em direção ao Oceano Índico. O Shebele, entretanto, não alcança o mar, exceto em períodos de chuva mais intensa.
Demografia
A Somália tem uma população estimada de 9,9 milhões de pessoas[35]. Cerca de 85% são da etnia somali. Estas estimativas são difíceis de ajustar, devido à complicada situação política do país, e também à natureza nômade muito de seus habitantes. O último recenseamento foi no ano de 1975, baseado em alguns analistas estrangeiros. A taxa de crescimento da população somali é uma das mais elevadas na África e no mundo.
Atualmente, cerca de 60% da população somali é de nômades ou seminômades, criadores de gado, camelos e cabras. Aproximadamente 25% dos habitantes são agricultores assentados nas regiões férteis entre os rios Juba e Shebelle, a sul do país. O resto da população está concentrada nas áreas metropolitanas.
Depois da guerra, a Somália teve uma grande comunidade de refugiados fora do país, uma das maiores da África.
A guerra civil no início de 1990 aumentou consideravelmente o tamanho da diáspora somali.
Somalis nômades e grupos de minorias étnicas compõem o restante da população do país, incluindo: benadiris, bravaneses, bantus, bajunis, indianos, persas, italianos e britânicos.
Há poucas informações e estatísticas fiáveis sobre urbanização na Somália. No entanto, estimativas foram feitas indicando uma urbanização de 5% e 8% ao ano, com muitas das cidades em crescimento rápido e, às vezes, desordenado. Atualmente, 37% da população do país vive em cidades, porcentagem que tende a aumentar rapidamente.
- Alfabetização (pessoas com 15 anos de idade ou mais que sabem ler e escrever)
- Da população total: 37,8%
- Homens: 49,7%
- Mulheres: 25,8% (estimativas de 2006)
Censo 2007 |
Cidades mais populosas da Somália|||||||||||
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Mogadíscio Hargeisa |
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Posição | Cidade | Região | Pop. | Posição | Cidade | Região | Pop. | Merca Berbera |
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1 | Mogadíscio | Banaadir | 1 275 976 | 11 | Gaalkacyo | Mudug | 63 602 | ||||
2 | Hargeisa | Woqooyi Galbeed | 522 508 | 12 | Beledweyne | Shabeellaha Hoose | 53 800 | ||||
3 | Merca | Shabeellaha Hoose | 350 859 | 13 | Qoryooley | Shabeellaha Hoose | 53 800 | ||||
4 | Berbera | Woqooyi Galbeed | 263 095 | 14 | Garoowe | Nugaal | 51 919 | ||||
5 | Kismayo | Jubbada Hoose | 256 691 | 15 | Jowhar | Shabeellaha Dhexe | 48 979 | ||||
6 | Jamaame | Jubbada Hoose | 192 719 | 16 | Jilib | Jubbada Dhexe | 45 451 | ||||
7 | Baidoa | Bay | 135 059 | 17 | Baardheere | Gedo | 45 938 | ||||
8 | Burao | Togdheer | 103 261 | 18 | Qardho | Bari | 40 688 | ||||
9 | Bosaso | Bari | 77 274 | 19 | Borama | Awdal | 39 606 | ||||
10 | Afgooye | Shabeellaha Hoose | 68 093 | 20 | Laascaanood | Sool | 35 812 |
Línguas
As línguas oficiais da Somália são o somali e o árabe. O inglês e o italiano são classificados como "segundas línguas" pelo governo de transição somali. O somali é classificado como "primeira língua" pelo povo somali, o grupo étnico mais populoso do país.[1][2] É membro do ramo Cushitic, da família de língua afo-asiáticas, cujos parentes mais próximos falavam línguas dos tipos Afar e Saho.[36] Segundo estudos acadêmicos datados antes de 1900, a Somália é o país mais documentado em línguas do tipo Cushtipic.[37]
Política
A situação política da Somália é ainda confusa. O poder político encontra-se dividido por vários senhores da guerra os quais dominam várias zonas do país.
Com o transcorrer da guerra civil, estes foram os estados autônomos que surgiram na Somália após 1990, apenas a Somalilândia se autoproclamou independente, os outros três reivindicam autonomia dentro de uma Somália unificada:
Bandeira | Estados | Capital | Independência/Autonomia |
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Galmudug | Gaalkacyo do sul | 14 de agosto de 2006 | |
Puntlândia | Garoowe | 5 de maio de 1998 | |
Somalilândia | Hargeisa | 18 de maio de 1991 | |
Maakhir | Badhan | 1 de julho de 2007 |
Subdivisões
A Somália está dividida em 18 regiões (plural - gobollada, singular - gobolka):
Economia
O país tem uma economia de mercado. É um dos países mais pobres do planeta, tendo relativamente poucos recursos naturais. A economia é excessivamente agrícola, pouco industrializada, sendo que as indústrias mais predominantes são a de refinação de açúcar e a têxtil. 65% do seu PIB vem da agricultura, contra 25% de serviços e 10% da indústria.
A maior parte da economia foi devastada na Guerra Civil Somali. A agricultura é o setor mais importante, com a criação de gado respondendo por cerca de 40% do PIB e por cerca de 65% das exportações. Grande parte de sua população que vive da criação de gado é nômade ou seminômade. Além do gado, a banana é outro importante item de exportação. O açúcar, o sorgo, o milho e os peixes são produtos para o mercado interno.
