Os divos rebentos de Cibele Adamante,
na verdade,
em anteriores durações já distantes,
eram terríveis deusas
e deuses gigantes,
e habitavam o Olimpo
ou Montanha
ou Penha Instigante
ou Serra
ou Cordilheira Conselheira
Praláde Brilhante,
ou Pico Mais Alto
SuperInteressante
do SuperUltra Primitivíssimo
Hindo-Europeu-Asiático-Russomano-
-Chinês-Japonês-Indiano-
-Greco-Romano-
-Español da Puerta del Sol-
-Tupy-Guarany-Galego-Africano-
-Brasilano-Mineiro-
-Divinense-Indayense-Carangolano
dos Imortais Cybeles Carangolenses
da Rua dos Romanellis Heróicos Atlantes.
Com o passar
e voar das longas durações incessantes,
inclementes,
esses menininhos
e menininhas epo-inocentes
foram perdendo a força
e o valor influentes.
Abandonaram o Olimpo-Montanha
Euro-Asiático-Americanodosul;
abandonaram o Olimpo de Roma,
a Pátria do Amor;
abandonaram as bellas
vestimentas brilhantes
esvoaçantes
e coloridas nas gradações do azul;
abandonaram a supermãe protectora,
que os criara
com muito desvelo e fervor,
e saíram por aí,
em resumo!,
andando sem rumo
e sem prumo,
sem pouso
ou mesmo destino,
sem nenhum provento,
sem lenço
e sem documento,
em total
e fatal desatino,
desacreditados na fé
do ser humano letrado,
desde que o Muito Louvado
e Amado Deus-Menino
do Agitado Abalado Culpado
Segundo Milênio Passado,
pré-anunciado
pelos Santos Heróicos Hebreus
do Primeiro Testamento Sagrado,
surgiu naquele Momento Divinizado
para salvar o Mundo Cristianizado.

Mas, voltando à estória a vós prometida,
provavelmente uma estória acontecida,
aquela que vos desejo narrar,
sobre a estória
do encontro de Cibele
Gisele Romanelli
da Manta Verde Florida
com sua filha querida,
a Ceres Deméter
Eleusida de Beleza Singular:
o caso, por sinal verdadeiro,
é que a Cibele Velida,
temporariamente passeando
pelos caminhos da vida,
numa quinta-feira altaneira,
depois de muito andar e sonhar,
naquela madrugada encrenqueira,
do incomum mês de julho
das férias alvissareiras
e das invernadas tremeliqueiras,
logo que a manhã brasileira brindou
a população norte-nordestina-sulina-
-fluminense-carioca-mineira,
com aquela reconfortante
aragem marinheira,
resolveu sair da Tijuca Guerreira,
e foi de trem veloz até Madureira,
acompanhada evidentemente
de seus oito Leõezinhos
Invisíveis Praláde Valentes.
Mas, não sei se m’esqueci de vos dizer
que os tais Leõezinhos Arretados,
protectores da demiurga Cibele Gisele
da Antiga Cantoria,
por serem oriundos de um Plano
de Pura e Excêntrica Magia,
apesar de seus talentos
por mim realçados,
saibais, Vossa Senhoria!,
eram eles, acredite!,
imaginados!
Por certo,
os tais Leões Valentões
eram protectores-profligadores,
dos inúmeros adversários
de Cibele reais destruidores.
Mas, mesmo sendo Leões Valentões
Invisíveis,
seus poderes eram,
sem dúvida!,
incríveis!,
e causavam estragos terríveis.
Entretanto,
a estória qu’eu estava a contar,
não deve nunca parar,
pois a Cibele Gisele Velida,
naquela quinta-feira brejeira
de uma estranha invernada florida,
quomodo uma divindade destemida,
estava ela muito de bem com a vida,
aproveitando cada momento e alento
com muito amor para dar,
quando, de repente!,
por meus ais!,
não posso explicar-vos
as motivações humanas reais
e fatais!,
resolveu passear
e sonhar
bem distante da Interessante Tijuca
das Prosopopaicantes
Aventuras Legais,
o Bairro protector daqueles
já citados Terríveis Atletas
dos Incríveis Sobressaltos Existenciais.
Assim, de repente!,
sem nenhuma razão aparente!,
a Cibele da Antiga Canção Eloqüente,
pelos euro-asiáticos considerada divina,
temporariamentialocada
no corpo da human’Almandina,
naquela madrugadainterina,
desceu as escadas
da micro-habitação tijucana
de Almandina Cristina,
foi de Metrô até à Estação
Metroviária Central,
saiu do Metrô,
um trem subterrâneo
de aparência monumental,
subiu as escadarias
que levam à Avenida Presidente Vargas
Maioral,
a qual,
naquele momento extratemporal,
já se mostrava perigosa agitada
e anormal,
já com alguns pivetinhos malvados,
terríveis,
prontinhos par’assaltarem
um ou outro descuidado azarado;
depois, com os sentidos em alerta,
muito esperta!,
mas, com a proteção
e atenção
de seus Leões Valentões Invisíveis,
caminhou deapé um trechinho
de caminho bem pequenininho
até à Imensa e Antiga Estação
Ferroviária do Relógio Central,
comprou um bilhete-passagem
com dinheiro real,
atravessou a catraca-roleta
com forma de borboleta,
e caminhou altaneira
e fagueira
até à plataforma geral,
e com humana coragem
sensacional,
com aquela conhecida
atitude atrevida da raça mineira,
embarcou no trem de Xerém
até Madureira.