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As aventuras de Circe Irinéia, 23



E os duendes se sentaram
junto de Circe Irinéia,
para o café matinal
de fartura sem-igual,
repleto de pãozinho e geléia
de sabor fenomenal,
mas, antes do ritual,
em agradecimento, rezaram
uma oração divinal,
pedindo ao Deus Principal,
além de grande proteção,
muita saúde eternal,
e um dinheirim suadim
para a comprinha do sal.

E outros fatos ocorreram
na manhã ensolarada,
pois na tal mesa, brilhantes,
repleta de café com torrada,
viam-se pares interessantes
de casadinhos dançantes
feitos de mel e cocada
e uma revoada engraçada
de leves beijinhos-de-coco,
intrigantes,
arruaceiros inflamantes,
buscando sem muito esforço
o estômago da Circ’Alada
e outros quitutes divinos
a tentar a convidada,
e chás preciosos da Índia
e do Ceilão Mui Encantado
se exibiam para a Circe
em forma de procissão,
e os bules lá da Bohêmia
ferviam de agitação,
em volteios sensuais
e muita animação,
e os queijos de Minas Gerais
e outras delícias tais
a compor a animação,
e o cozinheiro faceiro
do Castelinho Encantado
fazendo vênia per a Circe,
que estava, há muitos dias,
em um regime forçado,
e, entre tantas iguarias,
a pobre só beliscou
um naco de queijo assado.