Flávio Rodrigues - Portal Consultor Jurídico - 15/07/2010

Livros podem marcar tanto a vida de uma pessoa que é possível que se tornem a “espinha dorsal” de sua personalidade, dando sentido a todas as decisões tomadas ao longo da vida. É o que aconteceu com Ives Gandra Filho, hoje ministro do Tribunal Superior do Trabalho. 

O interesse despertado pela leitura na infância viajava por mundos imaginários. “Lembro que íamos para a fazenda, para o campo, e eu tinha uns 14 anos. Com tantas coisas para fazer, o que mais me interessava era ler Guerra e Paz, do russo Leon Tolstoi. Passava horas lendo como se a minha realidade fosse do romance”, conta o ministro.

Livros de guerra sempre chamaram a atenção de Ives Gandra. Dando asas à curiosidade, empenhou-se em ler, na adolescência a coletânea História Ilustrada da 2ª Guerra Mundial, uma coleção com mais de 100 livros. Outra coleção que fez parte de sua adolescência foi Ascensão e Queda do Terceiro Reich, de William L. Shirer.

A obra em quatro volumes traz como num romance intenso e fascinante, a trágica história de Hitler, do nazismo, da Alemanha, da Segunda Grande Guerra e do sangrento colapso a que estes personagens e acontecimentos levaram o mundo. "Essa coleção me deu um bom conhecimento sobre o que foi a Segunda Guerra", diz o ministro.

Dono de uma biblioteca com mais de 2 mil títulos, Ives Filho diz que sempre gostou mesmo foi de consultar o acervo do pai: “a biblioteca dele [o advogado Ives Gandra da Silva Martins] é muito completa. Sempre tirei proveito do acervo. Tenho alguns livros em casa, no gabinete, mas não são muitos como os da biblioteca do meu pai".

Ives Gandra lê cerca de quinze livros ao mesmo tempo. Para ele, é uma forma de manter-se preso à leitura e de formular conexões entre as diferentes ideias discutidas. Das obras lidas atualmente está Paideia, de Werner Jaeger, um estudo sobre os ideais de educação da Grécia antiga.


Biografia
Ives Gandra da Silva Martins Filho nasceu em São Paulo (SP), em maio de 1959. Formou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com especialização em Direito Empresarial. Fez mestrado em Direito na Universidade de Brasília. Foi procurador do Ministério Público do Trabalho, época em que atuou como assessor da Casa Civil da Presidência da República. Em 199 foi nomeado ministro do Tribunal Superior do Trabalho, onde permanece.