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As aventuras de Circe Irinéia, 12


E a madrugada, por certo!,
no Castelo deserto,
foi diferente.
Os ruídos da noite se tornaram embalantes
na dormideira dormente
de sonhos gigantes,
e a Circe Irinéia flutuava em seu sono,
duplamente sonhando com aventuras sem dono,
estórias saídas de embornal virginal,
sem uma gota sequer de influência fatal,
pois seus sonhos estranhos,
muitas vezes medonhos,
não saíam, jamais!, da forma vital.

Aquele, insistente!,
que aquel’hora ausente
povoava sua mente,
era, por certo!, bem diferente.
A Circe caminhava,
de novo na Estrada,
à procura do Nada,
tão diferente do Tudo que agita a moçada.
Estava ela na Estrada,
Estrada Sonhada,
a procurar o tal Nada,
repleto que era de palavra cifrada,
quando, de repente,
bem à sua frente
apareceu, simplesmente,
uma figura engraçada.
Era o Sapim Querubim da Princesa Rosada,
pedindo a Circe Irinéia, com voz embargada,
que o livrasse depressa, num zás-trás de nortada,
da magia vazia da Bruxa Malvada,
que o transformara num sapo de beira-de-estrada,
tão longe dos seus, também da Amada,
sem a coroa de Príncipe e sem Propriedade Selada.