A maior parte da economia se baseia à crição de camelos, setor pecuário que o país possui o maior rebanho do mundo.
O pequeno setor industrial se baseia no processamento de produtos agrícolas, e responde por 10% do PIB, a maioria das instalações industriais foi fechada por causa da guerra civil. Além disso, em 1999, distúrbios na capital, Mogadíscio e áreas vizinhas atrapalharam ações de ajuda internacional.
A Somália tem uma das mais altas taxas de mortalidade infantil do mundo, com cerca de 10% das crianças morrendo pouco depois de nascer e 25% das sobreviventes morrem antes dos 5 anos de idade. A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras considera a situação do país "catastrófica". Para piorar, diferentemente do que a maioria das pessoas acham o país tem o maior número de subnutridos do mundo (75%), e não a Etiópia, que possui 50% de seu povo. Isso coloca a Somália entre os 8 países mais pobres do mundo (o mais pobre é Serra Leoa).
Atualmente, algumas áreas do país estão mais economicamente ativas do que antes da guerra, quando o regime socialista de Siad Barre eliminou a livre iniciativa. O norte do país, em especial, recuperou-se economicamente. Apesar de o país continuar pobre, o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza tem diminuído.
Cultura
A cultura somali é amplamente baseada no islã e na poesia, e tem se desenvolvido oralmente ao longo dos anos. A facilidade na fala é considerada uma propriedade especialmente entre os somalis, tendo-se muito em conta em figuras, como as de políticos ou líderes religiosos.
O número de línguas faladas no país é muito reduzido quando comparado com outros países da África. A maior parte de sua população fala somali, embora os grupos étnicos dos bajuni e dialetos bravanese falem também dialetos suaíli. Para os religiosos e geográficos, o árabe é altamente entendido, e por razões históricas se têm o inglês e italiano como as línguas estrangeiras mais utilizadas.
A religião majoritária no país é o sunismo, o que obriga os cidadãos a abster-se de porco e álcool, assim como de participar de jogos de azar. Muitas mulheres usam o hijab.
Ver também
- Corno de África
- Conselho Supremo das Cortes Islâmicas
- Guerra Civil Somali
- Missões diplomáticas da Somália
Referências
- ↑ a b De acordo com o artigo 7 da Carta Federal Transicional da República Somali, "as línguas oficiais da República Somali serão o somali (maay e maxaatiri) e o árabe. Os segundos idiomas do Governo Federal de Transição serão o inglês e o italiano".
- ↑ a b Somalia. World Factbook. Central Intelligence Agency (14 de maio de 2009). Página visitada em 31-5-2009.
- ↑ Human Development Report: Somalia 2001 (PDF) (2001). Página visitada em 26 de março de 2009.
- ↑ Última inclusão da Somália no ranking do IDH foi no relatório de 1996 (dados de 1993).
- ↑ Phoenicia pg 199
- ↑ The Aromatherapy Book by Jeanne Rose and John Hulburd pg 94
- ↑ Egypt: 3000 Years of Civilization Brought to Life By Christine El Mahdy
- ↑ Ancient perspectives on Egypt By Roger Matthews, Cornelia Roemer, University College, London.
- ↑ Africa's legacies of urbanization: unfolding saga of a continent By Stefan Goodwin
- ↑ Civilizations: Culture, Ambition, and the Transformation of Nature By Felipe Armesto Fernandez
- ↑ Man, God and Civilization pg 216
- ↑ Oman in history By Peter Vine Page 324
- ↑ Society, security, sovereignty and the state in Somalia – pág. 116
- ↑ East Africa: Its Peoples and Resources – pág. 18
- ↑ Shaping of Somali society Lee Cassanelli - pág. 92
- ↑ Futuh Al Habash Shibab ad Din
- ↑ Sudan Notes and Records – Page 147
- ↑ Politics, language, and thought: the Somali experience – pág. 135
- ↑ Africa report - pág 69
- ↑ Essentials of geography and development: concepts and processes - Don R. Hoy, Leonard Berry - pg 305
- ↑ Encyclopedia of African history – pág. 1406
- ↑ The modern history of Somaliland: from nation to state – pág. 78
- ↑ Historical dictionary of Ethiopia – pág. 405
- ↑ [1]
- ↑ Superpower diplomacy in the Horn of Africa – pág. 22
- ↑ "Somalia economy stronger than others in Africa, UN-backed meeting says" - UN News Centre, 29 de janeiro de 2008 - ONU (visitado em 18-12-09).
- ↑ Índice de Percepções de Corrupção. Transparência Internacional. Página visitada em 27 de junho de 2010.
- ↑ UN online edition
- ↑ Os Generais da Pirataria - Artigo - O Globo, 23 de março de 2009
- ↑ United States Africa Command
- ↑ RIA Novosti
- ↑ Aljazeera.net
- ↑ BBC
- ↑ BBC News
- ↑ http://www.indexmundi.com/pt/somalia/populacao.html
- ↑ I. M. Lewis, Peoples of the Horn of Africa: Somali, Afar and Saho, (Red Sea Press: 1998), p.11.
- ↑ A software tool for research in linguistics and lexicography: Application to Somali. Springerlink.com. Página visitada em 2010-06-27.
Ligações externas