ROGEL SAMUEL
 
 
Quando o Teatro Amazonas foi inaugurado em dezembro de 1896 ainda não estava pronto, o entorno estava cheia de obras, e as damas chics tinham de levantar as saias para salvá-las da lama.
 
E mais: a feroz oposição da época tratou de combater o brilho do evento, dizendo que aquela cúpula era ridícula, que nunca se tinha visto coisa igual no mundo inteiro, e que ia ser retirada; diziam que a construção tinha sido superfaturada, e que Eduardo Ribeiro tinha virado um “nababo”, que tinha roubado e estava milionário (Rui Barbosa disse isso) e – o que era mais grave – que o teatro tinha sido mal construído e que por isso ia desabar (muita gente não apareceu no dia da inauguração com medo por causa disso).
 
Consta que o governador Eduardo Ribeiro foi vaiado na noite inaugural.
 
Ele já tinha passado o governo para Fileto Pires Ferreira (que o inaugurou). Fileto foi vítima de um golpe de estado: viajou para tratar-se na Europa e inventaram uma “carta de renúncia”.
 
Eduardo Ribeiro sofreu do preconceito de ser negro (como Lula de operário nordestino e como Dilma de mulher guerrilheira).
 
Para encerrar a trajetória do nosso Teatro, o meu romance TEATRO AMAZONAS, que conta a sua construção, está on-line em: